Depois de 50 anos no mercado, a pílula anticoncepcional evoluiu muito – as moças podem ter certeza de que a pílula que tomam hoje é muito diferente da usada por suas mães alguns anos atrás. Assim como qualquer dama educada, a pílula também tem seus segredos. Conheça histórias surpreendentes sobre esse tipo de droga que, hoje, é tão popular quanto a aspirina:
1 – A pílula não é usada apenas como anticoncepcional
Mesmo que o motivo principal da criação da pílula tenha sido a prevenção de gravidez, em 1957 ela foi aprovada como forma de tratamento para problemas menstruais severos. Dois anos depois, meio milhão de mulheres começaram a usar a pílula por terem, supostamente, desenvolvido problemas menstruais – especialistas suspeitam que esses problemas, na época, eram apenas uma desculpa para que as moças pudessem usar o anticoncepcional sem deixar claro que eram sexualmente ativas. Além de problemas menstruais, a pílula também pode ser usada no tratamento de cistos no ovário, acne, anemia e endometriose.
2 – Algumas marcas possuem “pílulas placebo”
Quem já usou a pílula sabe que deve parar de tomar o remédio por um tempo para que possa ocorrer a menstruação e depois voltar com o tratamento. Há outros tipos de pílula que, no pacote, vêm com uma “ultima semana” diferenciada das demais, que permitem a menstruação. Essas pílulas da última semana seriam placebos, sem hormônio nenhum. Isso tudo foi uma jogada de marketing para que a mulher não precisasse parar de tomar pílulas todo dia e para que o ato parecesse natural. Até hoje algumas marcas persistem nessa forma de apresentação, mas com um diferencial – colocam ferro nas pílulas da última semana para que a mulher, que durante a menstruação perderia sangue, tenha uma reposição da substância, diminuindo os riscos de anemia (na foto do artigo, a cor das pílulas da última semana é diferente).
3 – A pílula pode afetar a sua decisão sobre possíveis parceiros
Algumas novas pesquisas sugerem que a pílula afeta a forma com que as mulheres escolhem seus parceiros. Normalmente, somos atraídos por pessoas que têm os genes um pouco diferente dos nossos, porque a natureza do humano e buscar a variedade genética, para que os bebês sejam mais fortes. Mas a pílula induz a mulher a um estado que, por causa dos hormônios, imita a gravidez (por isso a mulher não engravida. Para o organismo ela já estaria grávida). E, quando uma mulher está grávida, ela procura pessoas similares a ela – membros da família iriam proteger seu suposto bebê. Mas, normalmente, não seriam pessoas com as quais elas iriam querer ter relações. Já no lado dos homens, pesquisas mostram que, de alguma forma, eles percebem que mulher está ovulando e qual estaria “grávida” e, normalmente, são mais atraídos por aquelas que seriam férteis. Antes de levantar protestos, é importante esclarecer que mais pesquisas serão feitas para comprovar esses resultados. E que, para toda regra existe uma exceção.
4 – A pílula polui rios e afeta o meio ambiente
Mulheres que tomam o anticoncepcional eliminam hormônios sintéticos através de suas excreções. Esses hormônios não podem ser quebrados pelas estações de tratamento de esgoto normais e acabam indo parar em rios. Esses hormônios afetariam a fertilidade de animais que vivem e que dependem dessas águas. De acordo com um estudo francês, 50% do estrogênio encontrado nas águas dos rios vem, indiretamente, da pílula anticoncepcional.
5 – A pílula é amada e odiada pelas feministas
A pílula foi o primeiro remédio a ser desenvolvido para usos “sociais” e não puramente médicos. Apesar da criação da pílula ter sido celebrada pelas feministas da época, nos anos 70 riscos que o uso da pílula poderia representar foram levados ao público e levantaram a ira de algumas mulheres,que passaram a considerar o remédio um exemplo do modelo patriarcal que fazia com que elas corressem mais riscos para o prazer masculino. Métodos de contracepção masculinos estão, atualmente, em desenvolvimento.
6 – A criação da pílula só foi possível graças a um católico
Apesar de ser considerada uma inimiga da Igreja Católica – seria um crime, para a Igreja, impedir que uma vida viesse ao mundo (a única forma de contracepção aprovada, atualmente, pelo Vaticano, seria a tabela menstrual, que tem altas chances de falhar. Nela, o casal se abstém de relações sexuais no período em que a mulher, teoricamente, poderia conceber. O sexo fora do casamento também não é visto com bons olhos). Mesmo assim, foi um católico devoto que tornou a pílula uma invenção possível. John Rock freqüentava a igreja todos os domingos, mas acreditava que uma vida sexual saudável e ativa era a chave para a felicidade do casamento. Foi ele que testou a droga para, depois, aprovar sua venda nos Estados Unidos.
7 – Desenvolvida a partir de… inhame?
Cientistas descobriram a progesterona, o principal “ingrediente” da pílula, em coelhos, no ano de 1928. Apesar de eles terem percebido o seu potencial, o químico não poderia ser extraído de animais – pela crueldade e também pelo enorme custo que o processo teria. Em 1943 o pesquisador Russel Marker encontrou uma alternativa mais barata e “verde”: os inhames. Uma espécie de inhame mexicano, conhecida como “cabeza de negro” fornecia enormes quantidades de progesterona, tornando, assim, a fabricação em massa do anticoncepcional possível e, também, tornando a pílula mais barata. [LiveScience]
por Luciana Galastri
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