Pênis cultivados em laboratórios poderão em breve ser testados em homens.
Pesquisadores do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa, em Winston-Salem, Carolina do Norte (EUA), esperam que a tecnologia desenvolvida seja usada para ajudar pessoas com anomalias congênitas ou que tenham sido submetidas a cirurgia por conta de câncer agressivo ou de lesão traumática.
No momento, eles estão avaliando a segurança, funcionalidade e durabilidade do pênis, a fim de receber a aprovação da Administração de Drogas e Alimentos dos EUA para fazer testes em humanos dentro de cinco anos.
A equipe já criou pênis bem-sucedidos para coelhos em 2008. “O estudo foi muito encorajador”, disse o professor Anthony Atala, diretor do Instituto. “Porém, para obter a aprovação para testes em seres humanos, precisamos de garantia de segurança e qualidade, precisamos mostrar que os materiais não são tóxicos, e temos que explicar o processo de fabricação, passo a passo”.
O procedimento
Os pênis vão ser cultivados utilizando as células do próprio paciente, para evitar o risco de rejeição imunológica após o transplante de órgãos de um outro indivíduo.
As células retiradas do pênis do paciente serão cultivadas em laboratório durante quatro a seis semanas.
Em seguida, os cientistas lavarão um pênis doador em um detergente suave para remover todas as células. Depois de duas semanas onde somente a estrutura do pênis doador é deixada, eles o preencherão com as células cultivadas do paciente – células do músculo liso primeiro, então, células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos.
Como o método usa as próprias células do pênis do paciente, a tecnologia não será adequada para a cirurgia de mudança de sexo, de feminino para masculino.
Estética x funcionalidade
Asif Munir, cirurgião urológico e andrologista da Universidade College London (Reino Unido), disse que a tecnologia poderia representar um enorme avanço sobre as estratégias atuais de tratamento para homens com câncer de pênis e lesões traumáticas no pênis.
Hoje, os homens podem ter um pênis reconstruído usando um pedaço de seu antebraço ou da coxa, com uma prótese peniana implantada para simular uma ereção.
“Minha preocupação é que eles [os cientistas do novo estudo] possam ter dificuldades para recriar uma ereção natural”, disse Munir. “A função erétil é um processo neurofisiológico coordenado a partir do cérebro, por isso gostaria de saber se eles podem reproduzir essa função ou se o pênis implantado será apenas uma melhoria estética. Esse será o grande desafio”.
O professor James Yoo, colaborador de Atala no Instituto Wake Forest, está trabalhando na bioengenharia e substituição de peças do pênis para ajudar a tratar a disfunção erétil.
Seu foco está no tecido erétil esponjoso que se enche de sangue durante uma ereção, fazendo com que o pênis se alongue e endureça. Distúrbios como pressão alta e diabetes podem danificar este tecido, assim como lesões, cânceres e cirurgia. O tecido danificado fica menos elástico, ou seja, o pênis não pode se preencher plenamente com sangue.
“Se nós pudermos projetar e substituir este tecido, esses homens podem ter ereções novamente”, afirmou Yoo. “Como cientista e médico, é essa possibilidade de empurrar para a frente o tratamento atual que me mantém motivado”. [RawStory]
Este site não produz e não tem fins lucrativos sobre qualquer uma das informações nele publicadas, funcionando apenas como mecanismo automático que "ecoa" notícias já existentes. Não nos responsabilizamos por qualquer texto aqui veiculado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário