terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

OMS cobra novos antibióticos para combater 12 superbactérias

Agência da ONU teme uma era"pós-antibióticos", na qual infecções comuns e pequenas feridas voltarão a ser fatais

Sem ação dos governos, 'os novos antibióticos que precisamos urgentemente não serão desenvolvidos a tempo', alerta Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS (Thinkstock/VEJA/VEJA)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira uma lista de 12 famílias de bactérias resistentes aos tratamentos atuais e instou o desenvolvimento de novos antibióticos para combatê-las. Segundo a agência da ONU, o risco para a saúde é “crítico” no caso de três famílias de bactérias, resistentes inclusive aos antibióticos mais recentes e que causam a maioria das infecções hospitalares.

A escarlatina, uma infecção bacteriana causada por estreptococos do grupo A, atinge principalmente crianças com idade entre 5 e 12 anos. Os sintomas incluem dor de garganta, dor de cabeça, febre e uma textura áspera e vermelha da pele na região do peito e do estômago, que pode se espalhar para outras partes do corpo.

Os chamados “patógenos prioritários” provocam infecções no sangue, nos pulmões, no cérebro e no trato urinário que podem ser fatais. “A resistência aos antibióticos está crescendo, e estamos ficando rapidamente sem opções de tratamento”, disse Marie-Paule Kieny, assistente do diretor-geral da OMS. “Se deixamos este assunto para as forças do mercado, os novos antibióticos que precisamos urgentemente não serão desenvolvidos a tempo.”

Era pós-antibióticos
A OMS insta os governos a incentivarem o financiamento público e privado para lutar contra estas “superbactérias”. A agência da ONU alertou anteriormente para o risco de uma era”pós-antibióticos”, na qual infecções comuns e pequenas feridas voltarão a ser fatais.

As bactérias destacadas pela OMS foram selecionadas, entre outros critérios, segundo o grau de severidade das infecções que causam, a facilidade com que se propagam e quantos antibióticos eficazes restam para combatê-las.

A lista está dividida em três categorias, segundo sua prioridade: crítica, alta e média. A primeira inclui superbactérias resistentes aos antibióticos carbapenêmicos, último recurso para infecções potencialmente mortais que com frequência se propagam em hospitais, asilos e entre pacientes que precisam de respiradores e cateteres. A segunda e terceira categorias incluem bactérias que causam doenças mais comuns, como gonorreia e salmonela.

(Com AFP)
Atenção: O Saúde Canal da Vida é um espaço de informação, divulgação e educação sobre assuntos relacionados a saúde, não utilize as informações como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde. Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

O futuro das arboviroses

Devemos conviver por muitos anos com a tríplice epidemia de arboviroses; reflexo de um complexo contexto de ineficácias do poder público e da sociedade

O mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti (Paulo Whitaker/Reuters)

Há uma vasta experiência acerca do comportamento epidemiológico da circulação dos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV); o grande questionamento que se tem atualmente prende-se aos seguintes fatores:

Qual é o efeito da circulação concomitante em praticamente todo continente americano do vírus chikungunya?
Qual é o efeito da circulação concomitante em praticamente todo continente americano do vírus zika?

O impacto global trazido pela circulação do vírus da dengue é enorme. Há estimativa de 50 milhões de infecções por esse vírus por ano abrangendo aproximadamente 100 países do mundo. As condições favoráveis à proliferação do mosquito transmissor observadas em vários locais do mundo fazem com que as perspectivas quanto à uma disseminação ainda mais ampla sejam preocupantes.

À medida que o Aedes aegypti evoluiu e passou a se tornar intimamente associado aos habitats dos seres humanos, preferencialmente neles se alimentando e compartilhando seus domicílios, essa espécie se tornou vetor extremamente eficiente do vírus da dengue, quando o mesmo foi introduzido, inicialmente nas cidades portuárias. Essas foram as condições que consubstanciaram as grandes pandemias de dengue relatadas durante os séculos XVIII, XIX e início do século XX, quando nos recordamos que essa foi uma época de forte desenvolvimento da indústria naval, que se deu paralelamente à grande urbanização das cidades portuárias, em resposta ao amplo incremento no tráfego oceânico.

Enquanto na década de 1960, mais da metade da população que habitava o Brasil residia em zonas rurais, os números observados em 2010 mostram que 84,4% da população reside em regiões urbanas. Essa inversão se deu sem que toda a necessária infra-estrutura de saneamento básico requerida fosse implementada. A falta no abastecimento de água e de coleta de lixo está relacionada ao alto número de casos de dengue nas cidades. Dos 48 municípios com risco de surto da doença no verão de 2012, 62,5% tinham menos da metade das casas com acesso ao saneamento adequado.

A situação atual e preocupante das arboviroses no Brasil reflete um complexo contexto, no qual interagem entre si ineficácias gerais de atuação do poder público e da sociedade em geral. Assim, deve-se buscar soluções para essas epidemias e também manter planos de combate eficientes contra a febre amarela, cuja transmissão igualmente ocorre pelo Aedes aegypti, sendo que sua migração em massa para o ambiente urbano não deve ser descartada, principalmente porque já houve constatações de casos esporádicos de febre amarela em centros urbanos brasileiros.

Os condicionantes da expansão das arboviroses nas Américas e no Brasil são similares e referem-se, em grande parte, ao modelo de crescimento econômico implementado na região, caracterizado pelo crescimento desordenado dos centros urbanos.

O Brasil concentra mais de 80% de sua população em áreas urbanas, com importantes lacunas no setor de infra-estrutura, tais como dificuldades para garantir o abastecimento regular e contínuo de água, assim como também é deficiente a coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos. Outros fatores, tais como a acelerada expansão da indústria de materiais não biodegradáveis, além de condições climáticas favoráveis, agravadas pelo aquecimento global, conduzem a um cenário que impede, pelo menos a curto prazo, a proposição de ações visando à erradicação do vetor transmissor.

Some-se a esse já sombrio panorama, o modelo de urbanização implementado em nosso país, assim como em muitas outras cidades que compõem essas sociedades do “capitalismo periférico”:

redução progressiva das áreas verdes das cidades às custas de empreendimentos imobiliários que tentam imitar o que se verifica nos países capitalistas “centrais”; empreendimentos estes situados em locais onde não há a menor infraestrutura de saneamento básico que os comporte.
nossas cidades estão cada vez mais impermeabilizadas: quando chove, não há onde a água ser drenada, constituindo-se drama frequentemente observado, as enchentes de nossas grandes cidades.

Temos sido bombardeados por informações, muitas vezes desencontradas, sobre diferentes métodos para combater a presença do mosquito Aedes aegypti em nossas cidades. Especial ênfase vem sendo dada ao combate domiciliar do mesmo, sobressaindo-se as informações acerca de como evitar a eclosão de larvas dos mosquitos que estiverem presentes nos vasinhos de plantas presentes dentro das casas e apartamentos da população.

Considero essa atitude uma maneira pela qual desviamos de uma abordagem mais objetiva do problema. Dentro desse panorama, onde se situaria a ênfase no combate domiciliar ao mosquito ? Em minha opinião, serve apenas para que retardemos o debate sobre a importância do saneamento básico no controle e possível futura erradicação do vetor. Creio, portanto, que dengue, chikungunya e zika estão intimamente correlacionados à problemática do saneamento básico. Encaremos isso de frente, não escamoteando a realidade através da valorização dos vasinhos de plantas presentes nas casas das pessoas.

