Entre as vítimas, 41,7% tinham doença crônica; região Norte lidera número de casos, seguida pelo Sul
27 de março de 2010
Fabiane Leite - O Estadao de S.Paulo
Novos dados do Ministério da Saúde sobre a situação da gripe suína em 2010 apontam que 41,7% dos 36 óbitos confirmados neste ano (15 casos) estão concentrados em pessoas que têm doenças crônicas, como problemas cardíacos (insuficiência cardíaca, por exemplo) e distúrbios pulmonares (caso da asma grave).
O grupo de pessoas de até 59 anos com problemas crônicos é alvo da segunda etapa da campanha de vacinação contra o vírus A (H1N1), que acaba na sexta-feira. Na quarta etapa, com início em 24 de abril, serão imunizados idosos com doenças crônicas.
Ainda em relação aos óbitos confirmados em 2010, o ministério aponta que 77,8% dos casos eram mulheres, 64,3% estavam em idade fértil e, destas, 11 eram gestantes.
No total, 255 casos de gripe suína já foram confirmados neste ano e a região Norte lidera, com 61% dos casos, seguida pelo Sul, com 28%. O Norte também foi a região que mais registrou óbitos, seguida pelo Sul.
O ministério aponta no relatório tendência de aumento das doenças respiratórias e da proporção de atendimentos de síndrome gripal no País, mas em nota ontem apontou que isso não significa ainda a chegada da segunda onda da gripe.
"Provavelmente está associada à maior sensibilidade do sistema sentinela após a pandemia (de 2009). A região que apresenta real aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave é a Norte, especialmente devido ao aumento de casos no Pará", escreveu o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do ministério, Eduardo Hage.
A Secretaria de Estado da Saúde do Pará tem divulgado que o "inverno amazônico" - período de chuva intensa nesta época do ano - seria a explicação para a situação atual, mas Hage destaca que o fenômeno ainda está sendo investigado. Também a melhora na notificação de casos e problemas na assistência podem explicar o maior número de óbitos. A situação fez o Estado começar a vacinação mais cedo neste ano. "Sempre foi essa situação com a gripe comum e esperávamos o mesmo com o vírus pandêmico. Estamos em um período em que chove o tempo todo e em que as pessoas ficam confinadas", diz a virologista Rita Medeiros, da Sociedade Paraense de Infectologia.
Sul. Apesar da situação no Norte, especialistas e gestores do Sul do País têm defendido mais vacinas para a região, que tem os invernos mais rigorosos e foi a que mais registrou casos e óbitos pela gripe suína em 2009.
"A nossa preocupação é a hora em que o inverno chegar ao Sul", afirma o secretário da Saúde do Paraná, Gilberto Martin. "Se pudéssemos expandir a vacinação para todos poderia haver mais proteção", continuou. Segundo o ministério, a vacinação foi discutida com todos os Estados e não há previsão de envio de mais doses para nenhuma região.
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