As primeiras fases de um estudo sobre uma nova droga contra o Alzheimer tiveram resultados muito promissores.
O remédio destrói as placas de proteína que se acumulam no cérebro de pacientes com a doença, e pode representar um tratamento alternativo muito esperado. Já faz mais de uma década desde que a última droga para pessoas com a condição foi licenciada.
A pesquisa foi feita pela empresa de biotecnologia Biogen em parceria com a Universidade de Zurique, na Suíça.
A droga, chamada aducanumab, ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento. O estudo, publicado na revista Nature, foi feito para saber se ela é segura.
Os resultados foram positivos e também deram a entender que a droga pode parar o declínio de memória associado à doença.
Estudos maiores já estão em andamento para avaliar completamente os efeitos do aducanumab. É preciso ser cauteloso porque, como bem lembra a Dra. Tara Spires-Jones, do Centro de Sistemas Cognitivos e Neurais da Universidade de Edimburgo, “muitas drogas vão bem nesta fase inicial de teste e, em seguida, falham em testes maiores”.
Fase 3
O próximo passo da pesquisa – a fase 3 – envolve dois estudos separados com 2.700 pacientes em estágio muito precoce de Alzheimer por toda a América do Norte, Europa e Ásia.
A fase 3 vai testar completamente o efeito da droga no declínio cognitivo. O Dr. Alfred Sandrock, da Biogen, que está trabalhando com a Universidade de Zurique nesta pesquisa, disse: “A fase 3 realmente precisa ser feita, e espero que irá confirmar o que temos visto neste estudo. Eu poderia prever o tratamento no futuro de pessoas que não têm sintomas porque, se você tem amiloide no cérebro, é provável que você vai desenvolver Alzheimer um dia”.
Efeitos colaterais
A fase já concluída do estudo, com 165 pacientes, mostrou que o aducanumab é seguro. Após um ano de tratamento, também evidenciou que, quanto mais elevada a dose, mais forte foi o efeito sobre as placas amiloides.
Diferenças nos cérebros dos pacientes após tomarem por um ano placebo e diferentes doses da droga
Diferenças nos cérebros dos pacientes após tomarem por um ano placebo e diferentes doses da droga
Os pesquisadores ainda realizaram testes de memória nos pacientes e encontraram “efeitos positivos”.
No entanto, 40 pessoas abandonaram o estudo, metade devido a efeitos colaterais, tais como dores de cabeça. Estes eram muito mais comuns com uma dose mais alta da droga.
Resultados tentadores
Apesar da cautela, muitos profissionais estão animados com as novas possibilidades.
O Dr. David Reynolds, diretor científico do Alzheimer Research UK, disse que os resultados fornecem “evidência tentadora que uma nova classe de medicamentos para tratar a doença pode estar no horizonte”.
Já o Dr. James Pickett, diretor de pesquisa do Alzheimer’s Society, afirmou que a parte mais interessante do estudo é que mais amiloide foi “limpa” do cérebro quando as pessoas tomaram doses mais elevadas do medicamento. “Não há tratamentos existentes para a doença de Alzheimer que interferem diretamente com o processo da doença. Assim, uma droga que realmente retarda o progresso do Alzheimer, limpando amiloide [do cérebro], seria um passo significativo”. [BBC]
por Natasha Romanzoti
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