terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Nova bomba para acabar com a gordura


SARA GAMITO
Obesidade. A pílula para emagrecer, que tem sido um verdadeiro sucesso nos EUA, chega a Portugal até ao fim de Março. Será vendida nas farmácias sem receita médica. Uma situação criticada pelos especialistas que temem abusos no consumo e falta de apoio médico
É o comprimido sensação nos EUA e deve chegar a Portugal até final de Março. O Alli será o primeiro remédio para perder peso que pode ser comprado nas farmácias sem receita médica. Em Portugal, onde em 2008 se venderam 10,5 milhões de euros de medicamentos para dieta, os especialistas vêem com bons olhos a chegada do novo produto. Mas alertam que nem todos precisam de tomar comprimidos para perder peso e que a compra sem receita não pode ser desculpa para deixar de ter acompanhamento médico.

O Alli é vendido nos EUA há mais de um ano e direccionado a adultos com um índice de massa corporal (relação entre peso e altura) igual ou superior a 28. Actua impedindo a absorção da gordura pelo organismo e é composto pela mesma substância activa (orlistato) de outro produto para perder peso, o Xenical, mas tem apenas metade da dosagem.

O comprimido é o protagonista de muitas histórias de êxito nos EUA, apesar de o seu lançamento ter estado envolvido em polémica. O fácil acesso ao medicamento por qualquer pessoa levou os especialistas norte-americanos a recear um uso indevido do medicamento, sobretudo por pessoas com anorexia ou outros distúrbios alimentares, bem como um abuso nas doses.

João Breda, coordenador da Plataforma Contra a Obesidade, sustenta que "não se devem fazer dietas que não sejam validadas por profissionais de saúde competentes". Segundo o perito, quando se tem apenas "algum excesso de peso não é necessária" medicação. "É muito mais simples praticar uma alimentação saudável e fazer exercício", explica.

E mesmo nos casos em que é indicado recorrer a comprimidos é necessário ter cuidados com a alimentação e fazer exercício físico. "Nenhum medicamento ou suplemento exclui a prática de um estilo de vida saudável: uma alimentação correcta e o incremento da actividade física", alerta a presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Alexandra Bento.

Nesse sentido, é o próprio laboratório que produz o Alli, a GlaxoSmithKlein, que ressalva que o medicamento deve ser "associado a uma dieta baixa em calorias com menos gordura". Segundo a farmacêutica, tendo por base este género de alimentação, "os ensaios clínicos demonstraram que o Alli pode ajudar a perder 50% mais de peso do que se estivesse só a fazer dieta".

Alerta sobre suplementos

Foi o que fez John, um norte-americano de 37 anos, que ao olhar para as fotografias de Natal, de há um ano, finalmente percebeu que tinha engordado muito. Nesse dia, puxou da balança e pesou-se: 91 quilos. "Há anos e anos que pesava 73 quilos. Fiquei chocado", conta num site onde se partilham histórias de dietas. Aproveitando a quadra das festas, a resolução de John para 2008 foi "perder peso e comer melhor". John decidiu então juntar o Alli a uma alimentação saudável. Ao fim de um mês e meio, tinha perdido treze quilos.

Quanto à hipótese de abuso do medicamento por parte de pessoas que não devem emagrecer, a endocrinologista Isabel do Carmo salienta que " é mais seguro recorrer ao Alli do que comprar suplementos alimentares que não têm necessidade de receita médica e que prejudicam a saúde porque contêm diuréti- cos, laxantes e estimulantes".

Para Isabel do Carmo, a venda livre do Alli "acaba por ser uma vantagem: uma dosagem menor significa que o medicamento pode ser mais barato e tomado de forma continuada".
Fonte: Diário de Notícias

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