Pessoas que sofrem de diabetes tipo 1 são obrigadas a monitorar constantemente os seus níveis de glicose no sangue e administrar insulina em si mesmas, caso seja necessário. Mas este incômodo diário em breve poderá ser reduzido. Um novo estudo concluiu que sistemas de “pâncreas artificiais” automatizados podem estar disponíveis em menos de dois anos.
O estudo, de autoria dos médicos Roman Hovorka e Hood Thabit, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, analisou o progresso global da tecnologia nestes sistemas automatizados, incluindo o pâncreas biônico sendo desenvolvido por cientistas da Universidade de Boston, nos EUA.
Atualmente, o tratamento para a diabetes tipo 1 em geral requer dois processos separados. Os pacientes precisam monitorar manualmente os seus níveis de glicose no sangue várias vezes por dia com um exame de sangue por punção digital, e se as leituras estão altas, eles podem precisar usar uma bomba de insulina. Estas bombas são dispositivos automatizados que se conectam ao vestuário e administram insulina através de um cateter sob a pele. Os pacientes precisam informar manualmente à bomba para injetar doses adicionais quando comem.
Dois em um
O pâncreas artificial combina esses dois processos separados em um único sistema fechado. Uma agulha sob a pele monitora continuamente os níveis de glicose no sangue e administra insulina automaticamente, conforme necessário, removendo a carga de autoatendimento do paciente e garantindo um nível de glicose mais consistente do que as bombas atuais.
Automatizar as funções também ajuda a superar outra desvantagem das bombas que dependem de insulina com uma base fixa de ação mais longa: as necessidades de insulina de um paciente podem variar significativamente no dia-a-dia e diferentes pessoas terão diferentes necessidades. Dependendo da dieta e da atividade física, entre outros fatores, um paciente pode usar apenas um terço da sua dose normal de um dia, e até três vezes mais do que o normal no próximo. Um pâncreas artificial irá ler essas variações e reagir em conformidade. O estudo lista esta como a principal vantagem dos sistemas de circuito fechado.
Os ensaios clínicos ao longo dos últimos anos descobriram que os sistemas de circuito fechado são eficazes na manutenção da quantidade ideal de glicose e na redução da quantidade de tempo que os pacientes passam num estado de hipoglicemia, quando o açúcar no sangue é demasiado baixo. Os pacientes envolvidos nesses estudos ficaram animados com a tecnologia, também.
“Em ensaios até agora, os usuários têm sido positivos sobre como o uso de um pâncreas artificial lhes dá “férias” da administração de sua diabetes, uma vez que o sistema gere eficazmente o açúcar no sangue sem a necessidade de monitoramento constante pelo usuário”, dizem os autores do artigo.
Menos invasivo
Pâncreas artificiais também têm se mostrado mais viáveis do que os procedimentos como os transplantes, tanto de todo o pâncreas ou de células beta responsáveis pela produção de insulina. Estes métodos, além de invasivos, fazem os pacientes correrem o risco de rejeição e complicações posteriores.
Ainda existem áreas onde os sistemas de pâncreas artificiais podem ser melhorados, e o estudo pede mais pesquisas para superar esses desafios. Por exemplo, ainda pode demorar entre meia hora e duas horas após a injeção para a insulina atingir níveis de pico no sangue, o que pode ser muito lento em algumas circunstâncias. As pesquisas estão sendo conduzidas na busca de tipos de insulina de ação mais rápida, tais como a insulina aspártica e formas inaladas.
Estes sistemas de pâncreas artificiais podem estar no mercado mais cedo ou mais tarde. Nos EUA, a agência responsável está revendo uma proposta de um sistema deste tipo, que poderia ser aprovado já no próximo ano. Enquanto isso, um relatório do Instituto Nacional do Reino Unido para a Pesquisa de Saúde prevê que sistemas de circuito fechado podem estar disponíveis até o final de 2018. [Gizmag]
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