Juranir Badaró/Futura Press
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça-feira (30) aponta que o país já registra 213 casos confirmados de febre amarela, com 81 mortes.
Os dados, que abrangem o período de julho de 2017 a 30 de janeiro de 2018, representam um aumento de 64% no total de casos em relação ao levantamento da última semana, que apontava 130 confirmações. Há ainda 435 casos suspeitos em investigação, de acordo com a pasta.
Entre os Estados, São Paulo continua a concentrar a maior parte dos registros, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já o Distrito Federal registrou apenas um caso.
Apesar de divulgado todas as terças-feiras, os números contabilizados no balanço federal costumam mostrar uma defasagem em relação aos divulgados pelas secretarias estaduais de saúde, que mantém dados mais atuais.
No balanço federal, por exemplo, São Paulo aparece com 108 casos confirmados e 43 mortes. O último dado informado pela secretaria de saúde paulista, porém, aponta 134 casos confirmados no Estado, com 52 mortes.
REDUÇÃO
Em nota, o Ministério frisa que o número de casos é menor do que o registrado no mesmo período de 2016 até 30 de janeiro de 2017, quando houve 468 casos e 147 mortes confirmadas por febre amarela. A pasta justifica o parâmetro de contagem devido à sazonalidade da doença, que é maior no verão.
Nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse em reunião no Conselho Nacional de Saúde que o menor número de casos registrados no período atual em relação ao anterior mostra que "as ações de prevenção e planejamento foram adequadas".
"Considerando que neste ano temos 22 milhões de pessoas na área de risco, e no ano passado foram 15 milhões vacinados, temos um número de eventos menor para um público de risco maior", diz.
Especialistas, no entanto, apontam problemas de planejamento e de vigilância da cobertura vacinal como fatores que levaram ao novo aumento de casos registrado neste ano.
CAMPANHA
Com o crescente número de casos de febre amarela, os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro iniciaram na última quinta-feira (25) uma campanha emergencial de vacinação, com o uso da dose fracionada. A Bahia também fará parte da nova mobilização, mas entre os dias 19 de fevereiro a 9 de março.
A diferença da vacina fracionada em relação à integral está no volume aplicado. Enquanto a dose padrão tem 0,5 ml, a fracionada tem 0,1 ml. Um frasco com cinco doses, por exemplo, pode vacinar até 25 pessoas.
O tempo de proteção também varia: enquanto a primeira protege por toda a vida, a segunda tem duração menor. Inicialmente, esse período era citado em até um ano.
Novos estudos feitos pela Fiocruz, porém, mostram que a imunização já dura ao menos oito anos. A instituição afirma que continuará a avaliar o tempo de proteção para definir se haverá a necessidade de aplicação de uma nova dose no futuro.
Ao todo, serão repassados R$ 54 milhões aos Estados para a realização da campanha, informa o ministério.
Ainda segundo a pasta, todos os casos registrados no país são de febre amarela silvestre, que é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que circulam em áreas rurais e de mata. O último caso de febre amarela urbana, que é transmitida por outro vetor, o Aedes aegypti, foi registrado em 1942.
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