sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pesquisa mostra que idosas do Rio têm níveis inadequados de vitamina D

23/10/09 - 07h00 - Atualizado em 23/10/09 - 07h00

Mulheres com mais de 65 anos apresentam baixos índices do hormônio.
Aposentada descobriu que estava com osteoporose aos 70 anos.
Viviane Mateus Especial para o G1, no Rio

Foto: Arquivo pessoal/Sylvia Assis 
Foto: Arquivo pessoal/Sylvia Assis

A aposentada Sylvia com seu filho Luiz Assis (Foto: Arquivo pessoal/Sylvia Assis)

Uma pesquisa de doutorado feita para a Fiocruz revelou que mulheres com mais de 65 anos, de todas as regiões do Rio de Janeiro, apresentam deficiência de vitamina D.  Responsável pelo estudo, o endocrinologista e presidente do Centro de Pesquisa Clínica, Luis Russo, constatou que 66% das 251 mulheres avaliadas possuem níveis inadequados do hormônio.

De acordo com Russo, por ser um país tropical e ensolarado, muitos médicos acreditavam que o Brasil não tivesse uma população exposta a esse tipo de deficiência, já que a vitamina D promove a absorção de cálcio após a exposição à luz solar.

Em uma escala utilizada para verificar os índices da vitamina no sangue, quem está com o valor inferior a 25 apresenta deficiência; de 25 a 50, insuficiência; e, de 50 a 75, tem níveis inadequados.

A pesquisa mostra que os índices da vitamina D encontrados na população idosa do norte da Europa, região de baixas temperaturas, ficam em torno de 84, enquanto que os constatados no estudo feito no Rio de Janeiro chegam a 65,4.

O médico Luis Russo assinala a necessidade de se tornar obrigatória a fortificação e suplementação de alimentos como leite, sucos, cereais e pães. “Em alguns países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá, as empresas alimentícias são obrigadas a incluir suplementos com cálcio e vitamina D em diversos alimentos”, conta.

Ainda segundo o médico, pessoas de todas as idades devem consumir pelo menos três copos de leite por dia. “É muito importante prevenir doenças como a osteoporose”, afirma. 
Risco para as mulheres
A aposentada Sylvia Neves de Assis, de 81 anos, descobriu que tinha 40% dos ossos atingidos pela osteoporose ao fazer um exame de desintometria óssea quando estava com 70 anos. Ela conta que fez o exame por acaso, depois de participar de uma palestra sobre a doença.

Foto: Viviane Mateus/G1 
Foto: Viviane Mateus/G1

Suplementos de cálcio e vitamina D ajudam a elevar os índices no sangue (Foto: Viviane Mateus/G1)

Após detectar o problema, a aposentada passou a tomar suplementos e fazer fisioterapia. “Há uns três anos eu caí de uma escada e precisei operar o fêmur, agora ando de muletas e vou ter que tomar cálcio para o resto da vida”, explica.

De acordo com a aposentada, uma operação para a retirada de um mioma aos 36 anos pode ter contribuído para o desenvolvimento da doença. “Eu precisei retirar o útero e entrei na menopausa muito cedo, o que contribuiu”, ressalta.

Rosa Luiza Ramos, de 76 anos também descobriu a doença tarde. A aposentada conta que sofreu uma queda em casa e fraturou uma das vértebras há três meses. “A osteoporose agravou o meu estado e estou usando um colete para ajudar na cicatrização”, afirma.
Combate à osteoporose
Neste domingo (25), dia mundial de combate à doença, a Federação Nacional de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose (Fenapco) vai oferecer uma série de exames gratuitos como teste de calcanho e IOF no Forte do Leme, na Zona Sul fluminense.

Além de testes que apontam os riscos da osteoporose, a população poderá participar de oficinas e palestras sobre exercícios, alimentação e bem estar. Também será realizada uma caminhada a partir das 9h na Avenida Atlântica, em Copacabana.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nutricionista indica dieta para síndrome metabólica

publicado em 22/10/2009 às 08h37:

Assista a trecho do vídeo do programa Hoje em Dia, com sugestão de alimentos
Do R7
Getty Images
Foto por Getty Images
Dieta para síndrome metabólica inclui muitas frutas, verduras e legumes

