A revista The Lancet Psychiatry acaba de publicar um estudo sobre um novo tratamento da depressão conduzido na Imperial College London, envolvendo o uso de uma substância encontrada no cogumelo alucinógeno.
Nele, 12 pessoas receberam psilocibina, o componente ativo dos cogumelos alucinógenos. Apenas uma semana após começar a receber psilocibina por via oral, todos os pacientes mostraram melhora dos sintomas. Três meses depois, cinco deles estavam em remissão total.
O que mais impressiona neste estudo é que todos os participantes tinham diagnóstico de depressão havia anos – uma média de 17,8 –, e nenhum deles encontrou uma boa resposta em tratamentos tradicionais, como o inibidor seletivo de receptação de serotonina.
“Isso é muito impressionante no contexto dos tratamentos disponíveis no presente”, diz Robin Carhart-Harris, autor principal do estudo. Os autores do estudo não sugerem que a psilocibina possa ser o último tratamento para quem não responde aos tradicionais. “Nossa conclusão é mais sóbria que essa – simplesmente estamos dizendo que é possível. Podemos dar psilocibina para pacientes depressivos, eles podem tolerá-lo e é seguro. Isso nos dá uma impressão inicial da eficácia do tratamento”.
Segurança para pacientes
O comitê de ética envolvido na pesquisa tinha uma grande preocupação que os voluntários tivessem sintomas psicóticos mesmo semanas depois do fim da pesquisa, por isso eles continuaram sendo acompanhados por mais três meses.
Conseguir a autorização para usar esta substância – que no Reino Unido está classificada como proibida ao lado da heroína e da cocaína – não foi fácil. Os pesquisadores levaram 32 meses entre o pedido para realizar o experimento e a aplicação da primeira dose nos pacientes. Apenas para comparação, um estudo feito pela mesma equipe, que envolvia o LSD, levou apenas 6 meses para ser autorizado.
Depressão em pacientes com câncer
Um estudo paralelo conduzido no Instituto de Pesquisa Hellter, em Santa Fé (EUA), também tem investigado o uso de psilocibina para aliviar a depressão e ansiedade em pessoas com câncer terminal. Mas o estudo britânico é o primeiro que foca especificamente no uso de psilocibina para tratar apenas a depressão.
O pesquisador Glyn Lewis frisa que desde a década de 1970 não há nenhum grande avanço no tratamento desta doença tão importante no mundo todo. Para ele, o que mais chama atenção neste estudo é que os pacientes já sentiram melhora na primeira dose do medicamento.
“O estudo apenas questiona: isso é interessante o suficiente para seguirmos este caminho para o tratamento da depressão? Meu julgamento diz que sim”, afirma Lewis. [Nature Magazine, BoingBoing, The Lancet Psychiatry]
fonte:hypescience.com
por Juliana Blume
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