quarta-feira, 21 de abril de 2010

De dieta? Diz que ovos e fritos ajudam a perder peso

por Marta F. Reis
Doze conclusões científicas surpreendentes põem em causa tudo o que julgávamos saber sobre dietas
O ano passado, um estudo da Marktest revelava que 22% dos portugueses dizia ter feito dieta nos últimos 12 meses (dados de 2008). Os últimos estudos sobre obesidade em Portugal revelam que mais de metade da população (53%) tem excesso de peso. O problema é maior entre quem não se preocupa tanto, ou seja, os homens e não as mulheres.

Com o Verão a caminho, apesar de uma Primavera um tanto ou quanto periclitante, é provável que muitos estejam a pensar em aumentar a intensidade do treino no ginásio, acordar um par de horas mais cedo para ir fazer jogging ou simplesmente comer menos - e melhor.

Mas, para mal dos nossos pecados, a solução não é assim tão simples. Há pelo menos dois problemas com as dietas: primeiro, são muitas; depois, não funcionam da mesma maneira com toda a gente. A atenuante é que, no limite, todas têm em comum passos saudáveis como comer fruta, beber água, trocar arroz, massa e batatas em excesso por mais vegetais e fazer exercício. Ou não?

Nos últimos cinco anos, a ciência encarregou-se de destruir aparentes verdades incontestáveis das fórmulas da perda de peso. Quem diria que comer dois ovos ao pequeno-almoço ajudava a perder peso, como concluíram investigadores da Universidade de Luisiana nos EUA? Ou que o estado de espírito influencia o resultado da dieta? Ou que a obesidade é "socialmente contagiosa"?

O i explica-lhe esta e outras 11 conclusões tão surpreendentes como polémicas numa espécie de "MythBusters: Caçadores de Mitos" das dietas. A Presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), Alexandra Bento, comenta as descobertas mais recentes e dá algumas dicas à partida. Motivação e conta peso e medida na dieta que se escolhe são regras de ouro. Acrescente-se alguma paciência. Ninguém emagrece de um dia para o outro. Se está disposto a uma dieta criativa, experimente a não dieta: basta ser um bocadinho diferente todos os dias.

OS MITOS DAS DIETAS QUE A CIÊNCIA ARRASOU

Quanto mais exigente o exercício, melhor
Nem por isso, responderam cientistas da Universidade de McMaster, no Canadá, num artigo divulgado este Março.
Os investigadores descobriram que dez sprints de apenas um minuto numa bicicleta estacionária, três vezes por semana e com intervalos de um minuto permitem os mesmos resultados que dez horas de bicicleta num período de duas semanas. Neste momento, sente-se tão estúpido como nós?
* Além do trabalho muscular há outros factores que pesam na saúde. Para se obterem ganhos em saúde é necessário incentivar o incremento da actividade física.

O chocolate fica na gaveta até ao próximo Natal
Um estudo alemão publicado no “European Heart Journal” seguiu 19.457 adultos durante um período de dez anos e concluiu que os que comiam mais chocolate, numa média de 7,5 gramas por dia, tinham 39% menos risco de acidente cardiovascular. Um quadrado de chocolate faz a diferença, garantem.
* Uma alimentação rica em flavonóides, como os que existem nos frutos vermelhos e também no chocolate, protege de inflamações causadas pelas substâncias que oxidam as células (os radicais livres) e causam doenças como o cancro.

Diários? São só para estados de alma
Até pode ser verdade, mas em 2008 investigadores do Kaiser Permanente’s Center for Health Research, nos EUA, descobriram que manter um diário das refeições enquanto se faz dieta garante o dobro dos resultados. “Apontar encoraja as pessoas a consumir menos calorias”, apontou Jack Hollis, autor do estudo no “American Journal of Preventive Medicine.” É como uma ida diária ao confessionário. Ajuda a reflectir sobre a culpa.
* A percepção dos erros alimentares cometidos é mais efectiva, pelo que ajuda no controlo alimentar necessário para a perda de peso.

Fritos e outras gorduras só ao fim-de-semana
Esta é tão inédita, que os especialistas pedem cuidado na hora de a pôr em prática. Uma experiência com ratinhos publicada no “Journal of Obesity” concluiu que comer só cereais e pôr de lado a gordura na primeira refeição do dia faz com o corpo fique formatado para queimar só hidratos de carbono. Outro estudo de 2008 da Universidade do Luisiana revelou que comer dois ovos ao pequeno-almoço aumentava a perda de peso em 65%.
* O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Por isso, é preciso ter cuidado com os excessos. E também com estes estudos – e não esquecer o exercício físico e a alimentação saudável.

