Um homem de 33 anos de idade, de Leasburg, no estado norte-americano do Missouri, foi o primeiro paciente a receber uma forma revolucionária de tratamento de radiação de alta precisão – o primeiro sistema de prótons do mundo de seu tipo. O tratamento foi administrado no mês passado no Centro de Câncer Siteman do Hospital Barnes-Jewish e na Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA).
Steven Osborne tem um tipo raro de câncer chamado condrossarcoma na base do crânio. Ele passará por sessões de 30 a 45 minutos cada dia da semana, durante sete semanas, como o primeiro paciente do Centro de Terapia de Prótons S. Lee Kling.
O Centro de Terapia de Prótons S. Lee Kling, um dos 14 existentes nos Estados Unidos, fornece terapia de prótons para pacientes adultos do Centro de Câncer Siteman e pacientes pediátricos do Hospital Infantil de St. Louis. Os pacientes elegíveis para a terapia tem câncer perto de órgãos vitais, como a coluna vertebral, cérebro, coração e olhos.
“A terapia de prótons é única porque permite ajustes muito precisos para o feixe de radiação, para que possamos atingir os tumores com precisão”, explicou o mestre em medicina Jeffrey Bradley, diretor do Centro de Terapia de Prótons. “Isso ajuda a minimizar os danos ao tecido circundante e é especialmente útil no tratamento de crianças em crescimento”.
Por exemplo, o tratamento de um tumor no cérebro, como no caso de Osborne, feito com a terapia de prótons pode ser menos propenso a resultar em cegueira ou outras complicações, contou Bradley, que também é o professor de oncologia de radiação do S. Lee Kling, na Universidade de Washington.
Um acelerador de prótons supercondutor sincrocíclotron é um componente chave do novo sistema de terapia por prótons. O tamanho relativamente pequeno do dispositivo permite que caiba em uma única sala que não é muito maior do que um quarto tradicional de radioterapia – em outros centros, são necessárias quatro salas para executar o tratamento. O custo deste sistema de terapia de prótons único foi de cerca de US$ 20 milhões (R$ 40 mi). Isso representa uma fração do investimento necessário para sistemas de terapia de prótons tradicionais, que tipicamente estão alojados em edifícios com porte de campos de futebol e custo acima de US$ 150 milhões.
“Nossa equipe de radioterapeutas e físicos da Universidade de Washington tem sido fundamental para o desenvolvimento de processos de planejamento de tratamento e de garantia de qualidade para essa tecnologia”, afirma Bradley. “Estamos focados em usá-la para fornecer o melhor cuidado possível para os nossos pacientes”.
O Centro de Terapia de Prótons S. Lee Kling planeja tratar de 20 a 25 pacientes por dia. O tratamento geralmente vai exigir sessões diárias de 30 minutos ao longo de dois meses. O centro vai atender o centro-oeste dos Estados Unidos. O local seguinte mais próximo que oferta a terapia de prótons fica a 362 quilômetros de distância.
“O Centro de Câncer Siteman tem o prazer de ser capaz de fornecer este novo tipo de terapia de prótons”, comemorou o médico Timothy Eberlein, diretor do Siteman, presidente do Departamento de Cirurgia da universidade e professor condecorado da instituição. “Como parceiros no desenvolvimento desta tecnologia, estamos traduzindo a ciência de ponta em melhores opções de tratamento para os nossos pacientes”.
O Centro de Terapia de Prótons foi batizado em homenagem a S. Lee Kling, um visionário de St. Louis que teve que viajar para a Costa Leste do país para receber a terapia de prótons para um tumor ocular. Kling, o ex-presidente da Fundação do Conselho Administrativo do Hospital Barnes-Jewish, acreditava que a terapia deveria ser mais acessível e disponível aos pacientes da região. Seus esforços ajudaram a levantar US$ 2,3 milhões (cerca de R$ 4,6 mi) a partir de um evento da fundação para financiar a pesquisa e a construção de uma unidade de terapia por prótons. [Medical Xpress, WUSTL News]
fonte:http://hypescience.com/novo-tratamento-com-raios-de-proton-e-utilizado-em-humanos-pela-primeira-vez
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