terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sorocaba detecta 80 casos de Aids por ano

CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO - [ 09/02 ]

Regina Helena Santos

Jornal Cruzeiro do Sul,

Mas o número de infectados seria muito maior. A estimativa é de que 2.500 pessoas tenham a doença e não saibam

Em média 80 novos casos de pacientes com Aids são detectados por ano em Sorocaba pelo Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids). Porém, a estimativa é que podem existir na cidade mais de 2,5 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV que não sabem disso porque nunca fizeram o teste laboratorial. A projeção leva em conta a orientação nacional de combate à doença, que aponta que municípios do mesmo porte de Sorocaba possuem, em média, 3,6 mil infectados com o vírus que causa a Aids. Diante de números preocupantes, a equipe do programa reitera a necessidade de manutenção de campanhas de incentivo ao uso dos preservativos em períodos específicos do ano, como o Carnaval.

Atrela-se a esta a informação de que apenas 1.080 pacientes realizam acompanhamento e tratamento da doença na Clínica Municipal DST/Aids. Dos 13 mil testes realizados em 2009 - dentro do Programa Fique Sabendo e no Centro de Orientação e Aconselhamento de Sorocaba (Coas) - 86 deram positivo. Precisamos fazer essa grande quantidade de exames para detectar 80 novos pacientes por ano, média que mantemos há algum tempo, comentou Maria Tereza Morales Dib, coordenadora do programa. Outro agravante é que as projeções locais não levam em conta pacientes que possam estar em tratamento na rede particular, já que o município não tem acesso a estes dados. Em todo o Brasil, as pesquisas estimam que, além dos 230 mil pacientes que vivem com HIV, pelo menos 400 mil pessoas ainda não tiveram o diagnóstico da infecção.

Carnaval

Cerca de 20 profissionais do Coas se revezarão em Sorocaba, nos cinco dias de folia, com orientação e distribuição de preservativos na barraca especial que será montada nas proximidades dos principais eventos de rua. Muita gente aproveita a oportunidade para tirar dúvidas. Das 70 mil unidades em estoque para entrega - o dobro da média mensal, de 37 mil - cerca de 15 mil deve ir para as ruas.

As demais estão disponíveis nos Centros de Saúde dos bairros, até a tarde desta sexta-feira, e durante todo o feriado prolongado, por 24 horas, nos Pronto-Atendimentos (PAs). Desde o início de janeiro as pessoas que queiram retirar as camisinhas nas unidades de saúde não precisam mais solicitá-las aos atendentes. Implantamos esses dispensers (caixas de acrílico), que estão pendurados nas paredes, nas salas de espera, e as pessoas podem retirar quantas quiserem, sem precisar falar com funcionário, falou Maria Tereza.

Destacou que já virou tradição falar de Aids nesta época do ano, pois há grande aglomeração de pessoas, o que facilita o trabalho de conscientização. Mas admite que há fatores, como o álcool, que dificultam esse trabalho. Pois quem bebe muito quase sempre se esquece de usar a camisinha. Porém, a atenção não deve estar somente no HIV, mas no autocuidado, na prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis e à gravidez, completou.

Videoconferência

Dezenas de servidores que atuam no Programa Municipal de DST/Aids participam hoje de uma videoconferência, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde, com o objetivo de atualizar o conhecimento a respeito do teste rápido de HIV. Por conta do treinamento, a realização de exames e o aconselhamento no Coas não funcionarão, excepcionalmente, das 14h às 16h. Neste período, os demais serviços prestados na unidade serão realizados normalmente, como a recepção e a distribuição de preservativos.

Em Sorocaba, o teste rápido de HIV é usado desde meados de 2009 para detecção da presença do vírus em casos específicos, como acidentes biológicos - profissionais de saúde que têm, acidentalmente, contato com material contaminado - em pessoas que estão em tratamento e, por algum motivo - na maioria das vezes, crença religiosa - insistem que podem estar curados da doença e para pacientes que apresentam histórico que sinaliza a contaminação. Nestes casos, o teste rápido, que demora cerca de 40 minutos, agiliza o encaminhamento ao tratamento, disse Maria Tereza.

A videoconferência também servirá como fórum para tirar dúvidas, principalmente diante do avanço tecnológico deste tipo de teste nos últimos anos. Os exames estão mais sensíveis. Antes, era necessário fazer até três,que testam o sangue de maneiras diferentes. Hoje um único é capaz de dar o diagnóstico final. Além do teste rápido, o Coas e os Centros de Saúde realizam, regularmente, o exame laboratorial, cujo resultado demora cerca de 15 dias. Em 2009, 16,5 mil pessoas passaram por atendimento - realização de exame e acolhimento - no local. O Coas fica na rua da Penha , 770, Centro, e atende de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 16h30.

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