sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Terceira Idade: A Nova Meia-Idade

Se você está chegando aos 50 anos, faça o teste: pegue sua fotografia mais recente e a compare com uma de seu pai (no caso dos homens) ou de sua mãe (para as mulheres) na mesma faixa de idade. A chance de você estar mais bem conservado do que ele ou do que ela é enorme. Uma das grandes diferenças da atual geração de quarentões e de cinqüentões em relação à turma que estava nessa faixa etária há vinte ou trinta anos é a necessidade de se conservar jovem. "É a chamada geração Peter Pan", diz o gerontologista mexicano Fernando Torres-Gil, diretor do centro de pesquisas em envelhecimento da universidade americana da Califórnia, numa referência ao personagem das histórias infantis que não queria crescer. "Essas pessoas não aceitarão ser chamadas de velhas nem mesmo quanto tiverem 60 ou 70 anos de idade."

As pessoas da nova geração da meia-idade, de modo geral, adquiriram o hábito de fazer ginástica poucos anos atrás, depois de atravessar a juventude inteira dando pouquíssima importância à forma física. Passaram a se preocupar com a qualidade da alimentação após décadas de devoção às frituras e à lasanha. E derrubaram as barreiras que separavam a moda dos adultos da moda dos jovens. Suas roupas têm cortes bem parecidos com os modelos usados pela turma que está na casa dos 20. Esse é o lado glamouroso da nova turma de meia-idade. O problema é que, por trás dessa aparência jovial, há mais que um estilo de vida. Há também muitas exigências que seus pais, por mais velhos que aparentassem, jamais tiveram de enfrentar. Para a geração Peter Pan, conservar a aparência não é só um traço de vaidade. Em alguns casos é uma questão de necessidade. Esse é o xis da questão.

Trabalho - O trânsito pela casa dos 40 anos significava, até a geração passada, o início da contagem regressiva em direção à aposentadoria. Era nessa época que as pessoas começavam a merecer respeito dos colegas mais jovens em razão da experiência adquirida durante a carreira, que, em muitos casos, começava e terminava numa mesma organização. Hoje em dia, o profissional está no auge da carreira. E os cabelos brancos e a barriguinha discreta que no passado inspiravam respeito passaram a ser motivo de críticas. São sinais que mostram o profissional como antiquado e lento. Por essa razão, diz o consultor de recursos humanos Marcelo Mariaca, quem entra na casa dos 50 tem mais razões que os jovens para cuidar da aparência e não deve ter vergonha de apelar para os recursos que a ciência pôs a sua disposição. "Para os que têm mais de 50 anos, cuidar do visual e dos modelos das roupas é praticamente uma obrigação", afirma Mariaca, ele mesmo um cinqüentão. "Não vejo nada de errado com quem tinge o cabelo e faz lipoaspiração."

Vida afetiva - Outra exigência que pesa sobre a turma de meia-idade diz respeito ao casamento. Cerca de vinte anos atrás, quem chegava aos 50 alcançava um ponto de equilíbrio que dificilmente seria abalado. Hoje, nessa faixa etária, muita gente está apenas começando ou querendo começar tudo de novo. (E todo mundo sabe que aparência é meio caminho quando o assunto é paquera e namoro.) O número de divórcios vem aumentando não apenas entre os casais com menos de dez anos de vida em comum. As separações também alcançam casais que já comemoraram as bodas de prata. E mais: se no passado uma separação nessa faixa de idade era uma espécie de fim de linha para as mulheres, o significado atualmente é bem diferente. Há dois anos, a paulistana Maria Luiza de Aguiar e Dias, 52 anos, desfez seu casamento de 28 anos. Como os filhos estavam criados, ela resolveu investir na própria saúde e bem-estar. Matriculou-se na Fórmula, uma das mais badaladas academias de ginástica de São Paulo, e prestou vestibular para ciências sociais. "Achei que era hora de cuidar de mim, de me atualizar", diz Maria Luiza. "Não tenho medo de envelhecer, apenas quero estar preparada para isso", revela.

Medo de envelhecer - Os especialistas consideram que os hábitos saudáveis adquiridos pelas pessoas de meia-idade muitas vezes refletem apenas o temor de envelhecer, próprio de uma geração que tem no currículo mais conquistas que qualquer outra que a precedeu. "Esse medo gera angústia e, em muitos casos, depressão", afirma o psicólogo Nicola Centrone, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A questão ainda não resolvida é que a necessidade de se manter jovem não consegue deter o processo de envelhecimento. E o medo de envelhecer pode impedir que a pessoa viva e aproveite bastante o momento atual - que sempre pode ser um ponto de partida para novas possibilidades.


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