Isso posto, esperamos expressiva circulação do vírus zika a partir do mês de novembro, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil. Nossas mulheres devem permanecer atentas a essa situação e deve ser enfatizado os cuidados para evitar a picada do Aedes, através do uso de repelentes de forma correta.

Em relação à epidemia de infecções pelo vírus chikungunya, o comportamento epidemiológico se mostrou semelhante àquele observado inicialmente com o vírus da dengue:

Inicialmente, predomínio nas regiões Norte e Nordeste;
Após um ou dois anos, disseminação por todas regiões do Brasil.

Devemos ainda conviver por muitos anos com essa tríplice epidemia; a interação entre elas deve ser objeto de estudos aprofundados. Um dos aspectos a ser abordado diz respeito à dificuldade de melhor avaliação de vacinas, que devem abordar o questionamento quanto à imunidade cruzada.

Como exemplo, podemos levantar a seguinte dúvida, ainda longe de ser esclarecida: a presença de anticorpos contra dengue em uma pessoa leva à maior proteção ou ao aumento do percentual de casos graves quando essa pessoa for infectada pelos vírus zika ou chikungunya?



Por Artur Timerman
Atenção: O Saúde Canal da Vida é um espaço de informação, divulgação e educação sobre assuntos relacionados a saúde, não utilize as informações como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde. Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.

O Poder saciante do Ovo


Os alimentos fornecem os nutrientes que o nosso organismo precisa para funcionar corretamente, assim como proporcionam benefícios para a nossa saúde de acordo com o consumo que fazemos deles. O ovo é um dos alimentos envolvidos em mitos e dúvidas sobre o seu consumo, especialmente quando se trata dos níveis de colesterol. Hoje você vai conhecer algumas das suas propriedades benéficas e sobre o seu poder de saciedade em nossa dieta.

Um dos maiores problemas para perder peso se encontra na ansiedade por comer, no problema que sofremos quando comemos muito, mas sem nos satisfazermos.

Este inconveniente é o que muitas vezes nos impede de perder peso e nos sentirmos melhor com nós mesmos, por isso é muito importante descobrir aqueles alimentos que possuem um alto poder de saciedade, ou seja, que podem nos ajudar a emagrecer sem passar fome.

Entre eles se encontra o ovo, um alimento que tem sido muitas vezes criticado e tratado como um elemento prejudicial para a saúde, quando na verdade pode se converter em uma parte importante da nossa dieta.

O ovo possui características muito positivas, ao contrário do que sempre se tem acreditado. Durante muito tempo, tem sido afirmado que o ovo pode aumentar o risco de sofrer graves doenças cardíacas, além de colesterol, aterosclerose e outras doenças, embora diversos estudos tenham se encarregado de limpar sua imagem e de demonstrar todos os seus benefícios.

Em primeiro lugar um ovo de tamanho médio não fornece mais do que 70 kcal, enquanto que nos oferece uma grande quantidade de nutrientes.

Entre eles encontramos proteínas de alta qualidade e em grande quantidade, até 6,5 gramas por cada unidade, gorduras saudáveis, especialmente concentradas na gema e com predominância das gorduras insaturadas, e um alto teor de minerais, como ferro, fósforo, sódio ou zinco, e vitaminas solúveis em gordura, A, D, E e outras do grupo B.

Como se isso não bastasse, o ovo possui um grande poder de saciedade, por isso, nos sentiremos mais cheios mais facilmente se incluirmos este alimento na nossa alimentação de forma regular.

O consumo de ovos pode nos ajudar a evitar uma ingestão de calorias em excesso e, portanto, a prevenir o sobrepeso e a obesidade, por isso recomenda-se comer uma porção de três ovos por semana para crianças e quatro ou cinco para os adultos, enquanto que se realizamos alguma atividade física que nos mantenha ativos podemos chegar a consumir até sete ovos por semana.

O ideal seria incluir um ovo cozido em nosso café da manhã para que a sensação de fome demore mais para chegar e possamos realizar um almoço e uma refeição mais controlada, enquanto que também tem surgido nos últimos tempos dietas cujo componente principal é o ovo e que têm objetivo a perda de peso através do seu alto poder de saciedade.

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Brasil é recorde em casos de depressão na América Latina

Organização Mundial da Saúde revelou também que o Brasil lidera na América Latina o ranking de pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade

Dados publicados pela OMS apontam que 5,8% da população nacional seja afetada pela depressão. A taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, além de Chile e Uruguai, com 5%. (iStock/Getty Images)

O Brasil tem a maior taxa de pessoas com depressão na América Latina e uma média que supera os índices mundiais. Dados publicados nesta quinta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 5,8% da população nacional seja afetada pela depressão. A taxa média supera a de Cuba, com 5,5%, a do Paraguai, com 5,2%, além de Chile e Uruguai, com 5%.

Ainda de acordo com o levantando, no mundo, 322 milhões de pessoas sofrem de depressão, 18% a mais do que há dez anos. O número representa 4,4% da população do planeta. A doença já é a que mais contribui com a incapacidade no mundo. Ela é também a principal causa de mortes por suicídio, com cerca de 800.000 casos por ano, a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Entre os sexos, globalmente, as mulheres são as principais afetadas, com 5,1% delas com o problema, versus 3,6% dos homens. Em números absolutos, metade dos 322 milhões de vítimas da doença vivem na Ásia.

A organização também alertou que, apesar da existência de tratamentos efetivos para a doença, menos da metade das pessoas afetadas pela condição no mundo – e, em alguns países, menos de 10% dos casos – recebe ajuda médica. As barreiras incluem falta de recursos, falta de profissionais capacitados e o estigma social associado a transtornos mentais, além de falhas no diagnóstico.

“A depressão é diferente de flutuações habituais de humor e respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou severa, a depressão pode se tornar um sério problema de saúde. O fardo da depressão e de outras condições envolvendo a saúde mental está em ascensão em todo o mundo.”, destacou a organização em comunicado.

Ansiedade
Além da depressão, a entidade indica que, pelo mundo, 264 milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade, uma média de 3,6% da população mundial. O número representa uma alta de 15% em comparação a 2005.

Uma vez mais, o Brasil lidera na América Latina, com 9,3% da população com algum tipo de transtorno de ansiedade. Em relação à média mundial, a taxa do país é três vezes superior. Os índices brasileiros também ultrapassam de forma substancial as taxas identificadas nos demais países da região: 7,6% no Paraguai, 6,5% no Chile e 6,4% no Uruguai.

Como na depressão, em números absolutos, o Sudeste Asiático é a região que mais registra casos de transtornos de ansiedade: 60 milhões (23% do total mundial). No segundo lugar vêm as Américas, com 57,2 milhões (21% do total).

A OMS estima ainda que, a cada ano, as consequências dos transtornos mentais gerem uma perda econômica de 1 trilhão de dólares para o mundo.

(Com Estadão Conteúdo)
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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Remédios caseiros para hipocondria


A hipocondria é um transtorno psíquico, a pessoa que sofre tem como característica mais marcante o contínuo e exagerado medo ou preocupação com sua própria saúde. Embora não seja uma condição muito grave, precisa de tratamento já que afeta além do paciente também os familiares e amigos que convivem com ele. A seguir trazemos algumas informações sobre esta condição, assim como alguns remédios caseiros que podem ajudar a aliviá-la.

