sábado, 19 de março de 2011

Saúde dos olhos. Prevenção e diagnóstico são essenciais para quem tem diabetes

No mundo há 150 milhões de portadores de diabetes e pelo menos metade apresenta algum tipo de doença ocular. No Brasil, 7,6% da população entre 30 e 69 anos tem diabetes (46% dos casos não sabem que são portadores).

Quem tem diabetes pode desenvolver catarata, que é a pacificação do cristalino (lente interna do olho que focaliza a imagem), pode desenvolver glaucoma, que é o aumento da pressão ocular e pode desenvolver retinopatia diabética.

A retinopatia diabética é uma alteração dos vasos que nutrem a retina, tecido interno do olho responsável pela formação da imagem.

O cristalino é a lente interna que focaliza e aumenta a imagem, assim como a teleobjetiva que focaliza e faz o zoom na máquina fotográfica. A retina funciona como o filme onde a imagem é focalizada e transmitida ao cérebro pelo nervo óptico.

A elevação persistente e descontrolada da glicemia resulta em um fechamento progressivo dos vasos da retina levando ao aparecimento de hemorragias e falta de oxigênio (isquemia) para as células retinianas.

Nas fases intermediárias da doença, os vasos doentes provocam um vazamento e acúmulo de líquido e gordura (lipídios) dentro retina levando ao edema macular, causa mais frequente de perda visual no diabético.

Quanto mais avançada a retinopatia, maior o a destruição da retina e portanto maior a chance de perda progressiva da acuidade visual.

Há uma perda de nitidez e interrupção da imagem na retinopatia diabética

Diferentemente da catarata, que o tratamento resulta no alto índice de sucesso, a retinopatia diabética é a maior causa de cegueira irreversível e seu tratamento é mais eficaz nas formas iniciais da doença. A gravidade da retinopatia é diretamente relacionada com o maior tempo de diabetes e com o seu controle glicêmico. Os pacientes com glicemia bem controlada têm menor chance de apresentarem retinopatia.

O controle rigoroso da glicemia é um das medidas mais importantes no tratamento e controle da retinopatia, sendo fundamental para a redução das alterações retinianas. Pacientes diabéticos com visão excelente podem apresentar algum grau de retinopatia mesmo sem sintomas visuais. Assim, o exame oftalmológico completo é fundamental para a identificação precoce da retinopatia.

O exame deve ser realizado IMEDIATAMENTE ao diagnóstico do diabetes, nos adultos e crianças e deve ser realizado sempre com a dilatação da pupila. Portanto o diagnóstico e o tratamento PRECOCE da retinopatia diabética são fundamentais para que o paciente tenha sua visão preservada. Sem tratamento adequado, 25 a 30% dos pacientes apresentam EMCS e perda de AV moderada em 3 anos. O tratamento precoce e adequado da retinopatia diabética é eficiente na prevenção da perda severa de visão em 90% dos pacientes.

ORIENTAÇÕES PARA OS PACIENTES:

Como descobrir o problema?

Os exames oftalmológicos preventivos são fundamentais porque a maioria dos pacientes com retinopatia diabética não apresenta sintomas. Esses exames devem ser realizados no mínimo anualmente. De acordo com o estágio da retinopatia, os exames devem ser repetidos com maior freqüência. Além disso, em caso de alterações da visão, o paciente diabético deve ser examinado sem demora.
Os principais sintomas de retinopatia diabética são: perda da nitidez e distorção das imagens.

Quais exames complementares são realizados?
Os exames complementares são usados para confirmar o diagnóstico e programar o tratamento da retinopatia diabética. A necessidade de realização dos mesmos varia de caso para caso. Os exames mais comumente utilizados nessa situação são: retinografia simples (fotografia da retina), angiofluoresceinografia (angiograma da retina) e a tomografia de coerência óptica (análise das camadas da retina).

Como prevenir?
O controle adequado da glicemia (nível de açúcar no sangue), assim como os exames oftalmológicos periódicos são fundamentais para a prevenção e tratamento precoce da retinopatia diabética. Além disso, o controle de outras doenças associadas, como hipertensão arterial e colesterol alto, deve ser rigoroso porque essas doenças aceleram a progressão da retinopatia diabética.

Como tratar?
A decisão de iniciar o tratamento se baseia no estágio da retinopatia diabética. Dessa forma, indica-se o tratamento do edema de mácula clinicamente significante (inchaço na área central da retina) e da retinopatia diabética proliferativa (crescimento de novos vasos sanguíneos) e suas consequências (hemorragia vítrea e descolamento de retina). O tratamento pode ser realizado com um ou mais dos seguintes métodos: aplicações de laser na retina, injeções intra-oculares de medicações (triamcinolona, bevacizumabe - Avastin®, ranibizumabe - Lucentis®) e cirurgia (vitrectomia).

Por: Dr. Danilo Sone Soriano , Dr Andre Gomes e Dr. Vinicius Saraiva
Fonte: Centro de Diabetes Hospital Sírio Libanês
http://www.comunidadediabetes.com.br


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