A matemática domina o reino das calorias
Esta é tão inédita, que os especialistas pedem cuidado na hora de a pôr em prática. Uma experiência com ratinhos publicada no “Journal of Obesity” concluiu que comer só cereais e pôr de lado a gordura na primeira refeição do dia faz com o corpo fique formatado para queimar só hidratos de carbono. Outro estudo de 2008 da Universidade do Luisiana revelou que comer dois ovos ao pequeno-almoço aumentava a perda de peso em 65%.
* O pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Por isso, é preciso ter cuidado com os excessos. E também com estes estudos – e não esquecer o exercício físico e a alimentação saudável.

Quanto menos gordura melhor
A descoberta no ano passado de que os adultos também têm gordura castanha, o tipo de gordura presente na primeira infância (que transforma energia em calor) lançou a corrida a uma nova arma contra a obesidade. Cientistas estão a trabalhar numa forma de converter a gordura má (amarela) em gordura boa.
* Este tipo de gordura existe em especial quantidade nos bebés, dado o seu elevado metabolismo e necessidades de crescimento. O aumento deste tipo de tecido adiposo no organismo dos adultos levará a um aumento do metabolismo, ou seja um aumento das necessidades e gasto energético.

Há dezenas de dietas à escolha
É a dieta da sopa, a dieta de Atkins, a dieta de South Beach... Desde os anos 70 que inventar dietas e promovê-las como “a dieta” é uma moda paralela às preocupações com saúde. Os cientistas defendem agora que encontrar a dieta ideal passa por estudar o metabolismo da pessoa – e só depois encontrar o regime certo. Para já, seria importante definir o metabolismo humano, tal como se sequenciou o genoma. E a partir daí perceber como é que interfere no excesso de peso e obesidade.
* É importante conhecer o metabolismo individual para que a alimentação seja ajustada a ele. Cada pessoa tem necessidades diferentes, quer de energia quer de nutrientes.

EU, quilos a mais? nunca...
A obesidade é contagiosa. A polémica surgiu com um estudo publicado em 2007 no “The New England Journal of Medicine”. Investigadores de Harvard concluíram que uma pessoa tem 57% mais hipóteses de engordar quando tem um amigo obeso, 40% se tem um irmão com excesso de peso e 37% se o seu companheiro/a tem peso a mais.
* A influência dos pares é fundamental para a aquisição de hábitos saudáveis. Ou seja, quando um indivíduo tem amigos que comem de forma desregrada tende a ter o mesmo comportamento. O contrário também ocorre, se o grupo de amigos tem uma alimentação saudável este tenderá a ter o mesmo hábito.

Então o álcool é para esquecer
Mais uma descoberta improvável no reino da nutrição. Um estudo publicado em Março por investigadores de Boston acompanhou 19 220 mulheres durante treze anos concluiu que as que bebem entre 15 e 30 gramas de álcool por dia (duas cervejas) têm 30% menos risco de se tornar obesas.
* É importante referir que é essa quantidade que poderá ter esse efeito, e não quantidades superiores. O álcool também fornece energia e por isso poderá induzir, quando em excesso, o aumento de peso, além de outros efeitos neurológicos e prejudiciais.

Tira-me esse bolo de chocolate da frente
O poder da mente numa dieta também deve ser tido em conta. Um estudo da universidade de Utrecht concluiu que a tentação reforça o autocontrolo. Já cientistas da Universidade de Indiana perceberam que quanto mais complexa uma pessoa considerar a dieta, mais provável é que desista.
* Ter força de vontade, a forma como se toma a decisão e aceita a dieta é de extrema importância para a que haja sucesso. Um indivíduo desmotivado e sem interesse na alimentação que ingere nunca conseguirá levar a cabo a dieta até ao fim.

Depois de perder peso vai ser muito mais feliz
Que não haja equívocos: perder o peso em excesso é bom. Agora, um artigo publicado em 2009 nos Archives of Internal Medicine concluiu que apesar de uma dieta pobre em hidratos de carbono e outra pobre em gordura produzirem os mesmos resultados (em média a perda de 13,7 quilos num ano), quem opta por cortar nos hidratos de carbono tem mais mau humor.
* O cérebro alimenta-se de glicose como fonte de energia principal. Uma dieta pobre em hidratos de carbono aumenta a irritabilidade, a ansiedade e provoca alterações do humor.

Uma coisa é certa, só vai lá com dieta
Nem esta verdade é absoluta, defende o psicólogo Ben Fletcher no best-seller “The No Diet Diet” (a dieta da não dieta). Para perder peso basta conseguir mudar de hábitos e alterar padrões de comportamento, sugere. Dicas: se é introvertido tente ser extrovertido, escolha uma bebida diferente, vá dormir mais cedo. Promete menos dois quilos num mês.
* É a alteração dos estilos de vida que induz a perda de peso. Contudo, é através da aquisição de hábitos alimentares saudáveis e do aumento da actividade física, que é possível perder peso.
www.ionline.pt

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