À hipocondria pode ser definida como uma preocupação excessiva e angustiante com a própria saúde. Os hipocondríacos interpretam sensações corporais normais ou sem importância como originadas por algum distúrbio ou doença do organismo.

Já nos primeiros textos de Medicina, Hipócrates se referia ao que ele chamou de “mau do hipocondríaco”. Este ilustre médico grego considerava que o hipocôndrio, região anatômica localizada abaixo das costelas, era a principal área na qual se localizavam os desconfortos imaginários.

Na atualidade, tende-se a considerar este transtorno como uma manifestação de diferentes tipos de transtornos psíquicos (neurose, alguns tipos de psicose e depressão).

O desconforto que sofre o paciente hipocondríaco costuma ser muitas vezes difuso e variado, com pouca especificidade no momento de localizá-los, envolvendo frequentemente diversas partes do organismo e adotando um caráter de mudança e amorfo.

É um traço característico da hipocondria a incapacidade do paciente para abandonar suas queixas e sua atitude interpretativa, embora sejam praticadas repetidas explorações clínicas. Mesmo quando estes não mostram qualquer distúrbio ou base real para o seu desconforto, o hipocondríaco vive em um estado permanente de ansiedade que o faz reivindicar novas explorações e cuidados médicos.

Remédios caseiros para hipocondria:

Ferva 1 xícara de água e, quando chegar ao ponto de ebulição, retire do fogo e despeje 1 colher de sopa de folhas de erva de São João. Cubra e deixe esfriar. Coe e beba uma xícara por dia.

Despeje 1 colher de sopa de raiz de valeriana em uma xícara de água e, em seguida, deixe ferver por 5 minutos. Deixe esfriar e coe. Tome 1 xícara por dia.

Misture, em partes iguais, papoula, passiflora e lúpulo e extraia 1 colher de sopa. Despeje em uma xícara de água que está fervendo e deixe esfriar. Coe e beba uma xícara por dia.

Ferva ½ litro de água e despeje 3 colheres de sopa de folhas e flores de milefólio por 10 minutos. Cubra e deixe esfriar. Coe e beba 2 xícaras por dia.

Recomendações: Consumir alimentos ricos em ômega 3, já que existe evidência interessante sobre seu vínculo com os benefícios para acalmar estados de ansiedade como a hipocondria. Fazer exercício, como caminhar e nadar ajuda as pessoas muito ansiosas a melhorar o seu estado de ânimo. Praticar técnicas de relaxamento e meditação.

Perguntas e respostas sobre hipocondria:

Pode ser um excesso de preocupação com a saúde um sinal de hipocondria?

Não necessariamente, pois o simples amor pela leitura e informações sobre temas médicos ou relacionados com a saúde não precisa ser uma consequência da anormal preocupação sobre sua própria saúde, o que por si só seria um sinal mais típico da hipocondria. Pelo contrário, a correta informação sobre esses temas pode ajudar a desfazer numerosas ideias erradas e preconceitos que, muitas vezes, se têm sobre a saúde ou as doenças.

Na hipocondria raramente costuma existir um transtorno a partir do qual se manifesta a doença…

Os medos costumam ser desenvolvidos com base em sensações correntes e normais, interpretadas de acordo com as próprias ideias sobre a doença que tem o paciente.

É verdade que todos os hipocondríacos são pessoas doentes mentalmente?

Nem sempre. Isto é verdade em muitos casos em que a sua intensidade e ostentação são muito chamativos e chegam a incapacitar o paciente para uma vida normal. No entanto, existe um número que não deve ser desprezado de hipocondríacos cuja personalidade predispõe a esse medo da doença, mas permanece dentro de limites que não afetam o seu comportamento. Em tais casos, este equilíbrio pode ser mantido durante um longo período de tempo, parecendo truncado, por vezes, por alguma situação de conflito que desencadeia, de modo já mais visível, a doença.

Podem os medos dos hipocondríacos causar uma depressão?

As pessoas que tendem a hipocondria, como um traço exagerado da sua personalidade podem acabar sofrendo uma verdadeira depressão. Nestes casos, o transtorno depressivo deve-se a contínua tensão e ansiedade ocasionada pelo constante medo da doença e ao desgaste psíquico que isso implica até esgotar o paciente.

Pode ser hipocondríaca uma pessoa que se submete a frequentes exames para detectar um câncer?

Em efeito. A cancerofobia como se conhece clinicamente esse medo excessivo de sofrer câncer, geralmente é um dos medos mais comuns nos hipocondríacos, chegando a se converter em uma obsessão que não é eliminada pela normalidade nos resultados dos exames a que se submete repetidamente o paciente.

Realmente esses pacientes levam a sério os seus medos ou se trata de uma atitude mais teatral do que real?

A pessoa hipocondríaca vive seus medos com um total convencimento da sua ameaça e a angústia que isso inflige não é aliviada nem pelo raciocínio nem por manifestações tangíveis da sua ausência.

Em certos casos, a expressão destes medos pode parecer afetada e até repetitiva. Isso ocorre principalmente nos hipocondríacos de longa evolução, nos quais o paciente parece ter se instalado em seu “papel” de doente de forma permanente.

É verdade que uma atitude excessivamente atenta da família em relação ao paciente hipocondríaco pode chegar a ser prejudicial?

Sem dúvida. Essas atitudes do tipo super protetor, geralmente motivadas pela ansiedade que despertam nos familiares as contínuas queixas do paciente, contribuem geralmente para o fortalecimento da sua atitude de constante solicitação de ajuda e manter os temores sobre suas supostas doenças ao ver que os demais são sensíveis as suas queixas.

É necessário que a atitude dos familiares, nestes casos, seja uma atitude firme, destinada a tranquilizar, mas sem acessar as suas constantes demandas nem se prender aos seus desejos de conseguir maiores atenções. Tudo isso deve ser feito em função das indicações do médico para não interferir com o plano de tratamento.

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Lista de alimentos de calorias negativas


Quando falamos de alimentação saudável ou de dietas para perda de peso sempre falamos também das calorias, de quantas precisamos ingerir, quais alimentos possuem mais ou menos calorias; e por ai vai. Mas hoje vamos falar sobre as calorias negativas, o que são e quais alimentos as possuem para te ajudar a emagrecer.

Lista de alimentos para acelerar o metabolismo em dietas de emagrecimento. Ao alcance das suas mãos você tem uma lista de alimentos e calorias negativas que geram o que se conhece como efeito calórico negativo.

Nós confeccionamos uma lista de alimentos para dietas de emagrecimento que podem te ajudar a criar sua própria dieta com base nesta propriedade especial de alguns alimentos.

O que são as calorias negativas?
Você sabe o que é o efeito calórico negativo? O efeito calórico negativo refere-se ao fato de que existem alimentos para queimar gordura que contém muito poucas calorias em relação à quantidade que você ingere. Isto significa que, ao tentar digeri-las e metabolizá-las, no final das contas o seu organismo gasta ainda mais calorias do que as consumidas com os alimentos.

