sábado, 7 de novembro de 2015

Suplementos de cálcio não melhoram a saúde dos ossos

Dois novos estudos mostram que não existem evidências que o aumento do consumo do mineral seja capaz de aumentar a densidade óssea e previnir fraturas


Leite e regime
Os estudos não encontraram evidências entre um maior consumo de cálcio por meio da alimentação ou de suplementos e a redução da osteoporose e o aumento da densidade óssea(Digital Vision/Thinkstock/VEJA)
Aumentar o consumo de cálcio não melhora a saúde óssea e nem ajuda a reduzir o risco de fraturas em pessoas com mais de 50 anos. Inclusive, o consumo exagerado de suplementos pode causar diversos efeitos colaterais como problemas estomacais, pedras nos rins, constipação e até doenças cardiovasculares. É o que dizem dois novos estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, publicados na revista científica The BMJ.

Um dos estudos analisou os resultados de 59 pesquisas realizadas anteriormente sobre a relação entre o cálcio e a densidade óssea. De acordo com os cientistas, aumentar o consumo diário de cálcio, seja na alimentação ou por meio de suplementos, elevou em até 2% a densidade óssea. Entretanto, segundo a pesquisa, esse aumento não é suficiente para reduzir o risco de fratura. Por exemplo, as mulheres na pós-menopausa perdem, em média, 1% de densidade óssea por ano.

O segundo estudo analisou 40 pesquisas que relacionavam o consumo de cálcio por pessoas com mais de 50 anos e o impacto disso na ocorrência de fraturas. De acordo com os resultados, a ingestão da substância não aumentou nem reduziu o risco. Em relação à ingestão de suplementos, o estudo também não encontrou evidências consistentes que confirmem os benefícios para a saúde óssea.

"Não há associação entre o risco de fraturas e o consumo de cálcio por meio da alimentação e não existem estudos clínicos que mostrem que o aumento deste consumo previna fraturas. Quanto aos suplementos à base de cálcio, as evidências também são fracas e inconsistentes. O risco moderado de efeitos colaterais causados pela ingestão de cálcio em excesso parecem superar as pequenas reduções na perda da densidade óssea destas pessoas", escreveram os autores.

Diante dos resultados, o autores sugerem que sejam feitas alterações nas políticas públicas de saúde para que o aumento da ingestão diário de cálcio por meio de suplementos ou através de fontes alimentares deixe de ser recomendado. As diretrizes atuais indicam a ingestão de 1.000 a 1.200mg de cálcio diariamente para os idosos.

fonte:veja.abril.com.br
(Da redação)
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