A reeducação alimentar possibilita que as pessoas não fiquem escravas da “dieta da salada e carne grelhada”
Atire o primeiro sachê de adoçante quem nunca teve de fechar a boca para manter a forma ou perder aqueles “dois quilinhos” extras. Segundo pesquisa do IBGE, quase metade da população brasileira (49%) com 20 anos ou mais esta com excesso de peso. No sexo masculino, o sobre peso saltou de 18% em 1974-1975 para 50% em 2008-2009 e no sexo feminino, de 28,7% para 48%.
A arquiteta Ana Loureiro vive o drama de enfrentar a guerra contra a balança. Ela nasceu numa família que tem tendência para engordar. Seus pais e irmãos, inclusive, já se submeteram à cirurgia bariátrica para emagrecer. Mas, no caso de seus irmãos, o sacrifício foi em vão.
“Os dois recuperaram tudo que perderam. A prova de que a obesidade é uma doença, onde o problema está muito mais na cabeça do que no estômago da pessoa”, analisa a arquiteta, que marcou a data de seu casamento para setembro deste ano e, antes mesmo de se preocupar com qualquer detalhe referente ao grande dia, resolveu se matricular numa academia e consultar um endocrinologista.
“Pra mim elogiar a noiva é dizer: ‘Nossa como ela estava magra! E não, como ela ficou bonita’”, avalia Ana, que já eliminou 10 quilos em três meses de tratamento. Ela segue uma dieta balanceada que lhe permite, vez ou outra, devorar um cheddar do Mc’ Donalds, um dos seus maiores prazeres à mesa.
Sem restrições
Ana fez a escolha certa. De acordo com a nutróloga Virna Pimenta Leão e também com o endocrinologista Guilherme de Azevedo Ribeiro, as pessoas com sobre peso ou obesas devem optar por uma reeducação alimentar. A experiência destes profissionais mostra que dietas radicais dificilmente dão certo, e se essas dietas têm êxito é apenas por um período.
“Ninguém consegue passar a vida inteira na saladinha e no grelhado. As pessoas têm que aprender a equilibar o que comem e o que gastam. E tem mais, obesidade é uma doença crônica, multifatorial e progressiva”, alerta a nutróloga.
Sem milagres
Então, não existe milagre. Para emagrecer e se manter no peso ideal é preciso que se mude o estilo de vida, e isso, definitivamente, não é tão fácil. Fracionar as porções e aumentar o número de refeições são estratégias que dão certo. Hoje, o ideal é que se tenha seis refeições por dia. Fazer exercícios também deixou de ser sacrifício.
A maioria dos gordinhos não gosta de correr ou ir pra academia “puxar ferro”, mas dificilmente você encontratá uma pessoa que não goste de beijar. Pois saiba que um beijo, dependendo da intensidade e duração, pode gastar até 26 calorias, e fazer sexo calmamente, por dez minutos, elimina 22 calorias. Mas, se a paixão for intensa, a cada dez minutos você se livra de 48 calorias.
Manaus, 07 de Abril de 2011
Daniela Lopes
http://acritica.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário