Os métodos anticoncepcionais evoluíram muito. Além de ajudar as mulheres a ter o controle de sua reprodução, eles também podem contribuir para amenizar sintomas irritantes e dolorosos.
Risco de coágulos é maior com anticoncepcionais mais recentes
E com tantas opções – dezenas de pílulas, DIUs, implantes e mais – é mais fácil do que nunca para a maioria das mulheres encontrar um método anticoncepcional que funcione para elas.
Infelizmente, o controle de natalidade ainda é cercado por mitos e desinformação. Por isso é importante esclarecer algumas coisas.
10. MITO: você não pode engravidar se estiver usando métodos anticoncepcionais
“A maioria das pessoas pensa que esses métodos são infalíveis”, diz o ginecologista Nerys Benfield, diretor da divisão do planejamento familiar no Sistema de Saúde Montefiore, um centro médico e hospital universitário nos EUA. “Nenhum deles é. Nem mesmo a esterilização é 100% efetiva”, alerta.
A esterilização feminina é mais de 99% efetiva, mas ainda não é perfeita, de acordo com dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. A gravidez ainda é possível independentemente do tipo de contracepção.
9. MITO: A pílula do dia seguinte é 100% efetiva
A pílula do dia seguinte é um tipo de contracepção de emergência que funciona retardando a ovulação ou a liberação de um óvulo do ovário. Se não houver nenhum óvulo a ser fertilizado pelo esperma, não há gravidez.
Mas, assim como outras formas de contracepção, ela não é infalível.
“Ela só funciona retardando sua ovulação, então, se você já ovulou, tomar [a pílula do dia seguinte] não vai ajudar em nada”, diz Benfield.
8. MITO: O controle de natalidade hormonal é tóxico e não natural
Muitas pessoas afirmam que métodos anticoncepcionais hormonais não são naturais e são tóxicos e inequivocamente perigosos para o corpo. Mas não é tão simples assim.
Todos os tipos de controle de natalidade hormonal têm riscos reais que valem a pena ser discutidos com um ginecologista. Mas para muitas mulheres, os benefícios do controle de natalidade hormonal superam facilmente esses riscos, de acordo com a ginecologista Alyssa Dweck, autora do livro “The Complete A to Z to your V”.
Alguém com endometriose, por exemplo, pode ter dor menstrual incapacitante sem o uso de controle de natalidade hormonal.
“Embora eu aprecie que existam muitas pessoas que não querem tomar hormônios, haverá pessoas que realmente sofrerão sem eles”, diz Dweck. “E eu acho que nós realmente precisamos considerar todo mundo caso a caso”.
Uma opção caso você não queira hormônios é o DIU de cobre. O único ingrediente ativo é o cobre, é mais de 99% efetivo e oferece 10 anos de proteção (ou mais).
7. MITO: você precisa tomar a pílula na mesma hora todos os dias
A verdade é que depende do tipo de pílula que você toma.
Se você tomar a pílula somente de progesterona – às vezes chamada de mini-pílula – você realmente precisa tomá-la na mesma hora todos os dias, já que seus efeitos começam a desaparecer após cerca de 26 horas, explica Benfield. Se você atrasar por três horas ou mais, é preciso usar algum controle de natalidade de backup, como um preservativo, nos próximos dois dias.
Mas se você toma a pílula combinada, que contém progesterona e estrogênio, Benfield diz que há mais espaço para atrasos. Isso ocorre porque esta pílula evita a ovulação, que não simplesmente “liga e desliga”.
Leva um tempo para que o ovário prepare e libere um óvulo, então, se você atrasar algumas horas para tomar a pílula, ainda está tudo bem.
Os médicos incentivam a tomar os dois tipos de comprimidos ao mesmo tempo todos os dias porque ajuda a transformar isso em um hábito. Mas é importante saber que você não precisa entrar em pânico se estiver atrasada algumas horas para tomar uma pílula combinada.
6. MITO: não é seguro pular menstruações usando controle de natalidade
Algumas mulheres eliminam as suas menstruações pulando “emendando” uma cartela de pílulas anticoncepcionais na outra. Outras fazem isso deixando seu anel hormonal no lugar por quatro semanas em vez de três.
E algumas formas de controle de natalidade hormonal, como o DIU e o implante, podem fazer a menstruação desaparecer completamente. Tudo isso é totalmente seguro.
