Cientistas da Áustria conseguiram criar vasos sanguíneos biodegradáveis, utilizando um material de polímero único, que poderia, um dia, substituir a necessidade de doação dos próprios vasos sanguíneos de pacientes submetidos a cirurgias de risco.
A equipe relata que, quando transplantados em camundongos, os vasos sanguíneos funcionaram perfeitamente, e, ao longo do tempo, foram naturalmente discriminados e substituídos pelos seus próprios vasos.
Se replicado em humanos, estes vasos sanguíneos artificiais podem fazer uma enorme diferença no tratamento de doenças, como a doença vascular arteriosclerótica, principal causa de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica.
Feita a partir de elastômeros, um classe especial de polímeros que exibem viscoelasticidade - a qualidade de ter tanto viscosidade quanto elasticidade. Estes vasos sanguíneos artificiais são produzidos através da inserção de soluções de fios de polímeros em um campo elétrico, formando fios muito finos de elastômeros, que são enrolados num carretel. Isso permite que os cientistas criem paredes fortes para delicados vasos, que são muito semelhantes aos dos vasos sanguíneos naturais.
Como o elastômero usado é um material ligeiramente poroso, pequenas quantidades de sangue são capazes de escoar através dele, fortalecendo e enriquecendo a estrutura das paredes. "Ao selecionar blocos de construção moleculares muito específicos, conseguimos sintetizar um polímero com as propriedades desejadas", disse James Temperton, membro da equipe da Universidade de Viena, do Instituto de Química Sintética Aplicada de Tecnologia.
A doença cardíaca é a causa mais comum de morte no mundo desenvolvido, e é causada pelo espessamento da parede arterial, devido ao bloqueio de uma acumulação de células brancas do sangue. A única maneira de curar o problema, é através da cirurgia de ponte de safena, que envolve a extração de vasos sanguíneos saudáveis de algum outro lugar no corpo do paciente, e usadas para substituir as bloqueadas.
Obviamente, o processo ainda não é ideal e os pesquisadores têm tentado descobrir como fazer com que os vasos sanguíneos artificiais sejam construídos de forma bem fina, para que bloqueios futuros não ocorram.
A equipe austríaca está confiante de que seus novos vasos sanguíneos possam mudar o cenário. "Esta última descoberta pode permitir que cirurgiões realizem mais operações de ponte de safena, reduzindo o risco de bloqueios associados com menores vasos sanguíneos artificiais", diz Temperton.
"Experimentos com ratos já provaram ser um sucesso e os pesquisadores estão confiantes de que a técnica possa ser transferida para os seres humanos”, finalizou.
Fonte: ScienceAlert Foto: Reprodução / Helga Bergmeister, MedUni Wien
por Bruno Rizzato
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