Pessoas com IMC acima de 30 kg/m² são 80% mais propensas ao problema
A enxaqueca episódica - o tipo mais comum da doença - ocorre durante 14 dias ou menos por mês, enquanto as enxaquecas crônicas se caracterizam por uma dor que dura pelo menos 15 dias por mês. Existem alguns gatilhos para o surgimento da enxaqueca, como alimentação e falta ou excesso de sono. Agora, pesquisadores da Johns Hopkins University School of Medicine (EUA) descobriram que pessoas com obesidade podem estar em maior risco para enxaqueca episódica. O estudo foi publicado dia 11 de setembro a revista Neurology.
O trabalho acompanhou mais de 3.862 adultos que responderam questionários para o National Comorbidity Survey Replication, nos Estados Unidos. Eles foram divididos por índices de massa corporal (IMC), sendo classificados como baixo peso (IMC menor que 18,5 kg/m2), normal (entre 18,5 e 24,9 kg/m2), sobrepeso (entre 25 e 29,9 kg/m2) ou obesidade (acima de 30 kg/m2). Um total de 188 participantes preencheram os critérios para enxaqueca episódica. Aqueles com um IMC alto eram 81% mais propensos a ter enxaqueca do que aqueles com um IMC mais baixo. Isso foi particularmente mais acentuado em mulheres brancas e em participantes com idade inferior a 50 anos.
Os autores explicam que o estudo é transversal, ou seja, não prova que a obesidade causa enxaqueca episódica. No entanto, eles demonstram que as pessoas com obesidade têm um risco aumentado de ter o problema. Eles ressaltaram, no entanto, que ainda não se sabe o que veio primeiro - a obesidade ou a enxaqueca. Eles afirmam que uma pessoa com enxaqueca pode começar a tomar medicamentos que estão associados ao ganho de peso, como aqueles a base de amitriptilina ou ácido valpróico. Ou então a obesidade por si pode ser um fator de risco importante para o surgimento de enxaqueca.
Evite seis hábitos para prevenir a enxaqueca
Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca e, dentre esses, 75% são mulheres. "Muitas podem ser as causas da enxaqueca, desde problemas tensionais, normalmente associados ao estresse, até resultantes de tumores, aneurismas, medicamentos fortes e até ressaca", ensina a especialista. Quem sofre com a dor insuportável sabe o quanto é difícil ficar simplesmente esperando que ela passe. Mas, para além dos vários tratamentos para o problema, existem alguns hábitos que quem quer se livrar de vez da enxaqueca, deve abandonar. Confira a lista abaixo:
Abuso de analgésicos
Quem abusa de analgésicos para se livrar da dor, ou seja, toma mais de um comprimido por semana corre o risco de alimentar a própria dor. "O analgésico bloqueia todos os mecanismos de defesa natural para combate da dor de cabeça. O uso prolongado e indiscriminado desse tipo de medicamento faz com que o corpo fique dependente do medicamento", explica a neurologista Claudia Klein, especialista do Minha Vida.
Em outras palavras, o organismo fica viciado a tal ponto que passa a "produzir" a dor para que o analgésico precise agir. Além disso, o analgésico também impede a produção de serotonina, hormônio neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e relaxamento, agravando a dor depois de certo tempo. "Muitas pessoas costumam tomar o analgésico ao menor sinal de dor e, assim, esquecem de tratar o problema. É preciso buscar tratamentos reais com medicação indicada o médico especialista", aconselha Claudia Klein.
Má alimentação
De acordo com a neurologista, alguns alimentos devem ser evitados por quem sofre de enxaqueca, como, por exemplo, o aspartame, condimentados, leite e derivados, alimentos cítricos, chocolate e café. "Esses alimentos contêm substâncias que interagem com a bioquímica cerebral do organismo, alterando a ação de determinadas enzimas e diminuindo a quantidade de serotonina, hormônio ligado à enxaqueca", explica Claudia Klein. Além disso, a especialista afirma que pior do que o consumo desses alimentos, é ficar em jejum por tempo prolongado - mais de 4 horas sem comer - ou ter uma alimentação baseada em frituras e doces, por isso, ter um cardápio equilibrado e controlado é uma ótima medida preventiva.
Tabagismo
Que fumar é uma bomba para o organismo, todo mundo já sabe. A novidade é que, além de todos os males, a nicotina ainda é associada à alteração da circulação sanguínea e enrijecimento dos vasos sanguíneos, o que, segunda a neurologista Claudia Klein, também pode acabar provocando a enxaqueca. Além disso, um recente estudo norueguês publicado pela revista médica Neurology avaliou seis mil estudantes e descobriu que o tabagismo, associado ao sobrepeso e ao sedentarismo, triplica as chances de jovens desenvolverem enxaqueca. Os autores disseram não ter ficado claro se esses fatores do estilo de vida provocam a cefaleia ou se eles agem mais como desencadeadores em jovens já vulneráveis. Pelo sim, pelo não, é melhor prevenir e ficar longe do cigarro.
Ser sedentário
Um dos grandes males da população, o sedentarismo afeta em muitos aspectos a qualidade de vida. Além de contribuir para o surgimento de obesidade, hipertensão, diabetes e problemas cardíacos, o sedentarismo é uma porta aberta para a enxaqueca.
Uma pesquisa conduzida na Suécia demonstrou que pessoas que se envolvem em um programa de atividades aeróbicas apresentam queda significativa na frequência e intensidade das dores de cabeça crônicas e enxaqueca. O programa de treinamento aplicado na pesquisa consistia em treino de 40 minutos de bicicleta ergométrica praticada três vezes por semana.
"A pessoa que sofre de enxaqueca já tem uma produção baixa de serotonina, e os exercícios físicos estimulam a produção desse hormônio. Se a pessoa não fizer nenhum tipo de atividade que compense essa baixa, vai ser difícil reverter o quadro", explica a neurologista Claudia Klein.
Consumir álcool
Como a enxaqueca é um problema de origem vascular, cuja dor é provocada pela contração e dilatação dos vasos sanguíneos, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser uma opção ruim para quem lida com o problema. A especialista Claudia Klein explica: "As bebidas alcoólicas quando ingeridas em excesso provocam dilatação dos vasos do corpo e do cérebro, o que acaba acentuando o incômodo da enxaqueca."
Se render ao estresse
Tudo o que gera estresse e desequilíbrio para o organismo pode agravar a enxaqueca de quem já tem predisposição. Trabalho em excesso, ficar sem comer por muito tempo, nervosismo, insônia ou dormir pouco, chateação e outros problemas emocionais podem ser uma porta aberta para a dor incômoda. Quem sofre com os dramas do estresse, deve procurar tratamento. Buscar métodos, como massagem e acupuntura, e dar mais valor ao momentos de lazer e relaxamento são atitudes importantes. "A acupuntura é bem eficiente, pois provoca microestímulos que ajudam o corpo a recuperar o equilíbrio de forma natural", garante a neurologista Claudia Klein.
fonte:http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/16819-obesidade-pode-aumentar-chances-de-enxaqueca-diz-estudo
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