“As pessoas pensam: ‘Se eu não estou sangrando, é porque todas essas coisas que deveriam sair estão ficando lá dentro”, diz Benfield. Mas pular menstruações não significa que você tenha um acúmulo de sangue em seu útero.
“O que o hormônio faz é manter o revestimento uterino fino. Ele mantém o útero vazio e limpo, então não há nada que precise sair”, explica o especialista.
Se você gosta da garantia de menstruações mensais, tudo bem. Mas se você preferir não lidar com elas, também.
5. MITO: DIUs causam abortos
Os DIUs evitam que um óvulo seja fertilizado e implantado no útero – eles não causam um aborto de um óvulo fertilizado.
“Com o DIU de cobre, a forma como eu descrevo isso em termos leigos é que o cobre mata o esperma”, diz Benfield. “Então, mesmo que você ainda esteja ovulando e o esperma ainda esteja entrando no útero, quando eles passam por essa parede de íons de cobre, eles se tornam disfuncionais”.
Os DIU hormonais funcionam de forma um pouco diferente, mas o resultado é o mesmo.
“Um dos principais efeitos dos hormônios é criar esse muco cervical espesso que forma essa barreira agressiva ao esperma”, acrescenta Benfield. “Então, o esperma não é capaz de entrar no útero de forma consistente. Eu chamo isso de bloqueio cervical”.
Portanto, vale a pena reforçar: DIUs são métodos contraceptivos, não abortivos.
Sim, existe uma pílula que induz o aborto, mas a pílula do dia seguinte é algo completamente diferente. “Eu tenho muitos pacientes que, por razões de religião ou crenças pessoais, tem medo de tomar a pílula do dia seguinte porque pensam que vão ter um aborto”, conta Dweck. “A contracepção de emergência vai apenas prevenir a gravidez, mas não causar um aborto”.
Isso porque – como observado anteriormente – ela visa os ovários, impedindo que eles liberem um óvulo. Não aborta os óvulos fertilizados.
3. MITO: A pílula pode mexer com sua fertilidade
“Eu acho que o maior mito com pílulas anticoncepcionais é que elas de alguma maneira vão mexer com sua fertilidade”, aponta Dweck. “A pílula por si só não influencia a fertilidade”.
Mas pode parecer. Dweck explica que às vezes os motivos por que uma mulher começa a tomar a pílula – como ciclos erráticos ou desequilíbrio hormonal – são a verdadeira razão para problemas de fertilidade. Essas questões podem aparecer novamente assim que uma mulher sai da pílula e começa a tentar engravidar.
Também é importante lembrar que a fertilidade feminina diminui com a idade, independentemente do controle de natalidade usado.
“Digamos que alguém tome pílula por 20 anos e agora, de repente, está com 35 anos. O tempo que passou vai influenciar a fertilidade, não o fato de estar tomando pílula todo esse tempo”, diz Dweck.
2. MITO: O DIU pode mexer com sua fertilidade
O DIU tem uma má reputação por causar infertilidade. Isso se deve, em parte, ao Dalkon Shield, um DIU usado na década de 1970 que aumentou o risco de doença inflamatória pélvica – uma infecção grave que pode levar à infertilidade.
Mas o DIU de hoje é feito com diferentes materiais e é muito mais seguro, confirmam Dweck e Benfield.
“O DIU que temos agora foi pesquisado, testado e avaliado vigorosamente”, garante Benfield. “Temos ótimas informações e pesquisas para mostrar que não só eles não aumentam, como eles na verdade diminuem o risco de infecção”.
1. MITO: Todas as mulheres ganham peso tomando pílula
“A regra habitual é que cerca de um terço das mulheres tomando pílulas anticoncepcionais ganharão peso, um terço das mulheres provavelmente permanecerá com o mesmo peso e há até mesmo um grupo de mulheres que pode perder peso”, diz Dweck.
Em suma: não podemos realmente fazer declarações gerais sobre a pílula e o ganho de peso. Mesmo que pareça que a pílula é a culpada, Dweck observa que pode haver fatores totalmente não relacionados em jogo. Por exemplo, algumas mulheres passam a tomar pílula no início da adolescência e ganham peso simplesmente porque seus corpos estão crescendo.
Outras começam a tomar pílula logo antes da faculdade e ganham peso devido às mudanças de estilo de vida, como o aumento do consumo de álcool. [Science Alert]
por Jéssica Maes
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