quarta-feira, 19 de julho de 2017

Veja como o fim do cigarro vai acontecer


Enquanto o sedentarismo e obesidade aumentam, pelo menos os profissionais da saúde podem comemorar a queda do número geral de fumantes na maior parte do mundo. O Brasil está entre um dos campeões de queda de volume de pessoas que consomem tabaco. Entre 1990 e 2015, o número de fumantes homens caiu de 29% para 12% e de mulheres de 19% para 8%.

A lei nacional que proíbe o fumo em locais fechados ou parcialmente fechados entrou em vigor em 2014, mas leis antifumo estaduais semelhantes já existiam anteriormente. Agora estamos tão acostumados a comer em restaurantes sem ser incomodados pela fumaça alheia que aqueles tempos parecem pertencer à outra vida.

Essa queda no número de fumantes tem inspirado debates entre especialistas em saúde pública, que tentam criar planos para o que é chamado de “fim da linha do cigarro” – o fim definitivo da produção e consumo do cigarro. Um futuro livre de cigarro é possível?

Até o fim do século XIX, apenas uma minoria fumava. Foi apenas com a chegada do cigarro produzido industrialmente que o hábito ficou febre, principalmente com a inclusão de maços nas rações dos militares de vários países durante a Primeira Guerra Mundial. Celebridades, atletas e até médicos endossavam o fumo. O pico do consumo aconteceu no meio do século XX, quando metade dos adultos dos EUA e do Reino Unido fumavam.

Nessa época, começaram a se acumular as evidências de que fumar causa câncer de pulmão, ataques cardíacos, derrames e outras doenças. Os riscos foram negados pela indústria do cigarro por décadas, mas a opinião pública estava virando. Conforme os governos foram implantando normas e leis sobre a produção, venda e consumo do produto, as taxas de consumo passaram a cair lentamente.

Havia o receio, porém, de que essa queda iria estacionar por conta da teimosia de alguns consumidores, que preferem aceitar os riscos a passar pelos terríveis sintomas da abstinência. “As pessoas sempre costumavam dizer que nunca chegaríamos a menos que 25%”, diz Martin Dockrell, do Departamento de Saúde Pública da Inglaterra. Por lá, atualmente 16% dos adultos fumam.

Stanton Glantz, pesquisador do assunto na Universidade da Califórnia em São Francisco, diz que enquanto o hábito nunca deve chegar a 0%, pelo menos deve cair a ponto de não ser mais uma preocupação pública.

Alguns países já têm este gol em mente. A Nova Zelândia tem uma das leis de controle de tabaco mais rígidas do mundo, e espera diminuir o fumo entre adultos para 5% até 2025. A Finlândia deve conseguir o mesmo até 2030, incluindo o uso de cigarros eletrônicos.

O país que mais radical, porém, é Butão. Desde 2004, a venda de cigarros se tornou ilegal no país, mas os moradores ainda podem cruzar as fronteiras com a China e Índia para comprar produtos com tabaco por lá e depois trazer de volta para casa, contanto que não ultrapassem um limite. Mesmo antes dessa proibição, a população fumante não passava de 10%. O budismo pode estar por trás desse baixo índice, já que a religião encoraja que seus praticantes mantenham a mente limpa para meditar.

A possibilidade da proibição não é vista com bons olhos por especialistas da Inglaterra, que dizem que a venda passaria do mercado legal para o mercado negro em um piscar de olhos, sem a cobrança de impostos e sem os avisos sobre os riscos à saúde. “É muito mais eficiente regular produtos quando eles são legalizados”, diz Deborah Arnott, do grupo antifumo Action and Smocking and Health.

Outra possibilidade é aumentar a idade para que uma pessoa possa comprar cigarros de forma gradativa, com o passar dos anos. Assim, as gerações mais novas ficariam impedidas de comprá-los. Uma lei assim tem sido discutida no parlamento da Tasmânia, na Austrália.

A melhor alternativa, segundo Glantz, é continuar aumentando os impostos e restringir a publicidade relacionada aos produtos. O próximo passo seria proibir cenas de pessoas fumando em filmes e outras mídias, ou aumentar a idade da classificação indicativa por conta dessas cenas. [Portal Brasil, NewScientist]

por Juliana Blumeem
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