Homeopata da província canadense da Colúmbia Britânica, Anke Zimmermann, tem recebido muitas críticas ao relatar o tratamento de um menino de quatro anos com homeopatia que contém saliva de cão raivoso.
A história foi relatada na sessão de “casos de sucesso” do site. O menino é apresentado como Jonah, e Anke conta que a mãe do garoto a procurou por causa de repetidas reclamações da pré-escola de que ele se escondia embaixo da carteira todos os dias e rosnava para os colegas e professores. Ele perdia o controle rapidamente e tinha dificuldades em dormir. O menino contou que não conseguia dormir porque acreditava que havia lobisomens do lado de fora da janela de seu quarto. Ele também gostava de ser chamado de “cachorrinho” por sua mãe e não permitia abraços nem beijos como forma de afeto, apenas cheiradas e lambidas.
Anke diz que ele era um bebê normal até levar uma pequena mordida de um cachorro na praia, aos dois anos de idade, quando o cão aproximou-se para pegar um alimento da mão do menino e arranhou sua pele com os dentes sem querer.
A explicação de Anke para o comportamento difícil da criança é que o cão provavelmente era vacinado contra raiva, e que passou para ele um tipo de “estado canino raivoso”. Ela afirma que já viu muitos casos parecidos com esse, e que a melhor opção de tratamento seria o Lyssinum, um remédio natural feito com a saliva de cão raivoso que tem uma longa história na homeopatia, e é permitido na Colúmbia Britânica.
O relato causou reações de crítica à agência que regula os medicamentos no Canadá, à Anke e à mãe da criança pela possibilidade da exposição do menino ao vírus da raiva, que é fatal. Muitos também a acusaram de estar mentindo sobre ter oferecido uma substância que realmente contém o vírus.
A oficial de saúde Bonnie Henry, disse à CBS News que está preocupada com este tratamento. “De jeito nenhum eu consigo entender por que iríamos ter qualquer coisa que contém saliva de cão raivoso aprovada para uso neste país”, diz ela.
A médica ginecologista Jen Gunter escreveu em seu blog que não apenas é ridículo tentar tratar alguém com algo que essencialmente é água mágica, mas usar o vírus da raiva nesse processo seria muito perigoso. “Enquanto nenhuma criança sairia machucada com essa terapia placebo, é óbvio que há a possibilidade de que exista um problema médico real que precisa de tratamento”, diz ela.
Segundo Anke, o menino mostrou melhoras no comportamento uma semana depois do início do tratamento. Ele deixou de ter medo de lobisomens e deixou de rosnar na escola. Segundo a mãe, ele até a beijou pela primeira vez desde que era bebê. Uma dose extra da saliva foi dada do menino duas semanas depois e três meses depois.
Até o momento não há registros de pessoas que usaram o Lyssinum e contraíram raiva, o que sugere que homeopatia não usa vírus ativos em seus tratamentos.
Mesmo sem comprovação de que funciona, a homeopatia ainda é uma das formas de medicina alternativa mais populares no mundo, com estimados 9,8% da população mundial recorrendo a ela. [Columbia Valley Pioneer, Dr. Jen Gunter, Dr. Zimmermann, Business Insider, Science Direct]
fonte
por Juliana Blume
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