Saúde do diabético pode depender de práticas simples, como reduzir o sal
Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de diabetes, a atenção especial a pequenos detalhes cotidianos deve ser redobrada. Simples hábitos, como escovar os dentes, podem fazer toda a diferença na hora de prevenir complicações perigosas relacionadas à doença. Segundo o endocrinologista Frederico Marchisotti, mestre em Endocrinologia pela USP e especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, "o diabetes é uma doença que afeta o corpo todo". Mesmo assim, é possível levar uma vida saudável e de qualidade dando atenção a alguns cuidados.
Fique de olho nos pés
É comum a perda de parte da sensibilidade nos membros inferiores dos diabéticos, devido a uma lesão chamada neuropatia diabética. Esse problema afeta nervos do corpo que - entre outras funções - levam informações sensitivas ao cérebro. Em geral, a primeira parte afetada são os dedos e outras áreas dos pés. Assim, feridas, cortes, rachaduras e calos, pratos cheios para instalação de fungos e bactérias, podem passar despercebidos pela falta da sensação de dor ou incômodo.
O problema é que o sistema imunológico de um diabético é menos eficaz do que o de uma pessoa sem a doença. Portanto, o menor machucado pode infeccionar e evoluir para um grave caso de gangrena, explica o endocrinologista. No caso da necessidade de uma cirurgia de amputação, as complicações ficam cada vez mais perigosas, já que novos focos de infecção surgem a cada incisão.
Cuide da saúde bucal
Embora pareça muito simples, a recomendação de higiene bucal após cada refeição para diabéticos é fundamental. Isso porque eles estão mais sujeitos à periodontite, doença que ataca gengivas, dentes e suportes dentários. Muitas vezes indolor, ela pode levar a infecções generalizadas.
Um dos motivos é o fato de o "sangue doce" dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, ser mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Outra razão, como esclarece o endocrinologista Frederico, é que, "por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba recebendo diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias".
Realizar uma boa escovação - que inclua o uso de fio dental - e ir ao dentista uma vez a cada seis meses, portanto, é essencial para prevenir desde cáries até complicações maiores.
Tire o sal da mesa
Quem é diagnosticado com diabetes tem mais chances de sofrer de hipertensão, pressão arterial elevada. Ela nada mais é do que consequência da obesidade - no caso do diabetes tipo 2 - e da alta concentração de glicose no sangue, que prejudica a circulação. Se não tratada, ela pode levar a doenças coronarianas, derrames, doenças vasculares periféricas e insuficiência cardíaca.
Por esse motivo, recomenda-se que o diabético não acrescente sal à comida. Segundo a nutricionista Camila de Abreu, de São Paulo, o sódio aumenta a retenção de líquido no corpo, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais para bombear o sangue, ocasionando o aumento de pressão nas artérias.
Fique de olho, também, no sódio que já vem presente nos alimentos. Alguns produtos apresentam quantidades muito elevadas, como comidas congeladas prontas, macarrão instantâneo, fast food, embutidos, entre outros.
Corte o cigarro
Segundo o endocrinologista Frederico, de São Paulo, diabéticos que fumam multiplicam em até cinco vezes o risco de ter um infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope.
Além disso, fumar também contribui para o aumento da pressão arterial. Para Frederico, não há discussão sobre o assunto: "Fumar é terminantemente proibido para diabéticos", adverte.
Crie uma dieta balanceada
Em geral, não há alimentos proibidos na dieta de um diabético. O essencial é que ele aprenda a consumir cada coisa com moderação, explica Frederico Marchisotti.
A nutricionista Camila alerta apenas que açúcar e massas, que contêm muitos carboidratos, devem ser evitados. No caso do diabetes tipo 2, relacionado à obesidade, as quantidades desses alimentos devem ser bem controladas, uma vez que o excesso de peso atrapalha a atuação da insulina, hormônio responsável por regular a taxa de glicose no sangue.
Os itens mais recomendados na dieta são fibras, minerais e frutas. Ainda assim, tudo em quantidade regulada. Verduras e legumes são muito bem-vindos em quantidade liberada, exceto pela família dos tubérculos, como batata, cenoura e mandioquinha. Para definir essas porções, o ideal é que se procure um nutricionista. "Cada pessoa terá um cardápio diferente, pois seu corpo, pressão, peso e estado geral de saúde são únicos", ressalta Camila.
Manere no álcool
O álcool não é proibido para diabéticos, mas, como qualquer outra bebida ou alimento, deve ser consumido de forma equilibrada. Primeiro porque bebidas alcoolicas têm muitas calorias, que, além de contribuir para o aumento de peso, elevam o nível de glicemia.
A outra razão é por ela aumentar os riscos de o diabético ter exatamente o efeito contrário: hipoglicemia, que é a diminuição do nível de glicose no sangue. Isso acontece devido ao corpo estar tão ocupado, processando o álcool, que não se dedica a produzir ou liberar insulina.
O endocrinologista Frederico recomenda que, se a pessoa for autorizada pelo nutricionista a beber, que opte pelo vinho tinto. Estudos apontam que, por conter flavonóides, a bebida tem ação antioxidante e pode prevenir problemas cardiovasculares.
Exercite-se
Fazer exercícios é uma forma de prevenção de diversos males causados pela diabetes. Eles estimulam a produção de insulina, queimam a gordura corporal, aumentam a sensibilidade das células à insulina e elevam a capacidade dos músculos de reter a glicose.
Além disso, eles contribuem para uma melhor autoestima, pois aliviam o estresse, melhoram a memória, diminuem a ansiedade e dão mais confiança ao praticante.
Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de diabetes, a atenção especial a pequenos detalhes cotidianos deve ser redobrada. Simples hábitos, como escovar os dentes, podem fazer toda a diferença na hora de prevenir complicações perigosas relacionadas à doença. Segundo o endocrinologista Frederico Marchisotti, mestre em Endocrinologia pela USP e especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, "o diabetes é uma doença que afeta o corpo todo". Mesmo assim, é possível levar uma vida saudável e de qualidade dando atenção a alguns cuidados.
Pés - Foto Getty Images
Fique de olho nos pés
É comum a perda de parte da sensibilidade nos membros inferiores dos diabéticos, devido a uma lesão chamada neuropatia diabética. Esse problema afeta nervos do corpo que - entre outras funções - levam informações sensitivas ao cérebro. Em geral, a primeira parte afetada são os dedos e outras áreas dos pés. Assim, feridas, cortes, rachaduras e calos, pratos cheios para instalação de fungos e bactérias, podem passar despercebidos pela falta da sensação de dor ou incômodo.
O problema é que o sistema imunológico de um diabético é menos eficaz do que o de uma pessoa sem a doença. Portanto, o menor machucado pode infeccionar e evoluir para um grave caso de gangrena, explica o endocrinologista. No caso da necessidade de uma cirurgia de amputação, as complicações ficam cada vez mais perigosas, já que novos focos de infecção surgem a cada incisão.
Cuide da saúde bucal
Embora pareça muito simples, a recomendação de higiene bucal após cada refeição para diabéticos é fundamental. Isso porque eles estão mais sujeitos à periodontite, doença que ataca gengivas, dentes e suportes dentários. Muitas vezes indolor, ela pode levar a infecções generalizadas.
Um dos motivos é o fato de o "sangue doce" dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, ser mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Outra razão, como esclarece o endocrinologista Frederico, é que, "por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba recebendo diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias".
Realizar uma boa escovação - que inclua o uso de fio dental - e ir ao dentista uma vez a cada seis meses, portanto, é essencial para prevenir desde cáries até complicações maiores.
Tire o sal da mesa
Quem é diagnosticado com diabetes tem mais chances de sofrer de hipertensão, pressão arterial elevada. Ela nada mais é do que consequência da obesidade - no caso do diabetes tipo 2 - e da alta concentração de glicose no sangue, que prejudica a circulação. Se não tratada, ela pode levar a doenças coronarianas, derrames, doenças vasculares periféricas e insuficiência cardíaca.
Por esse motivo, recomenda-se que o diabético não acrescente sal à comida. Segundo a nutricionista Camila de Abreu, de São Paulo, o sódio aumenta a retenção de líquido no corpo, fazendo com que o coração tenha que trabalhar mais para bombear o sangue, ocasionando o aumento de pressão nas artérias.
Fique de olho, também, no sódio que já vem presente nos alimentos. Alguns produtos apresentam quantidades muito elevadas, como comidas congeladas prontas, macarrão instantâneo, fast food, embutidos, entre outros.
Corte o cigarro
Segundo o endocrinologista Frederico, de São Paulo, diabéticos que fumam multiplicam em até cinco vezes o risco de ter um infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope.
Além disso, fumar também contribui para o aumento da pressão arterial. Para Frederico, não há discussão sobre o assunto: "Fumar é terminantemente proibido para diabéticos", adverte.
Crie uma dieta balanceada
Em geral, não há alimentos proibidos na dieta de um diabético. O essencial é que ele aprenda a consumir cada coisa com moderação, explica Frederico Marchisotti.
A nutricionista Camila alerta apenas que açúcar e massas, que contêm muitos carboidratos, devem ser evitados. No caso do diabetes tipo 2, relacionado à obesidade, as quantidades desses alimentos devem ser bem controladas, uma vez que o excesso de peso atrapalha a atuação da insulina, hormônio responsável por regular a taxa de glicose no sangue.
Os itens mais recomendados na dieta são fibras, minerais e frutas. Ainda assim, tudo em quantidade regulada. Verduras e legumes são muito bem-vindos em quantidade liberada, exceto pela família dos tubérculos, como batata, cenoura e mandioquinha. Para definir essas porções, o ideal é que se procure um nutricionista. "Cada pessoa terá um cardápio diferente, pois seu corpo, pressão, peso e estado geral de saúde são únicos", ressalta Camila.
Manere no álcool
O álcool não é proibido para diabéticos, mas, como qualquer outra bebida ou alimento, deve ser consumido de forma equilibrada. Primeiro porque bebidas alcoolicas têm muitas calorias, que, além de contribuir para o aumento de peso, elevam o nível de glicemia.
A outra razão é por ela aumentar os riscos de o diabético ter exatamente o efeito contrário: hipoglicemia, que é a diminuição do nível de glicose no sangue. Isso acontece devido ao corpo estar tão ocupado, processando o álcool, que não se dedica a produzir ou liberar insulina.
O endocrinologista Frederico recomenda que, se a pessoa for autorizada pelo nutricionista a beber, que opte pelo vinho tinto. Estudos apontam que, por conter flavonóides, a bebida tem ação antioxidante e pode prevenir problemas cardiovasculares.
Exercite-se
Fazer exercícios é uma forma de prevenção de diversos males causados pela diabetes. Eles estimulam a produção de insulina, queimam a gordura corporal, aumentam a sensibilidade das células à insulina e elevam a capacidade dos músculos de reter a glicose.
Além disso, eles contribuem para uma melhor autoestima, pois aliviam o estresse, melhoram a memória, diminuem a ansiedade e dão mais confiança ao praticante.
Por Laura Tavares - publicado em 26/06/2011
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