terça-feira, 5 de agosto de 2008

VARIZES

As varizes são veias superficiais anormais, dilatadas, cilíndricas ou saculares, tortuosas e alongadas, caracterizando uma alteração funcional da circulação venosa do organismo.

Como mostrado no conceito acima, não existem "varizes internas", pois as veias são superficiais. As veias profundas não podem ser consideradas varicosas, mas podem sofrer trombose. As varizes estão sempre situadas no tecido subcutâneo, ou no território intradérmico, e, portanto, são sempre visíveis e, na maioria das vezes, palpáveis.

É uma das doenças mais comuns da humanidade. No Brasil, ocorrem em 35% das pessoas acima de 15 anos. Este número aumenta com a idade. Estima-se que uma em cada cinco mulheres e um em cada 15 homens sejam portadores desta moléstia, que, além de deformidade estética, pode ser incapacitante com complicações e seqüelas graves. Estudos realizados em Israel e nos EUA mostram que 3% dos homens e 20% das mulheres têm varizes aos 30 anos de idade. Aos 70 anos, 70% dos indivíduos apresentam algum tipo de varicosidade.

A maior incidência no sexo feminino está bem estabelecida, variando de duas a cinco vezes a mais que no sexo masculino, de acordo com as estatísticas dos mais diferentes trabalhos.

A insuficiência venosa acarreta grave implicação socio-econômica, uma vez que é uma das enfermidades que mais provocam afastamento temporário da atividade profissional do indivíduo.

São classificadas em varizes essenciais ou primárias e varizes secundárias. As primárias, mais comuns, não têm um fator causal aparente, e as secundárias são assim denominadas por serem consequentes a uma fístula arteriovenosa (comunicação anormal congênita ou adquirida entre uma artéria e uma veia), ou a alteração no sistema venoso profundo, como malformação das veias ou válvulas, trombose venosa profunda ("entupimento" das veias profundas, que são responsáveis pela drenagem de 80% a 85% do sangue venoso nos membros inferiores, fazendo com que este retorno se dê através das veias superficiais, as safenas magnas e as safenas parvas) e síndrome pós-flebítica (complicação terrível da doença).

Assim como os problemas da coluna vertebral, as varizes também se enquadram no alto preço que o homem paga por ser um animal bípede.

No nosso organismo possuímos três tipos de circulação: a arterial, que leva o sangue do coração ao resto do corpo; a venosa, que é responsável pela drenagem do sangue das extremidades do corpo para o coração; e a linfática, cuja função é drenar o interstício.

De acordo com a Lei da Gravidade, e tomando-se como ponto zero o coração, podemos notar que o sangue venoso, nos membros inferiores (pés, pernas e coxas), "corre" contra a ação da gravidade e também contra a pressão do abdome; por isso precisa lançar mão de certos subsídios para impedir o refluxo sanguíneo, ou seja, que o sangue que já subiu não desça novamente.

Os mecanismos anti-refluxo são: o "bombeamento" do sangue pela musculatura da panturrilha ("batata da perna"); a estrutura da parede das veias superficiais nos membros inferiores, cuja espessura é normalmente resistente à dilatação; e a presença das válvulas (pequenas formações saculares dentro das veias), as quais não permitem o refluxo sanguíneo e direcionam o fluxo de baixo para cima.

Não existe nenhuma relação estabelecida entre a formação de varizes e depilação ou uso de salto alto, assim como não há influência com relação a carregar peso; todavia, subir escada pode ser considerado até um exercício físico, portanto, ajuda a incrementar o retorno venoso.

A ginástica, desde que recomendada pelo médico e acompanhada por professores de educação física, não só não provoca varizes como também é bastante aconselhável para evitá-las. Quanto à musculação, desde que não seja exagerada, não tem contra-indicação. No entanto, atletas podem ter varizes, caso possuam fatores de risco compatíveis. Os remadores, halterofilistas e fisiculturistas têm maior predisposição para ocorrência de tal enfermidade, pois nesses exercícios exige-se grande aumento da pressão intra-abdominal.

As condições que propiciam surgimento de varizes são todas as situações intrínsecas ou extrínsecas capazes de debilitar a parede venosa, aumentar a pressão dentro do vaso e/ou acometer a função das válvulas. Portanto, os principais fatores de risco são:

  • Raça - a população afro-asiática é notoriamente menos acometida pela doença varicosa;
  • Idade - influi na tonicidade dos tecidos;
  • Sexo - a maior freqüência entre as mulheres possivelmente se deve ao hormônio feminino;
  • Predisposição hereditária - um componente genético tem sido relacionado ao aparecimento das varizes, o que faria com que o indivíduo já nascesse com a tendência para tal;
  • Obesidade - também influência o tônus tecidual;
  • Hábitos alimentares - a dieta pobre em fibras levam à constipação intestinal (prisão de ventre) e, conseqüentemente, ao aumento da pressão abdominal;
  • Hábitos posturais - a permanência por mais de seis horas por dia na posição em pé ou sentado favorece o edema postural dos membros inferiores c a doença varicosa;
  • Gravidez — as varizes ocorrem não somente devido à elevação exacerbada das taxas dos hormônios femininos, mas também pela compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, dificultando o retorno venoso. O risco de varizes é maior em mulheres multíparas (aquelas que tiveram duas ou mais gestações);
  • Uso de anticoncepcionais;
  • Traumatismo
  • Moda - cintas abdominais apertadas podem aumentar a pressão intra-abdominal e dificultar o retorno venoso;
  • Trombose Venosa Profunda;
  • Tabagismo - favorece a formação de trombes no organismo. Este risco aumenta muito quando associado ao uso de anticoncepcionais;
  • Problemas ortopédicos, como pé plano;
  • Sedentarismo.

O paciente varicoso não necessita do médico para saber o nome de sua doença. O simples diagnóstico de varizes é de tal modo evidente que é feito pelo próprio paciente.

O paciente acometido por varizes procura o médico por três motivos principais: pelo sofrimento que causam, pela preocupação estética e pelo temor das complicações.

As principais queixas clínicas dos pacientes são: dor tipo "queimação" ou "cansaço", sensação das pernas estarem pesadas ou ardendo, edema (inchaço) das pernas, principalmente ao redor do tornozelo, que, freqüentemente, melhoram com a elevação dos membros inferiores e agravam-se no fim do dia, quando se permanece por longo tempo em pé ou sentado, no calor, nos períodos próximo ou durante a menstruação e também durante a gravidez.

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