Em outras palavras, ao finalizar a contagem de calorias consumidas, mais as calorias perdidas por metabolizar esses alimentos, o resultado dá negativo. Em definitivo, você gasta mais calorias do que consome. Quanto mais você come estes alimentos, mais emagrece.

Alimentos com calorias negativas:
Mas… Quais são esses alimentos com calorias negativas que podem te ajudar emagrecer comendo? Bem, na seguinte lista você vai encontrá-los.

Lista de alimentos para dietas de emagrecimento:

Verduras e frutas.

Calorias por cada 100 gramas.

Chicória – 20
Alho – 134
Aipo – 17
Brócolis – 32
Abóbora – 33
Cebola – 38
Couve-flor – 27
Escarola – 20
Aspargos – 17
Espinafre – 26
Erva-doce – 28
Alface – 13
Pimenta – 22
Pepino – 16
Beterraba – 43
Cenoura – 42
Abobrinha – 17
Mirtilos – 48
Maçã – 59
Melão – 36
Abacaxi – 50
Toranja – 33
Melancia – 31

Quando você consome algum alimento desta lista de alimentos de calorias negativas, deve calcular aproximadamente o seu metabolismo gasta cerca do dobro das calorias fornecidas.

Por exemplo, se você consome 100 gramas de aspargos (17 calorias), seu organismo gastará 30 calorias para metabolizar, portanto, você terá perdido 13 calorias. Em vez de adicionar, subtraia. Assim é com cada alimento que integra esta lista.

Em qualquer caso, você se perguntará como incorporar estes alimentos na dieta para emagrecer. Bem, é muito simples. Enquanto estes alimentos de queima de gordura ajudam a perder peso, o ideal é que você não limite o cardápio da sua dieta a esses alimentos com calorias negativas. Você deve manter uma dieta equilibrada para garantir que está perdendo peso de forma saudável.

Integre estes alimentos a uma dieta hipocalórica. Para que a dieta seja equilibrada e, ao mesmo tempo, te permita aproveitar o benefício das calorias negativas, um quarto da dieta deve ser composto por estes alimentos. Aproveite as calorias negativas desta lista de alimentos para dietas de emagrecimento e perca peso comendo. Em caso de dúvida, consulte o seu médico.

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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Vinho tinto faz bem? Saiba o que diz a ciência

Acredita-se que os polifenóis do vinho tinto (o resveratrol, em particular) podem ter benefícios singulares de proteção à saúde

O vinho é considerado um ingrediente indispensável na dieta mediterrânea, caracterizada por um cardápio saudável (iStock/Getty Images)

Faz alguns anos que o vinho tinto passou a ser apontado pela ciência como um protetor em potencial para a saúde de uma forma geral. Ao mesmo tempo, cresce o número de estudos científicos sugerindo que o álcool, mesmo que consumido em pequenas quantidades, pode fazer mal e está associado a uma série de doenças. A grande questão é: seria o vinho uma exceção? As informações são do programa Trust me I’m a Doctor (“Confie em mim, sou médico”), da rede britânica BBC.

Acredita-se que os polifenóis do vinho tinto (o resveratrol, em particular) podem ter benefícios singulares de proteção a ataques cardíacos, por exemplo. O álcool ajuda a evitar danos às artérias e inibe a formação de coágulos. Já o resveratrol, encontrado na casca da uva vermelha, tem ação vasodilatadora e aumenta o HDL, o colesterol bom, e diminui o LDL, o ruim.

Os benefícios do vinho para a saúde seriam em quantidades moderadas, é claro. Recomenda-se no máximo duas taças diárias para os homens e uma para as mulheres, pela diferença do organismo de cada um para a absorção do álcool. O consumo regular foi relacionado com longevidade e redução do endurecimento arterial.

Já se mostrou também que o resveratrol evita o desenvolvimento de tumores, protege os neurônios, é um forte antioxidante, ajuda a combater vírus e é um potente anti-inflamatório. A ciência tenta, inclusive isolar o resveratrol para que ele seja usado na prevenção de doenças.

Soma-se a isso o fato de que a bebida é considerada um ingrediente indispensável da dieta mediterrânea, caracterizada por um cardápio saudável, repleto de alimentos frescos e naturais como azeite, frutas, legumes, cereais, leite e queijo.

Apesar dos possíveis benefícios, o Cancer Research UK, o centro britânico de pesquisas para o câncer, alerta que é um erro tomar vinho tinto achando que isso fará bem à saúde.

fonte
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A primeira consulta ginecológica, quando devo levar minha filha?

A primeira consulta ao ginecologista deve ocorrer em torno dos 12 anos ou antes, se a menina tiver algum sintoma ginecológico

Médico fala sobre contraceptivo (iStock)

Transformações no humor, na personalidade, na sexualidade e no corpo se iniciam na puberdade, muitas mães e pais se perguntam quem é o profissional em quem devem se apoiar agora. Ela não tem mais idade para ir ao pediatra, mas ainda é muito pequena para uma consulta ginecológica?

A primeira consulta na ginecologista deve ocorrer em torno dos 12 anos de idade ou quando a menina tiver algum sintoma ginecológico antes, entre os mais comuns estão corrimento, surgimento do broto mamário doloroso, alterações de humor e sono e a primeira menstruação. Este encontro serve para detectarmos problemas ligados ao aparelho reprodutivo, mas, no meu ponto de vista principalmente para informar e criar um vínculo de confiança com esta jovem mulher que poderá ver em sua médica um “porto seguro” para discutir questões que a afligem e aprender a cuidar de seu corpo e mente nesta nova fase de sua vida.

É fundamental para qualquer mulher entender o funcionamento do próprio corpo e as mudanças em sua forma e funcionamento que ocorrem na puberdade. Nesta, como em outras fases de nossas vidas, informação é o maior bem!

Me lembrava, quando escrevia este texto, que há alguns anos fui convidada para fazer uma palestra na escola de minha filha sobre puberdade. Fui bastante desarmada falar para crianças de 10 anos, qual foi a minha surpresa quando após minha “fala técnica” fui bombardeada com perguntas que giraram desde “como se faz um parto de xifópagos (gêmeos que nascem unidos por partes do corpo)” a “é possível um casal homossexual gerar um filho geneticamente dos dois”?

Deste dia levei uma lição: na era da informação democratizada, internet e redes sociais, se nós não informamos corretamente nossos filhos e filhas, eles buscarão informações que muitas vezes não condizem com a realidade.

Outra questão conceitual que preocupa é ligada à vida moderna, de praticidade e correria aonde as menstruações são consideradas um grande aborrecimento, associadas à dor, incômodo e sofrimento e, lógico, as meninas já chegam nesta fase mal humoradas com seu corpo e seu estado. Isso é um fato histórico que ocorre por conta de um conceito ocidental que liga as menstruações à vergonha, impureza, fraquezas e até inferioridade da mulher. Uma pena, pois deveríamos relacionar todo este ciclo ao incrível milagre da vida, como fazem muitos povos antigos. Esse conhecimento está presente, por exemplo, na cultura de nativos norte americanos que chamavam o ciclo menstrual de “lua”, justamente por sua relação cíclica direta com a Lua Planetária, essa Lua Cósmica que rege os Ciclos Naturais de Vida em nosso planeta Terra.

