quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dieta equilibrada é sinônimo de menos peso e mais saúde

O nutricionista Felipe França passou boa parte da vida preocupado com a balança. Na infância, por ser mais magro que as outras pessoas da família, cansou de ouvir que precisava engordar, e, embora se alimentasse bem, fortificantes e remédios para abrir o apetite faziam parte do seu dia-a-dia. Até que veio a adolescência e, com ela, muitos quilos a mais. O peso não apenas deixou de ser buscado, mas se tornou também indesejado.

“Com 15 anos, pesava 90 quilos; pouco tempo depois, atingi os 100 e, não demorou muito, para chegar a 127 quilos. Nessa época, eu comia muito. Todos os dias tinha um doce diferente na minha casa, sempre preparado por mim mesmo. Paralelamente, fazia regimes variados”, afirma.

E foram muitas tentativas de emagrecer. Felipe conta que vivia em busca de dietas da moda, as mais miraculosas, como desintoxicações que só permitem a ingestão de água ou aquelas que, a cada dia da semana, a pessoa come apenas uma fruta.

“Nada disso funcionava e, por isso, comecei a entrar em depressão sem perceber. Era época de vestibular e, como lia muitos livros sobre alimentos, resolvi fazer Nutrição. No decorrer do curso, comecei então a fazer minha reeducação alimentar”, diz.

Mas aprender a comer corretamente não foi nada fácil para Felipe. Inicialmente, foi tão complicado que a depressão se acirrou, e a obesidade deu lugar à anorexia. “Em apenas sete meses, pulei de 127 quilos para 78, mas ainda assim continuava me enxergando gordo”, revela.

Com o apoio dos professores do curso, alguns deles psicólogos, Felipe superou as dificuldades e hoje tem 85 quilos. Para manter o peso, não descuida da alimentação. “Não deixo de comer nada que gosto, mas procuro moderar. Evito ingerir num mesmo dia vários alimentos calóricos, bebo muita água e dou preferência para verduras e legumes. É uma vigilância constante”, ressalta.

Excesso de peso - Assim como Felipe, milhares de pessoas em todo o mundo têm problemas com a balança. Segundo a Organização Mundial de Saúde, quase 1/3 da população mundial está acima do peso. O Índice de Massa Corporal (IMC), método muito utilizado nos serviços públicos de saúde para avaliação nutricional, é a razão entre o peso atual e a altura ao quadrado. Um IMC maior que 25 é considerado sobrepeso; superior a 30 já é obesidade.

No Brasil, 40% da população - mais de 65 milhões de pessoas, está com excesso de peso e 10% dos adultos - cerca de 10 milhões, são obesos. A tendência é mais acentuada entre as mulheres,12% a 13%, do que entre os homens, 7% a 8%. Em Minas, de acordo com dados coletados no ano de 2007 pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan/MG) - Coordenação Estadual de Alimentação e Nutrição, 11% dos adultos encontram-se com obesidade.

“O problema é que a obesidade pode aumentar o risco de a pessoa desenvolver vários males, como diabetes, pressão alta, doenças do coração e algumas formas de câncer. Outro mal recorrente é a depressão, já que a pessoa com excesso de peso fica com a auto-estima abalada e psicologicamente debilitada”, destaca a nutricionista da Coordenação Estadual de Alimentação e Nutrição, Mara Diana Rolim.

Causas e soluções - A obesidade pode ser causada por diversos fatores, como genética, influências fisiológicas, sedentarismo e vários outros. Outra importante causa é a alimentação inadequada. “Os hábitos alimentares são extremamente importantes para o controle do peso. E não basta apenas comer menos, mas manter uma dieta equilibrada, que ofereça ao organismo todos os nutrientes de que ele precisa”, afirma Mara.

Nesse sentido, é importante ressaltar também que as dietas restritivas devem ser evitadas. Por serem desbalanceadas, o organismo se defende espontaneamente delas, fazendo com que, após um período de restrição, a pessoa coma muito mais. Dessa forma, o mais apropriado é buscar uma mudança no estilo de vida, pois os fatores comportamentais desempenham o papel mais importante no emagrecimento. E isso inclui, além da alimentação saudável, praticar exercícios físicos regularmente.

“Na verdade, o mais importante é que pessoa decida que quer emagrecer. Somente assim ela terá sucesso na árdua tarefa de se livrar do excesso de peso”, reflete Felipe França, o nutricionista que há sete anos se mantém com 42 quilos a menos.

Confira outras dicas:

- Procure se alimentar em horários regulares, de preferência de 3 em 3 horas em um ambiente calmo e tranqüilo, mastigando bem os alimentos;

- Consuma alimentos pobres em gordura, açúcares e sal, evitando, também, alimentos industrializados (embutidos e enlatados);

- Tipos diferentes de hortaliças e frutas fornecem diferentes nutrientes. Portanto, é importante variar os sabores, cores e texturas. Consuma-os todos os dias;

- Tempere as saladas com limão, vinagre e ervas aromáticas, evitando gordura, molhos à base de creme de leite e maionese;

- Beba oito copos de água por dia, evitando a ingestão de líquidos nas grandes refeições;

- Inicie o almoço e jantar comendo primeiro os vegetais crus e folhosos, pois eles promovem uma sensação de saciedade mais rápida por serem ricos em fibras;

- Procure realizar exercícios físicos regularmente sob orientação de um profissional habilitado, uma vez que proporciona uma série de benefícios, como o aumento da auto-estima e do bem-estar, alívio do estresse, estímulo do convívio social e melhora da força muscular.

(Agencia Minas)

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