A nutricionista Danielle Machado fala sobre a importância de uma dieta adequada para quem tem síndrome metabólica.  Em entrevista a Edu Guedes, no programa Hoje em Dia, Danielle dá dicas na hora de escolher o que comer.
Primeiro, é importante perder peso. Por isso, deve-se incluir alimentos ricos em fibras.
Deixar de lado o sedentarismo - e começar a praticar exercícios físicos já- também ajuda.
Ela indica ainda comer cereais integrais, pouca gordura, peixes e grãos - que são ricos em proteínas -, alimentos de cores diferentes, frutas cítricas e muitas verduras e legumes.
Assista ao trecho do programa.





segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Teste de HIV poderá ser enviado pelos Correios

Diário de Pernanmbuco - Edição de domingo, 18 de outubro de 2009



Os testes de HIV agora poderão ser feitos por correspondência. O anúncio foi feito no Diário Oficial da União, através do Ministério da Saúde.

Estimativa é de que existam 630 mil brasileiros infectados pelo vírus HIV. Foto: NIAID/Divulgação
As novas formas de fazer o exame, o que torna o diagnóstico mais rápido, permite o envio do material-sangue seco coletado em papel-filtro - pelos Correios, ampliando a cobertura do exame, ou seja, chegando aos habitantes das cidades pequenas, onde não existe serviço laboratorial.

Em nota, o Ministério da Saúde explica que, tecnicamente, as amostras de sangue seco não são consideradas biologicamente infecciosas, facilitando o manuseio e o transporte até o laboratório. O comunicado diz ainda, que, a principal vantagem do método é o armazenamento da amostra de sangue por até 12 semanas sem refrigeração. Essa metodologia, por sua praticidade, dispensa a necessidade de coleta e transporte especializados, baixando consequentemente o custo dos exames.

O novo modelo de exame vale para as redes pública e privada em todo o Brasil. Com a medida, o ministério acredita que os laboratórios terão maior praticidade na realização das análises e os resultados serão mais rápidos. A decisão também foi ampliada para a utilização da biologia molecular para detectar a presença do vírus. Isso quer dizer que o diagnóstico será mais preciso, por identificar diretamente o HIV e não os anticorpos produzidos pelo vírus, pois, nesses casos, o resultado é classificado como indeterminado.

A estimativa é de que, atualmente, existam 630 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV em todo o Brasil. E, aproximadamente, 250 mil são portadores da doença, mas ainda não fizeram o teste. A Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), realizada ano passado, mostra por região o índice de exames de Aids feitos pela população. O Nordeste registrou o menor percentual: 26,6%. A região Sudeste tem percentual de 41%, seguida da Centro-Oeste, com 38,9%. Dados da pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2008, mostram um aumento de 67% no número de pessoas que já fizeram exames no país. Em1998, apenas 24% da população entre 15 e 54 anos havia se testado, em 2008 esse índice foi de de 36,5%.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Seu filho é hiperativo?


O que é a hiperatividade?

O TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, é um problema de saúde mental, que se inicia na infância e é classificado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-IV - 4ª Ed., 2003.

O que as pesquisas demonstram é que o TDAH é uma alteração neurobiológica e se caracteriza por um padrão persistente de desatenção, inquietação e impulsividade.

Quais os sintomas?

A pessoa não consegue prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou nas tarefas.

Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer.

Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ela.

Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações.

Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.

Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado.

Perde coisas necessárias para atividades (por ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros).

Distrai-se com estímulos externos.

É esquecida em atividades do dia-a-dia.

Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.

Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentada.

Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isso é inapropriado.

Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma.

Não para ou frequentemente está a "mil por hora".

Fala em excesso.

Responde às perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas.

Tem dificuldade de esperar sua vez.

Interrompe os outros ou se intromete (por ex: mete-se nas conversas/jogos).

Como é diagnosticada a hiperatividade?

Os critérios para o diagnóstico de TDAH são fundamentalmente clínicos e são baseados em sintomas comportamentais, portanto, para ser portador de TDAH não é necessário possuir uma lesão cerebral, pelo contrário, não existe nenhum exame laboratorial ou eletrofisiológico capaz de detectá-lo.

Existem três subtipos de TDAH:

Deve-se ter a presença de SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção para se classificar com TDAH, do tipo Predominantemente Desatento;

Para se classificar o TDAH do tipo Hiperativo-Impulsivo, deve-se relacionar SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade e para se considerar um TDAH do tipo Combinado, deve-se considerar SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção + SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade.