É isso então! Conhecer o corpo e suas transformações na pré-adolescência é uma atitude inteligente e saudável que seguramente terá um impacto importante na vida destas incríveis mulheres do século XXI.



Por Marianne Pinotti
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Expectativa de vida chegará a 90 anos para mulheres em 2030

A situação não mudará significativamente até 2030 nos Estados Unidos, onde a expectativa de vida já é inferior à da maioria dos países desenvolvidos

Mulheres idosas empurram carrinhos de compras em Berlim, Alemanha (Sean Gallup/Getty Images/VEJA)

A expectativa de vida continuará aumentando nos países desenvolvidos e alcançará os 90 anos em 2030 para as mulheres de países como Coreia do Sul, França e Espanha — revela um estudo publicado nesta quarta-feira. “Até pouco tempo atrás, muitos cientistas pensavam que a expectativa de vida nunca ultrapassaria os 90 anos”, lembrou o professor Majid Ezzati, autor principal do estudo publicado na revista médica britânica The Lancet.

Após combinar 21 modelos matemáticos para prever a evolução da expectativa de vida em 35 países desenvolvidos, os pesquisadores chegaram à conclusão de que as mulheres sul-coreanas são suscetíveis de superar os 90 anos até 2030. A expectativa de vida de uma sul-coreana ao nascer em 2030 será de 90,8 anos, enquanto que a das espanholas será de 88,07 anos, a das francesas, 88,6 anos, e a das japonesas, 88,4 anos.

A expectativa de vida também evoluirá para os homens, e a diferença em relação às mulheres (que são mais longevas) tenderá a se reduzir em 2030, exceto no México, onde aumentará ligeiramente, e no Chile, França e Grécia, onde ambos os sexos avançarão de forma similar. Os homens sul-coreanos terão uma esperança de vida de 84,1 anos, à frente de australianos e suíços, ambos com uma expectativa de 84 anos, enquanto a dos espanhóis será de 83,4 anos.

Segundo as últimas estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicadas no ano passado, os três países com maior expectativa de vida para as mulheres em 2015 eram Japão (86,8 anos), Singapura (86,1 anos) e Espanha (85,5 anos). No caso dos homens, eram Suíça (81,3 anos), Islândia (81,2) e Austrália (80,9).

Maior melhora — A expectativa de vida vai melhorar claramente na Coreia do Sul, com uma alta de 6,6 anos para as mulheres, e de sete anos, para os homens entre 2010 e 2030. Esse país melhorou o acesso aos cuidados médicos e vem promovendo uma alimentação saudável entre crianças e adolescentes. Além disso, tem taxas de obesidade e de tabagismo entre as mulheres inferiores às da maioria dos países analisados, de acordo com os pesquisadores.

Pouca mudança nos Estados Unidos — O estudo também revela que a situação não mudará significativamente até 2030 nos Estados Unidos, onde a expectativa de vida já é inferior à da maioria dos países desenvolvidos. A expectativa de vida para as mulheres americanas passará de 81,2 anos, em 2010, para 83,3 anos, em 2030, e de 76,5 para 79,5 anos para os homens.

Para explicar essa situação, os pesquisadores destacam as desigualdades persistentes, a ausência de um sistema de saúde universal e as altas taxas de mortalidade infantil e materna, assim como de homicídios e de obesidade. A progressão no México será similar à dos Estados Unidos. Para as mulheres, a expectativa de vida passará de 78,9 para 82,9 anos entre 2010 e 2030. No caso dos homens, pulará de 73,1 para 76,1 anos.

No Chile, a expectativa de vida das mulheres passará de 82,9 para 86,8 anos, e a dos homens, de 76,7 para 80,7. O estudo também revelou que, em geral, os homens melhoraram seu estilo de vida. Antes “fumavam e bebiam mais e eram vítimas de acidentes e homicídios com mais frequência”, disse Ezzati, do Imperial College de Londres, para explicar a progressão da expectativa de vida masculina.

(Com agência France-Presse)
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Parceria entre Unicamp e Aché gera novas ferramentas para descoberta de fármacos

Por simulações computacionais, pesquisadores investigam como interagem a quinase AAK1 e a pequena molécula capaz de inibir sua atividade

Agência FAPESP – Foi divulgado recentemente na plataforma aberta bioRxiv um dos primeiros frutos da parceria entre o Centro de Biologia Química de Proteínas Quinases da Universidade Estadual de Campinas (SGC-Unicamp) e o Aché Laboratórios Farmacêuticos – apoiado pela FAPESP.

O estudo descreve um composto químico candidato a ser usado em futuras pesquisas como um inibidor seletivo da enzima AAK1(proteína quinase 1 associada à AP2), considerada um potencial alvo para o desenvolvimento de fármacos.

Vinculado ao Structural Genomics Consortium (SGC) – parceria público-privada que reúne em diversos países mais de 400 cientistas de universidades, indústrias farmacêuticas e entidades sem fins lucrativos –, o centro da Unicamp, liderado pelos pesquisadores Jonathan Elkins, Katlin Massirer Opher Gileadi e Paulo Arruda, tem como objetivo desvendar a função de proteínas do tipo quinase, responsáveis por regular processos importantes do organismo, como divisão, proliferação e diferenciação celular. Embora sejam consideradas alvos prioritários para o desenvolvimento de fármacos, estima-se que apenas 40 das cerca de 500 proteínas desse tipo identificadas no genoma humano já tenham sido bem estudadas.

De acordo com Rafael Couñago, pesquisador do SGC-Unicamp e primeiro autor do artigo, a AAK1 é uma quinase envolvida no processo de endocitose, pelo qual diversos tipos de partículas do meio extracelular – como neurotransmissores, micronutrientes e até alguns vírus (hepatite, dengue e Zika, por exemplo) – são transportados para dentro das células.

“Evidências da literatura científica indicam que, quando a AAK1 é inibida, a endocitose ocorre com menor frequência. Mas para compreender sua função exata na célula e verificar se ela é um alvo terapêutico promissor, precisamos de um tipo de ferramenta conhecido como sonda química – uma pequena molécula capaz de se ligar seletivamente a essa enzima e inibir sua função em um modelo biológico”, contou Couñago.

Como explicou o pesquisador, já se sabe que a AAK1 é responsável por fosforilar a proteína AP2 (proteína adaptadora 2), isto é, ela catalisa a transferência de um grupo fosfato de moléculas de alta energia, como o ATP (adenosina trifosfato), para a AP2 e isso modifica a atividade da proteína-alvo na célula, fazendo com que o processo de endocitose ocorra mais frequentemente.

“Ainda é preciso detalhar melhor como ocorre essa regulação. Descobrir, por exemplo, em qual momento do processo de endocitose a ação da AAK1 é importante”, afirmou.

Triagem
Em busca de uma sonda química que possibilite estudar a AAK1, pesquisadores do centro do SGC sediado na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Estados Unidos, triaram uma biblioteca de moléculas químicas por um método conhecido como high-throughput screening (triagem automatizada em larga escala), um tipo de ensaio bioquímico no qual a enzima é colocada para interagir com centenas de candidatos a inibidor simultaneamente. A coleção de compostos foi cedida pela farmacêutica GSK, uma das parceiras do consórcio.

