terça-feira, 11 de agosto de 2009

Alzheimer: Juntar exercício físico e dieta mediterrânica reduz risco até 60 por cento - estudo

Fonte: Expresso
Lisboa, 11 Ago (Lusa) - O exercício físico e a dieta mediterrânica podem, quando associados, reduzir até 60 por cento o risco da doença de Alzheimer, segundo um novo estudo hoje divulgado por uma revista médica norte-americana.

Estudos anteriores tinham já salientado, mas separadamente, os efeitos benéficos da actividade física e da dieta na redução do risco de contrair aquela doença neurodegenerativa, sendo este o primeiro a explorar a associação dos dois comportamentos.

"Muitas vezes, as pessoas que fazem exercício físico seguem também dietas saudáveis e vice-versa. Quisemos saber qual dos dois comportamentos implica menos riscos e se a junção dos dois os reduz ainda mais", afirmou o principal autor do trabalho, Nikos Scarmeas, professor de neurologia clínica no Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

O trabalho - publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) - envolveu uma amostra multiétnica de 1880 residentes no norte de Manhattan (Nova Iorque), com 77 anos de média de idade. Foram inquiridos sobre os seus níveis de actividade física e hábitos alimentares, e seguidos para escrutinar quais deles desenvolveram Alzheimer nos cinco anos e meio seguintes.

De acordo com as respostas sobre o exercício físico, os participantes foram divididos em três categorias: actividade vigorosa (jogging, por exemplo), moderada (caminhada, ciclismo) ou leve (golfe, jardinagem). Quanto à comida, as respostas foram classificadas em nove categorias alimentares que, em conjunto, compõem uma dieta de tipo mediterrânico.

Esta dieta caracteriza-se em termos gerais por um elevado consumo de peixe, vegetais, legumes, fruta, cereais e ácidos gordos mono-insaturados, relativamente poucos produtos lácteos, carne e gorduras saturadas, e consumo moderado de álcool.

O estudo constatou uma redução de 33 por cento no risco de Alzheimer nos indivíduos fisicamente activos e de 40 por cento nos seguidores da dieta mediterrânica. Foi observada ainda uma redução gradual de até 60 por cento do risco nos que praticavam muito exercício físico e tinham hábitos alimentares saudáveis.

"Aparentemente, quanto maior o desempenho em termos de exercício físico e dieta, mais baixo é o risco de Alzheimer", afirma o autor, acrescentando que até os mais baixos níveis de actividade física parecem estar associados a um efeito protector contra a doença.

No seu entendimento, "a conclusão é importante porque mostra que as pessoas podem ser capazes de alterar o seu risco de desenvolver Alzheimer se mudarem o estilo de vida através da dieta e do exercício".

Adverte todavia que se trata de um estudo epidemiológico, observacional, e que só um ensaio clínico poderá fornecer informação adicional para ajudar a esclarecer o papel desses comportamentos e revelar outros factores que possam também contribuir.

"Sabemos que parte da doença de Alzheimer está relacionada com alterações genéticas", afirmou. "Mas é possível que alterações não genéticas, como estilo de vida e o comportamento, afectem também a saúde do cérebro e o risco de desenvolver doenças cerebrais, como Alzheimer, talvez em combinação com a predisposição genética".

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