segunda-feira, 27 de abril de 2009

Comer tomate previne câncer de próstata???

Fonte: Clic RBS
O câncer de próstata é uma das causas mais comuns de morte por câncer em homens e representa mais de 10% de todos os novos cânceres diagnosticados pelo mundo.

Cerca de 1 em cada 6 brasileiros será diagnosticado com tumor de próstata em sua vida. Tanto o diagnóstico quanto as modalidades de tratamento, de uma forma ou de outra impactam negativamente o psicológico e o físico destes pacientes, de seus amigos e familiares. Considerando a sociedade e a saúde pública, o câncer de próstata representa gastos financeiros de grande monta. Sabemos, ainda, que a população está tendo uma expectativa de vida cada vez maior e, portanto, teremos mais homens idosos nos próximos anos e, consequentemente, mais homens com o risco de desenvolverem câncer na próstata.

Considerando este cenário, médicos pesquisadores estão trabalhando na possibilidade de diminuir este risco, através de medidas preventivas e pesquisa de novas substâncias que possam ser indicadas com esta finalidade. Estratégias de prevenção bem sucedidas poderiam diminuir a incidência da doença, a ansiedade que gera nos pacientes e os custos no sistema de saúde.

DIETAS e SUPLEMENTOS DIETÉTICOS

Àcido fólico, vitamina A, omega-3, vitamina C... – estas são substâncias que tem propriedades anti-oxidantes, “anti lesão celular”. Porém, quando foram estudas em estudos médicos em grandes populações não mostraram nenhum grau de prevenção para tumor de próstata.

Selênio, Vitamina E – também são substância com grande potencial anti-oxidante. Em estudos mais antigos, demonstraram um potencial benéfico para prevenção do câncer de próstata e o que motivou um grande estudo muito bem controlado por médicos pesquisadores americanos, canadenses e porto-riquenhos. Infelizmente, esta pesquisa, que estudou os efeitos do selênio e da vitamina E em separado e em conjunto, em mais de 35000 homens por no mínimo 7 anos falhou em mostrar algum benefício.

Dietas ricas em gordura – comprovadamente aumentam a chance de ser diagnosticado com câncer de próstata.

Tomates e suplementos com licopenos – porções semanais de tomate cozido são ótima fonte de licopenos. Licopenos são substâncias que “in vitro” (em laboratório) demonstraram possíveis propriedades de prevenção. Também em estudos clínicos, em homens que comiam mais tomate, aparentemente, tinham menor taxa de tumores na próstata. Tais fatos levaram a ampla divulgação na mídia que o tomate teria um poder de prevenção. Entretanto, tais resultados são conflitantes e baseados em estudos limitados e, como os demais suplementos acima, nenhum estudo bem controlado evidenciou um real poder de prevenção do tomate.

Vale destacar que apesar de muitos médicos, nutricionistas ou ditos especialistas em “medicina molecular” utilizarem hiperdosagens de um ou outro suplemento alimentar; vitaminas em excesso também causam problemas. Como por exemplo: o consumo em excesso de vitamina E (a chamada alfa-tocoferol) foi fator de risco para eventos cardíacos como infartos em quem ingeria este suplemento diariamente.

Uma dieta equilibrada com vegetais e frutas e fontes de proteínas, certamente fornecem ao organismo todos os nutrientes que são necessários; e, até hoje, nenhum suplemento mostrou ser efetivo na prevenção de câncer de próstata. Pelo menos não em estudos bem conduzidos. Outros estudos estão em andamento, e futuramente podem demonstrar alguma substância com resultados comprovados que sejam um agente preventivo ideal e barato.

O que, comprovadamente, podemos recomendar para prevenção do câncer de próstata?

Até hoje, segundo a Associação Americana de Urologia e a Associação Americana de oncologia Clínica, apenas uma classe de medicamentos mostrou ser eficaz na prevenção de tumores na próstata. São medicamentos que atuam diretamente no tecido prostático e são utilizados para alívio de sintomas urinários por próstatas com aumento benigno. Desde de 2003 sabemos que a finasterida tem este potencial de prevenção, mas controvérsias esclarecidas este ano não permitiram seu amplo uso por grande parte dos urologistas. Hoje, abril de 2009, sabemos que a finasterida previne cerca de 34% dos cânceres menos agressivos e 27% dos cânceres mais agressivos. A outra medicação desta classe é a dutasterida.

A oportunidade ou não de usar tal medicação deve ser decidida através da relação de confiança entre um urologista bem atualizado e o próprio paciente que deve ser orientado quanto aos riscos e benefícios.

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