No centro do SGC na Unicamp, os pesquisadores elucidaram a estrutura tridimensional do complexo formado pela molécula que se mostrou mais promissora nos ensaios de larga escala e a proteína quinase mais semelhante à AAK1 em humanos – denominada BIKE – por um método conhecido como cristalografia de raios X.

“A estrutura cristalográfica revela como se dá o contato íntimo entre a pequena molécula e a proteína. Nos permite identificar qual parte da sonda química é responsável pela grande afinidade que ela demonstra pela AAK1”, explicou Couñago.

Com a colaboração do time de inovação radical do Aché, liderado pelo diretor Cristiano Guimarães, foram feitos estudos computacionais para calcular custo energético durante a estabilização do processo catalítico.

“Essa análise nos mostrou que, quando substituímos na estrutura da pequena molécula candidata a sonda um grupo ciclopropil por um isopropil, sua atividade é dramaticamente reduzida. Isso porque o custo energético para formar o complexo torna-se muito maior, algo que não é possível perceber apenas olhando para a estrutura”, explicou Couñago.

Essa descoberta é importante porque, segundo o pesquisador, permite que essa versão alternativa da pequena molécula com o grupo isopropil seja usada como um “controle negativo” nos experimentos. Isso porque, embora a interação com a AAK1 tenha sido desligada, a candidata a sonda continua interagindo com todas as outras proteínas da célula normalmente.

“Podemos, então, fazer os mesmos experimentos usando a sonda química e usando o controle negativo e depois comparar os resultados. Dessa forma, aumentamos o grau de certeza de que os efeitos biológicos observados com o inibidor são devidos à inibição da função da AAK1”, disse o pesquisador.

Open Science
Um dos princípios-chave do modelo de parceria do SGC é o de “ciência aberta”, ou seja, todos os participantes do consórcio se comprometem a tornar públicos os resultados de suas pesquisas o mais breve possível. Por esse motivo, explicou Couñago, o artigo foi colocado disponível na internet mesmo antes de ser submetido ao processo de revisão por pares.

“Acreditamos que, desse modo, ampliamos a quantidade de pessoas que podem comentar o trabalho para que sejam feitas as correções devidas e aumentamos o impacto das descobertas”, avaliou.

Para o pesquisador, embora a pequena molécula tenha mostrado potencial para se tornar uma sonda química, ainda são necessários mais estudos de controle de qualidade.

“Agora estamos no estágio de captar colaboradores interessados em estudar a via da endocitose e a função da AAK1 nesse processo. O SGC não tem a capacidade de trabalhar com modelos biológicos variados e, por esse motivo, tenta alcançar a comunidade científica o mais cedo possível visando atrair colaboradores”, concluiu Couñago.

O artigo “Development of Narrow Spectrum ATP-competitive Kinase Inhibitors as Probes for BIKE and AAK1” pode ser lido em: http://biorxiv.org/content/biorxiv/early/2016/12/15/094631.full.pdf.

por Karina Toledo
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Jovem quase morre após contaminação por absorvente

Em raro caso, a jovem britânica Phoebee Bambury quase morreu após contrair a Síndrome do Choque Tóxico causada pelo uso de um absorvente interno

Phoebee Bambury, de 19 anos, reconheceu os sintomas do choque tóxico, pois já era familiarizada com a doença. Agora ela se dedica a alertar outras jovens sobre os riscos associados ao uso de absorventes internos e sobre as características da síndrome. (Phoebee Bambury/Reprodução)

Em caso raro, a britânica Phoebee Bambury, de 19 anos, quase morreu após contrair a Síndrome do Choque Tóxico (SCT), causada pelo uso de um absorvente interno. A jovem contou à rede BBC que deu entrada no hospital após reconhecer os sintomas – febre, enxaqueca, dores musculares e vômitos – da contaminação grave causada por bactérias.

A SCT é causada por bactérias que liberam toxinas letais no organismo e caso não seja rapidamente tratada pode culminar em insuficiência renal aguda e até mesmo em morte. Embora possa ser provocada por vários fatores, ela geralmente está associada ao uso de absorventes internos por longos períodos. Tanto que é possível encontrar a descrição dos sintomas da doença em algumas embalagens desses produtos. As marcas também alertam sobre o período máximo de utilização de cada absorvente, que costuma ser de oito horas. No entanto, a jovem afirma que não ultrapassou o tempo limite.

De acordo com a ginecologista Rita Dardes, a forte relação entre a síndrome e o uso de absorventes internos acontece devido ao acúmulo de sangue menstrual associado à composição dos absorventes internos que favorece a proliferação da bactéria. No entanto, a médica reforça que atualmente os casos de SCT devido ao uso de absorventes internos são pouco prováveis pois o material dos absorventes está menos sintético. Mas ressalta que o risco existe, principalmente se a mulher usar o mesmo absorvente por mais de oito horas seguidas. “A troca deve ocorrer no intervalo de duas a quatro horas para evitar o surgimento de fungos e bactérias. Quem tem fluxo intenso deve trocar o absorvente com mais frequência.”, diz.

O coletor menstrual, que tem se popularizado no Brasil, é uma alternativa ao absorvente interno livre do risco de SCT, segundo a especialista. Entretanto, mesmo neste caso há um tempo máximo de uso recomendado: 12 horas seguidas.

Identificação dos sintomas
Phoebe contou à BBC que estava na casa de seu namorado quando percebeu os primeiros sinais. A doença se desenvolve de forma acelerada, então sua atenção foi fundamental para o tratamento imediato da doença .”A princípio, achei que estava com um mal-estar e que me sentiria assim por alguns dias. Você não quer pensar ‘estou tendo um choque tóxico’, mas suspeitei de que esses eram os sintomas, eu precisava checar isso. Tinha todos os sintomas; por isso, telefonei ao serviço de emergência e me disseram que deveria ir ao hospital imediatamente.”, disse a jovem à BBC.

Ao chegar no local, a jovem foi posta no soro e a equipe médica colocou um ventilador a seu lado para tentar reduzir sua temperatura corporal. Os médicos confirmaram, então, que o absorvente que a jovem usada havia provocado a síndrome.

“A mãe de um amigo morreu por choque tóxico, por isso sempre fiquei alerta”, explicou Phoebe, que também havia estudado Farmácia e já conhecia a enfermidade.

Alerta a outras mulheres
Desde que deixou o hospital, há três semanas, Phoebe vem se dedicando a alertar outras mulheres sobre a doença. Ela inclusive já deu diversas palestras em sua universidade.”Acredito que deveríamos falar mais sobre essa síndrome como parte da educação sexual e das conversas sobre o uso de absorventes e preservativos. É impossível para muitas mulheres deixar de usar absorventes, por isso elas precisam ter ainda mais cautela.”, destaca a jovem.

Casos raros
Apesar do caso de Phoebe, a contaminação pela doença é extremamente rara. No Reino Unido, em média, 40 pessoas são diagnosticadas por ano com a doença, das quais apenas duas são fatais. No Brasil, de acordo com informações do Hospital Albert Einstein, são menos de 15.000 casos por ano e os fatores de risco incluem cirurgia recente, feridas abertas e uso de absorventes internos.

