sábado, 1 de maio de 2010

Postos de Saúde chamam para “recall” da vacina

01 de maio de 2010
DOSE SEM VALOR
Zero Hora
Pessoas que receberam substância equivocada em Porto Alegre e Santa Maria devem voltar a postos

Erros na administração da vacina contra a gripe A em dois postos de saúde, de Porto Alegre e Santa Maria, levaram as unidades a convocar 285 pessoas a refazer o procedimento. Na Capital, são chamadas 150 pessoas que receberam a dose na unidade do bairro Santa Cecília, nos dias 22 e 23 de março, e, em Santa Maria, outras 135 que passaram pela Estratégia Saúde da Família (ESF) do bairro São João, em 24 de abril.

Em vez de receberem doses completas, capazes de imunizá-las contra a gripe A, essas pessoas foram vacinadas com um produto que não tem efeito algum.

Trinta e oito dias após o incidente na Capital, a Secretaria Municipal da Saúde desconhece o que aconteceu. Técnicos sabem apenas que, por algum motivo, a vacina foi aplicada de forma incorreta. De acordo com Anderson Araújo de Lima, responsável pela Coordenação-geral de Vigilância em Saúde, para terem efeito, as doses fabricadas pelo laboratório GSK precisam ser misturadas com uma substância conhecida como adjuvante – um líquido que estimula o antígeno, responsável pelo efeito imunizador, e torna a vacina eficiente.

– Durante todo o dia 22 e parte do dia 23 de março, 150 pessoas receberam apenas o adjuvante, sem o antígeno. O adjuvante, sozinho, não tem efeito algum, mas também não oferece risco ao paciente – detalha Lima.

É como se os usuários tivessem recebido placebo. Na Capital, além do GSK, são ministradas vacinas fabricadas pelo laboratório Pasteur, que não exige a mistura. Lima não sabe o número de vacinas disponíveis na rede pública de saúde produzida por cada um dos laboratórios.

Como quem se vacina não deixa telefone ou endereço, funcionários do Santa Cecília fizeram uma busca através da lista telefônica para localizar os supostamente imunizados. Como a ação foi ineficaz, afixaram um cartaz no posto alertando para necessidade de retorno – sem informar o motivo.

– Aproximadamente 20 crianças já voltaram. O importante é não colocar em dúvida a vacinação – pondera.

O supervisor de vendas Marcos Cerutti, 23 anos, tomou conhecimento quinta-feira de que a vacina que deixou o seu braço esquerdo dolorido era inoperante. E não por intermédio de funcionários da saúde.

– A mãe de um amigo me alertou de que era necessário voltar ao posto. Por que não comunicaram logo os meios de comunicação? – critica.

Uma servidora foi afastada do trabalho com as vacinas, e um processo administrativo será instaurado. Até 28 de abril, 24.960 crianças, 12.123 gestantes e 156.870 jovens foram imunizados na Capital.

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