Uma equipe de pesquisadores austríacos do Instituto de Medicina Social e Epidemiologia da Universidade Médica de Graz realizou meta-análise de milhares austríacos, revelando importantes pontos de vista sobre o que significa uma dieta vegetariana para a nossa saúde.
Alerta
Antes de falarmos dos resultados, é importante ressaltar que notícias sobre pesquisas nutricionais são sempre complicadas, uma vez que são muitas vezes confusas.
Uma hora, peixes são saudáveis para o coração. Na outra, vão lhe dar um ataque cardíaco. Primeiro, a carne vermelha é o diabo. Depois, só o é a menos que seja crua. E assim por diante.
Parte do desafio dos estudos nutricionais é reconhecer que pequenos grupos de amostra nem sempre geram ciência sólida ou alguma conclusão prática.
No que diz respeito a dietas, fatores como ambiente, nível de atividade física e genética todos desempenham um papel na forma como interagimos com nossas escolhas alimentares. Algumas pessoas simplesmente processam certos alimentos melhor do que outras. Não existe uma dieta ideal universal.
Dito isso…
A equipe analisou os dados de 1.320 indivíduos, dentro de um grupo de 15 mil austríacos com 15 anos ou mais. 330 eram vegetarianos, 330 eram carnívoros que comiam também muitas frutas e vegetais, 330 eram carnívoros que não comiam tanta carne assim, e 300 eram carnívoros que comiam muita carne.
Eles levaram em consideração idade, sexo e fatores socioeconômicos ao combinar os grupos. No final, 76,4% eram mulheres, com 40% tendo menos de 30 anos. Outros 35% tinham entre 30 e 50 anos.
Curiosamente, enquanto houve benefícios positivos associados ao vegetarianismo, o grupo concluiu que, no geral, os vegetarianos possuíam pior saúde, faziam tratamentos médicos com mais frequência, tinham piores práticas preventivas de cuidados de saúde e uma qualidade de vida menor.
Os resultados ainda mostraram que os vegetarianos relatam mais condições crônicas e menos saúde mental com mais frequência.
Mais detalhes
Os pesquisadores descobriram, por exemplo, incidências “significativamente maiores” de câncer em vegetarianos, bem como taxas aumentadas de transtorno de ansiedade e depressão, embora esses dados sejam inconsistentes com os de algumas outras pesquisas.
Em geral, os vegetarianos sofrem de mais condições crônicas e tomam mais medicação do que até mesmo comedores de carne ocasionais.
Mas nem tudo são más notícias. Os vegetarianos têm um menor índice de massa corporal e sofrem menos com problemas de colesterol, hipertensão, doença arterial coronária e diabetes tipo 2.
Os vegetarianos também gozam de um status socioeconômico mais elevado, embora a correlação não seja uma causalidade: muitos trabalhadores de baixa renda podem não ter recursos para consumir produtos vegetais de alta qualidade. Os vegetarianos também tratam seus corpos melhor: eles se exercitam mais e fumam e bebem menos álcool.
Curiosamente, os vegetarianos são menos vacinados e visitam o médico para checkups com menos frequência do que os outros grupos, o que pode afetar os dados das condições crônicas. Dadas as táticas de marketing questionáveis das marcas de “alimentos saudáveis” que afirmam que “comida é medicina” e chamam seus produtos de “superalimentos”, não é surpresa que alguns vegetarianos acreditem que sua dieta seja uma panaceia. Ao levar em conta o fato de que este grupo se vacina com menos frequência, é fácil entender como uma “conspiração” puxa a outra, um padrão que pode ser prejudicial para sua saúde.
Carne, bebida e barriga
A correlação entre IMC e carne foi clara neste estudo. Os carnívoros que comem muita carne têm o IMC mais alto, enquanto os exclusivamente vegetarianos têm o menor.
Novamente, a correlação e a causa não são claras, pois os consumidores de carne também têm uma taxa muito maior de consumo de álcool, que é uma das formas mais rápidas e certas de engordar.
Equilíbrio
De acordo com os pesquisadores, a nossa dieta é um ato de equilíbrio em uma era de excessos.
A proteína e a gordura foram, durante a maior parte da nossa história evolutiva, escassas e difíceis de conseguir. Tínhamos que comer principalmente plantas.
Comer muita carne hoje em dia, ignorando os carboidratos e fibras das plantas, parece ser tão perigoso quanto evitar a carne totalmente.
Durante um tempo em que muito está disponível, a sabedoria inerente – e necessária, dado que eles não tinham escolha – dos nossos antepassados pode ser a solução para escolhermos com cuidado o que colocar na boca. [BigThink]
por Natasha Romanzoti
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