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Acupuntura é alternativa para tratar a enxaqueca, diz estudo

Segundo pesquisadores chineses, pacientes tratados tiveram redução média no número de crises de 5 vezes por mês para 3 episódios mensais

Os especialistas escolheram quatro "pontos" específicos de acupuntura para tratar os pacientes que sofrem de enxaqueca (iStockphoto/Getty Images)

Para milhões de pessoas, as dores causadas pela enxaqueca podem ser tão intensas e debilitantes que um alívio parece ser impossível. Diante desse problema, pesquisadores e empresas farmacêuticas estão sempre em busca de novas opções de tratamento. Um novo estudo publicado na última segunda-feira, no jornal JAMA Internal Medicine, aponta que a acupuntura pode ser útil para reduzir a frequência dos tipos mais comuns de enxaqueca, segundo informações da CNN.

Para o estudo, pesquisadores chineses acompanharam pacientes que estavam enfrentando a condição por pelo menos um ano. Eles foram tratados por acupunturistas treinados e licenciados, com quatro ou cinco anos de experiência clínica cada. Os voluntários foram separados em dois grupos: um deles foi submetido a um tratamento ‘placebo’, apenas uma simulação da terapia, e o outro recebeu as sessões com base na verdadeira acupuntura.

Os especialistas escolheram quatro “pontos” específicos de acupuntura para tratar os pacientes do primeiro grupo. Depois de cinco meses recebendo o tratamento cinco vezes por semana, os doentes relataram melhora. Houve uma redução no número médio de enxaquecas de 5 vezes por mês para 3, sem eventos adversos que exigissem intervenção médica especial.

Enxaquecas são dores de cabeça intensas e latejantes que podem durar horas ou até mesmo dias. “A enxaqueca é um estado anormal do cérebro onde ele se torna hipersensível a estímulos externos”, explica a médica Amy Gelfand, professora assistente de neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos. Não se sabe muito sobre a origem e os efeitos do distúrbio, mas há fortes indícios de que há um componente genético. “O impacto da enxaqueca é muitas vezes desvalorizado, de modo que toda pesquisa sobre o assunto é importante. Embora os medicamentos preventivos existam, eles não são necessariamente eficazes para todos os pacientes e podem causar efeitos colaterais graves”, conclui Amy.

A toxina botulínica, conhecida pelo uso cosmético, é aprovado pela FDA, agência de controle de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, para a prevenção da enxaqueca. Especialistas afirmam que o botox pode bloquear a transmissão de sinais de dor entre as células nervosas. A falta de opções que garantam alívio completo têm levado as pessoas a procurarem tratamentos alternativos, incluindo ioga e meditação.
Alimentos e enxaqueca

O impacto do consumo de alimentos como presunto, salsicha e bacon para o desencadeamento de uma crise tem sido estudado pelos cientistas. Conservantes como nitratos e nitritos, geralmente encontrados nas carnes processadas, podem provocar as fortes dores de cabeça. O glutamato monossódico também é considerado um gatilho para enxaquecas e pode ser encontrado em alimentos industrializados, como sopas e molhos.

Além disso, o álcool é um antigo conhecido dos especialistas no assunto. Estudos já mostraram que pessoas que costumam ter enxaquecas são mais vulneráveis a ter ressaca após o consumo de bebidas alcoólicas do que aquelas que não costumam. Os sulfitos, que servem como antibacterianos e antioxidantes em vinhos industrializados, também podem explicar a relação entre a bebida e a ressaca.

Outra substância associada à enxaqueca é a tiramina, presente em queijos, vinhos e outros alimentos fermentados. Elas contribuem para o funcionamento do cérebro, mas em altas quantidades ou até mesmo para pessoas mais sensíveis, podem provocar crises. Para controlar ou evitar as crises, especialistas aconselham manter um “diário”. Assim, é possível monitorar quais alimentos e comportamentos podem estar relacionados às dores de cabeça.

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Hepatite C, uma doença traiçoeira

Quando não tratada, a Hepatite C pode causar cirrose e até câncer de fígado. Mas graças à evolução do tratamento, a cura estimada é superior a 90%

Ilustração do vírus da Hepatite C (Dr_Microbe/iStock/Getty Images)

O vírus da Hepatite C pode causar doença aguda e crônica. O processo agudo é auto-limitado, raramente causa falência hepática mas, usualmente, leva à doença crônica. A doença crônica progride durante muitos anos, de forma silenciosa e traiçoeira, até atingir a forma de cirrose e de câncer de fígado.

A principal forma de transmissão do vírus C é através da transfusão de sangue infectado. A transmissão perinatal também pode ocorrer. O uso de bebida alcoólica, maconha e a obesidade podem acelerar a evolução da doença. Por outro lado, duas ou três xícaras diárias de café podem ajudar o fígado.

Muitos pacientes infectados com o vírus C reclamam de cansaço e depressão, sintomas que melhoram quando a doença é tratada. Alguns medicamentos devem ser evitados nos quadros graves da doença, como os anti-inflamatórios e, quando utilizar o acetaminofeno, droga associada a piora do fígado, não se deve ultrapassar a dose de 2 gramas por dia.

Os pacientes com doença crônica devem ser vacinados para a Hepatite B e contra o pneumococos, bactéria que pode causar pneumonia, meningite e infecção nos ouvidos. A possibilidade de um doente com a forma avançada da doença evoluir para o câncer de fígado é de 1% a 4% por ano. Portanto, devem ser acompanhados, no máximo, a cada seis meses pelo seu médico.

Os novos medicamentos utilizados para o tratamento são muito eficientes e os pacientes são considerados curados na proporção de 97% a 100% quando a pesquisa do vírus no sangue persistir negativa após o final de 12 semanas de tratamento.


Por David Uip
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Anvisa suspende propaganda da fosfo, a “pílula do câncer”

A medida foi motivada pela propaganda sobre a qualidade terapêutica da fosfoetanolamina na forma de suplemento -- o que é proibido pela Anvisa

As publicidades dos suplementos alimentares a base de fosfoetanolamina das marcas Quality Medical Line e New Life enaltecem as propriedades terapêuticas dos produtos e isso é proibido pela legislação brasileira. (Divulgação)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão das propagandas dos suplementos a base de fosfoetanolamina das marcas Quality Medical Line e New Life. As medidas, publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira foram motivadas pela divulgação de possíveis propriedades terapêuticas dos produtos pela publicidade das marcas, o que é proibido pela legislação sanitária brasileira.

As resoluções citam especificamente as propagandas divulgadas nas páginas das marcas no Facebook, mas ressaltam que as determinações se estendem a qualquer mídia.

Na página da Quality Medical Line no Facebook, a fosfoetanolamina é apresentada como um suplemento que “fortalece seu sistema imunológico e inibe disfunções celulares e metabólicas”. A suposta propriedade anti-câncer não é diretamente mencionada, mas a descrição do produto afirma que o suplemento “ativa a eliminação das células defeituosas de forma controlada”.

Já o suplemento da New Life, produzido por um grupo diferente, alega que o produto foi desenvolvido com base nos estudos de uma cientista canadense. A embalagem afirma que ele é “recomendado para apoiar o tratamento de câncer, diabetes, Alzheimer, esclerose múltipla e outros”.
Propaganda proibida, importação permitida

De acordo com informações do G1, embora nenhum desses produtos seja produzido no Brasil – ambos têm autorização de produção nos Estados Unidos e devem ser fabricados por laboratórios no local – a publicidade direcionada ao público brasileiro deve seguir a legislação da Anvisa. E apesar da ausência de registro de suplemento alimentar pela Anvisa, a agência informou que sua importação por consumidores brasileiros é permitida.

