terça-feira, 3 de junho de 2008

Brasil tem 130 insetos e invertebrados terrestres ameaçados de extinção

Publicada em 02/06/2008 às 20h48mO Globo Online
Mapa dos insetos ameaçados de extinção - Divulgação

RIO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, nesta segunda-feira, o primeiro mapa de insetos e outros invertebrados terrestres da Fauna brasileira ameaçados de extinção. Baseado em um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2003, o mapa mostra a distribuição, no território brasileiro, das 130 espécies e subespécies ameaçadas de desaparecer. Ao todo, 96 insetos, incluindo abelhas, besouros, formigas, borboletas, libélulas e mariposas, e 34 invertebrados terrestres, como aranhas, opiliões, pseudoescorpiões, gongolos, caracóis, minhocas e outros, constam da lista.

O estado com maior número de espécies ameaçadas é São Paulo (46), seguido por Rio de Janeiro (41) e Minas Gerais (35). Espírito Santo e Bahia (24 espécies cada um) ocupam o quarto lugar, seguidos por Santa Catarina (13), Rio Grande do Sul (9), Paraná (7), Goiás (6), Pernambuco (5), Mato Grosso (4), Pará e Paraíba (3 cada um), Mato Grosso do Sul e Amazonas (2 cada um). Acre, Rondônia, Ceará e Alagoas tem, cada um, apenas uma espécie sob risco de desaparecer.

" O grande número de espécies em risco preocupa. Os principais motivos do desaparecimento desses animais são a devastação das florestas e a especulação imobiliária "

- Esse grande número de espécies em risco preocupa. Os principais motivos do desaparecimento desses animais são a devastação das florestas e a especulação imobiliária - diz a bióloga Licia Leone Couto, do IBGE.

O mapa cita, ainda, quatro espécies que já teriam entrado para a lista de animais instintos do Ibama: a formiga Simopelta minima, que ocorria na Bahia, a libélula Acanthagrion taxaense, do Rio de Janeiro, e as minhocas Fimoscolex sporadochaetus (conhecida como minhoca branca) e Rhinodrilus fafner (minhocuçu ou minhoca gigante), que tinham ocorrência em Minas Gerais.

Ilustrado com desenhos dos animais e tendo como pano de fundo a vegetação primitiva, a área antropizada (modificada pelo homem) e a delimitação dos biomas, o mapa pode ser adquirido por R$ 15 nas livrarias do IBGE em todo o país e também na loja virtual do instituto, pelo site www.ibge.gov.br . Também na página da internet, é possível acessar o mapa, tanto por meio do link "Mapas", na seção "Canais", como na seção "Download", na área de "Geociências".

O mapa traz os nomes das classes, ordens e famílias a que pertencem as espécies, bem como seus nomes científicos e populares, categorias de ameaça (extintas, criticamente em perigo, em perigo e vulnerável) e distribuição geográfica.

A mais recente lista de animais ameaçados divulgada pelo Ibama (2003 e 2004) reúne ao todo 632 espécies/ subespécies dentre animais terrestres e aquáticos. Em 2006, o IBGE já havia lançado o mapa das aves ameaçadas; em 2007, divulgou o mapa de mamíferos, anfíbios e répteis; e a inda neste ano de 2008 deve publicar o último mapa da série, com informações sobre peixes e invertebrados aquáticos.

O conjunto de espécies animais brasileiras é um valioso recurso e um imenso patrimônio natural, cultural e econômico, mas tanto a devastação da cobertura vegetal quanto as formas de extrativismo têm contribuído consideravelmente para sua dizimação, o que significa perda de biodiversidade. O desaparecimento dos habitats naturais é um dos principais fatores que aceleram o processo de extinção dos animais - ao lado de outros como a caça predatória, a poluição e a perseguição a espécies de valor econômico ou ornamental.

Os estudos sobre a fauna sob risco de extinção vêm sendo realizados pelo IBGE desde o fim dos anos 1980, fundamentalmente com base nas listas do Ibama e complementados por informações levantadas em diferentes instituições de pesquisas e na literatura especializada. Os estudos produzem informações que são armazenadas no banco de dados dos cadastros de fauna, que, por sua vez, geram os mapas. Ao divulgar espacialmente o estado atual de preservação da fauna, o IBGE contribui na orientação de possíveis programas de recuperação das espécies ameaçadas e no despertar da consciência ambiental.

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