quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Cientistas trazem mais respostas sobre a dermatite atópica


Pela primeira vez, cientistas identificaram os processos que acontecem na pele das pessoas que sofrem com eczema, também conhecida como dermatite atópica. Esta nova pesquisa realizada na Universidade de Newcastle (Reino Unido) com parceria com o laboratório britânico GSK Stiefel pode finalmente trazer um tratamento definitivo para as pessoas que sofrem com este problema.

O eczema é um problema de pele comum que afeta até 20% das crianças e 3% dos adultos no mundo todo. No Brasil, a prevalência média de crianças com eczema é de 11%, de acordo com o International Study of Asthma and Allergies in Childhood.

Enquanto existem dezenas de cremes, hidratantes e sabonetes específicos que aliviam alguns sintomas como coceira e descamação excessiva, há poucas opções de medicamentos que realmente ajudam a longo prazo. Também não há cura. A maioria das crianças deixa de sofrer com o problema conforme vai crescendo, mas os adultos com dermatite atópica conseguem apenas controlar o problema.

Em 2006, pesquisadores encontraram uma forte ligação entre pessoas que sofrem com a inflamação crônica e com a mutação do gene da Filagrina, proteína essencial para a manutenção da barreira cutânea. Sem ela, há maior penetração de alérgenos, micro-organismos e substâncias irritantes, que estimulam a resposta imune.

Mas até agora, pesquisadores não tinham certeza de como o eczema se desenvolve quando há falta de Filagrina. “Mostramos pela primeira vez que a perda de Filagrina sozinha é suficiente para alterar proteínas importantes e desencadear o excema”, diz o pesquisador principal, Nick Reynalds, da Universidade de Newcastle.

Para acompanhar esses mecanismos, a equipe usou um modelo de pele em 3D feita em laboratório. Eles alteraram a camada superior dessa “pele” para que ela fosse deficiente em Filagrina, exatamente da mesma forma que seria nas pessoas com a mutação genética.


Eles observaram que essa deficiência causa mudanças moleculares que são mecanismos regulatórios importantes para a pele. Isso afeta a estrutura da pele, função de barreira e até como as células se inflamam e responde ao estresse.

“Notavelmente, pela primeira vez, identificamos 17 proteínas que se expressam de forma significantemente diferente depois da remoção da Filagrina nas culturas do modelo da pele”, diz o artigo científico da equipe.

Os pesquisadores então verificaram suas conclusões iniciais ao analisar proteínas em amostras de pele de humanos, comparando os resultados entre participantes com ou sem eczema. Várias proteínas detectadas eram alteradas de forma semelhante apenas entre aqueles que têm dermatite atópica.

“Esse tipo de pesquisa permite que cientistas desenvolvam tratamentos que miram na raiz da causa da doença, ao invés de apenas administrar os sintomas”, diz Nina Goad, do British Association of Dermatologists. [Arquivos de asma, alergia e imunologia, Journal of Allergy and Clinical Immunology, Science Alert]

por Juliana Blume
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