Um exame de sangue pode detectar se placas de beta-amilóide estão se acumulando no cérebro do paciente – um indício de que a pessoa pode desenvolver mal de Alzheimer.
As pessoas com Alzheimer têm acúmulos de beta-amilóide no cérebro que costumam ser um dos principais fatores que ajudam no diagnóstico. Para visualizá-las, porém, é necessário fazer ressonâncias caras ou uma desconfortável punção lombar. Agora uma equipe médica desenvolveu um exame de sangue simples que torna possível que clínicos gerais investiguem o risco de Alzheimer em check-ups normais.
“Esse é o tipo de teste que pode ser usado para examinar milhares de pacientes para identificar aqueles com risco de Alzheimer, para começar o tratamento antes da perda da memória e do dano cerebral”, diz Randall Bateman, da Universidade de Washington em St Louis (EUA). Foi Bateman quem revelou a novidade no Congresso Internacional da Associação de Alzheimer, que está acontecendo em Londres.
Bateman diz que o teste poderia ser usado da mesma forma que realizamos exame de sangue para check-ups de colesterol. O exame funciona ao medir quantidades relativas de diferentes formas de beta-amilóide, um sinal de que as placas estão provavelmente se acumulando no cérebro do paciente.
O teste foi desenvolvido ao comparar a presença de beta-amilóides no sangue de 41 pessoas com os resultados dos exames de ressonância magnética que mostrava a quantidade de beta-amilíide no cérebro.
Diagnóstico precoce
A busca pelo medicamento que pode tratar a doença de forma eficaz continua, mas enquanto isso as evidências que mostram que o estilo de vida – exercício físico e dieta saudável – podem diminuir em 30% o risco de desenvolver a doença. Por isso, o exame de sangue pode tanto tranquilizar aqueles que não estão correndo risco de desenvolver a doença e também identificar aqueles que podem ter benefícios com uma mudança na rotina.
As placas amiloides começam a se desenvolver entre 15 e 20 anos antes dos primeiros sintomas do Alzheimer começarem a aparecer.
“Estou muito otimista em relação a este teste, mas gostaria de vê-lo validado”, diz Dean Hartley, membro da Associação de Alzheimer. “É uma amostra muito pequena, e eles estão tentando confirmar o resultado com mais 180 pessoas. Se conseguirmos criar esse exame de sangue, isso nos levará adiante, assim como os exames de sangue para colesterol fizeram com o campo da cardiologia”, diz ele. [ NewScience]
por Juliana Blume
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