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Anvisa determina suspensão do anticoncepcional permanente Essure

O produto foi classificado com risco máximo pela agência e foi tirado de circulação na segunda-feira

O implante de níquel e titânio é introduzido nas tubas uterinas, provocando uma reação que obstrui as trompas em 90 dias e impede que a mulher engravide (Bayer/Divulgação)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou esta segunda-feira um comunicado que determina a suspensão do anticoncepcional Sistema Essure, registrado pela empresa Commed Produtos Hospitalares e fabricado pelo grupo alemão Bayer. Segundo o órgão do governo, relatórios técnico-científicos revelaram que o contraceptivo pode “provocar alterações no sangramento menstrual, gravidez indesejada, dor crônica, perfuração e migração do dispositivo, alergia e sensibilidade ou reações do tipo imune” e, por isso, foi classificado como de risco máximo. Com a nova resolução, a importação, distribuição e comercialização do produto fica proibida em todo o território nacional.

Efeitos colaterais
O produto foi lançado com a promessa de ser o método contraceptivo permanente mais eficaz disponível no mercado. O sistema consiste em um dispositivo de titânio e níquel que é implantado no primeiro terço da tuba uterina, expandindo-se ao ser liberado e provocando uma reação na qual as trompas são completamente obstruídas em 90 dias.

Segundo os desenvolvedores, estudos clínicos demonstraram que, em cinco anos de acompanhamento, nenhuma gravidez indesejada foi registrada com o uso de Essure e, em seis meses, nenhuma abertura do implante foi observada. Porém, no portal oficial do produto, um aviso aparece em destaque alertando que algumas usuárias podem apresentar “eventos adversos” semelhantes aos descritos pela Anvisa. Em alguns países, como a França e os Estados Unidos, mulheres que recorreram ao procedimento também alegaram ter efeitos colaterais semelhantes após a aplicação.
Segurança comprovada

A assessoria de imprensa da Commed informou a VEJA que a comerciante foi “surpreendida” pela decisão da Anvisa, uma vez que o contraceptivo estava aprovado desde 2009 no Brasil e teve sua “eficácia e segurança comprovadas por inúmeros estudos nacionais e internacionais”. Em nota, a empresa afirma que está apurando junto às autoridades os motivos que levaram à suspensão do produto.

A Bayer, fabricante do Essure, também foi procurada. Porém, até o momento desta publicação, não havia se manifestado.

Por Leticia Fuentes
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Por que o carboidrato virou vilão?

Com a correria do mundo moderno o consumo de carboidratos passou a ser mais intenso, mas excluí-lo da dieta pode ser prejudicial à saúde

Carboidrato (iStock)

A primeira vez que se tem registro da proposta de redução drástica de alimentos fonte de carboidrato para perda de peso foi em 1863, feita por William Banting (1796-1878), um agente funerário inglês, ex-obeso que detalhava em um panfleto, seu caminho para a magreza. A dieta consistia basicamente na retirada de pães, cereais, massas e doces e se baseava em vegetais, gordura e proteína.

A “dieta de Banting” se tornou muito popular na época e foi remasterizada na década de 70, pelo cardiologista americano Robert Atkins que propôs uma dieta pobre em carboidrato e rica em gordura/proteína para controle do peso e doenças metabólicas. Desde então, vários estudos têm tentado explicar a perda de peso rápida em curto prazo com a suspensão dos carboidratos na alimentação e, quase 30 anos depois, essa moda de cortar os carboidratos da dieta voltou a fazer sucesso, e se mantém até hoje, com variações de conteúdo, mas com a mesma proposta.


Mas será que são mesmo dietas mais eficazes?
Com a correria do mundo moderno, dificuldade de preparo das refeições em casa e aumento do acesso à comida rápida, o consumo de carboidratos passou a ser mais intenso. Reduzimos o consumo de alimentos básicos e aumentamos os ultra-processados. Quem não acha mais prático e rápido fazer um lanche, comer um pacote de bolachas ou preparar um desses risotos ou macarrões instantâneos?

Os alimentos fonte de carboidrato são nossa principal fonte de energia e a população tem aumentado o aporte de energia total, principalmente através do aumento do consumo de carnes processadas, sucos, bolos, salgados, refrigerantes, doces, pizza, salgadinhos industrializados, biscoito recheado e bebidas alcoólicas, segundo dados da POF/IBGE 2008-2009, e, precisamos lembrar que a ingesta exagerada, ou seja, maior que a necessidade diária, de forma prolongada, leva ao aumento dos estoques de gordura corporal e consequentemente do peso.

Além disso, o carboidrato pode se relacionar à obesidade quando ingerido em excesso, pois estimula a liberação de insulina, hormônio que favorece o aumento do apetite (podendo, por isso, dar sensação de perda de controle), maior acúmulo de gordura, maior retenção hídrica, aumento dos níveis dos triglicerídeos e o aumento do tamanho das células de gordura.

Assim, o corte do carboidrato da dieta leva a uma perda de peso rápida nos primeiros dias principalmente porque induz a uma redução no total de energia ingerido e faz os níveis de insulina caírem, mas também porque força o corpo a funcionar em uma espécie de “estado de emergência”. Essa perda de peso brusca inicial pode estimular as pessoas a tentar seguir essa alimentação.

Entretanto a alimentação fica restritiva, pouco variada, monótona e por isso muito difícil de aderir em longo prazo, levando, frequentemente ao reganho de peso e a episódios de compulsão alimentar. Além disso, como a molécula de carboidrato também carrega água, quando o retiramos reduzimos também a água, podendo levar a uma sensação de leveza, mas que nem sempre é sinônimo de perda de gordura.

Outra questão ainda não solucionada pelos estudos é se a elevação dos níveis de insulina é causa ou efeito do sobrepeso. A hiperinsulinemia não é benéfica como já citado, mas a insulina tem uma função no controle do gasto energético, estimulando o sistema nervoso central e a regulação de outro hormônio, chamado leptina, que também atua na indução da saciedade.

Os carboidratos têm ampla função no organismo, não só como fonte de energia (para que possamos exercer nossas atividades diárias, para o crescimento, lactação, gestação, atividade física), mas também possibilitando o funcionamento normal de várias vias metabólicas, dentre eles a própria queima de gordura e aumento da massa muscular.

Estudos mostram que após 12 meses de dieta balanceada versus pobre em carboidrato a perda de peso é semelhante e não existe comprovação científica da associação do ganho de peso com o comer carboidrato à noite. Em longo prazo, essas dietas podem levar a complicações como deficiências vitamínicas, nefrolitíase, osteoporose, hipoglicemia, fraqueza, prisão de ventre, dor de cabeça, letargia, náusea, mau hálito, alterações de humor e prejuízos ao sistema imunológico.

Podemos concluir que o carboidrato é um vilão quando em excesso constante e quando usado sem balanceamento com os outros nutrientes. A adoção de um estilo de vida saudável, através de uma alimentação variada, com todos os grupos alimentares, ainda é a maneira mais eficaz e sustentável em longo prazo de se manter saudável.


Por Claudia Cozer Kalil
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