Além dos sintomas descritos acima, algumas considerações importantes devem ser feitas para considerar um diagnóstico de TDAH, como:

- Os sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.

- Os problemas causados pelos sintomas acima devem estar presentes em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho).

- E devem trazer prejuízos significativos e evidentes para a vida escolar, social ou familiar.

- Se existe outro transtorno, como depressão, deficiência mental, psicose, ansiedade ou outros, os sintomas não devem ser atribuídos exclusivamente ao TDAH.

Quais as causas?

As causas são possivelmente genéticas e estão ligadas à hereditariedade. Geralmente os responsáveis relatam que um parente próximo (pai, mãe, tios, avós ou primos) era assim na infância.

Quais são os efeitos da hiperatividade para a vida da criança?

Os efeitos são muito negativos, pois o excesso de desatenção e de hiperatividade faz com que a criança tenha muitos problemas escolares, familiares e sociais.

A hiperatividade desaparece com a idade?

Durante muito tempo o TDAH era considerado um problema exclusivo da vida infantil e a crença era de que com a idade a hiperatividade desapareceria. Por meio de estudos, a partir dos anos 80, o TDAH foi verificado também na vida adulta em 70% dos casos.

O que parece acontecer na vida adulta é a diminuição dos sintomas de hiperatividade, mas a manutenção dos sintomas de desatenção. Aí surge a falsa impressão de que a hiperatividade poderia ter cura na vida adulta, porém o que há é uma mudança na manifestação dos sintomas.

Como agir com uma criança hiperativa?

De fato, todas as intervenções destinadas às crianças hiperativas devem ser apropriadas, já que elas não respondem bem às intervenções normais de pais e/ou professores. Como são crianças mais difíceis, os adultos devem buscar formas mais satisfatórias para conseguirem obter uma qualidade positiva de relacionamento. Não existe receita pronta, mas tudo e de tudo deve ser tentado. Algumas estratégias vão funcionar com alguns hiperativos e com outros não. Costumo dizer que, com essas crianças, não podemos ir "em linha reta", devemos, sim, "comer pelas beiradas", ou seja, devemos ser objetivos e firmes, porém com certo jeito e flexibilidade. Só assim conseguiremos alguma coisa.

Os pais que possuem altas expectativas em relação aos filhos ou que são exigentes e rígidos demais sofrem muito e tornam a relação familiar um verdadeiro caos.

É importante que os pais saibam discriminar incompetência de desobediência, pois muitas vezes essas crianças são incompetentes em muitas habilidades.

Por exemplo, os pais acreditam que os filhos com TDAH são teimosos e por isso não obedecem, que se mexem muito porque querem chamar a atenção, que não fazem a lição porque são preguiçosos e indolentes.

Porém, quem sabe das inabilidades dessas crianças sabe que esses comportamentos refletem as dificuldades e não são propositais.

Quais os problemas que a hiperatividade traz para o desenvolvimento escolar da criança?

Os problemas causados pelo TDAH podem ser de ordem comportamental e social, exclusivamente, como a criança que não para sentada e atrapalha os outros alunos, mas também podem causar dificuldades específicas em sua capacidade de aprender. Ela pode apresentar dificuldades para copiar textos, não terminar tarefas e executar problemas aritméticos pela falta de atenção e pela impulsividade.

Em outros casos, a criança pode ficar defasada em termos de conteúdo pedagógico.

Quais os tratamentos?

Não há cura para o TDAH, existe controle. O que há disponível para esse controle é a medicação, que tem atuação direta nos sintomas de desatenção e impulsividade.

Há também a psicoterapia, pois a autoestima e a falta de autocontrole trazem prejuízos negativos que podem exacerbar o quadro.

Outro ponto importante do tratamento é a Orientação aos Pais, ou a Psicoeducação, em que é trabalhada a conscientização dos pais sobre o que é o TDAH, como se manifesta, quais as formas de manejar melhor os sintomas em casa. E na escola, esse trabalho também é feito com os professores e com toda a equipe escolar.

Caso haja outras dificuldades, como de linguagem, faz-se necessário o acompanhamento de uma fonoaudióloga; a presença de problemas motores exige um acompanhamento de uma psicomotricista ou de terapia ocupacional.

Se houver necessidade de contemplar algum prejuízo em termos de defasagem de conteúdo, a presença de um psicopedagogo torna-se importante.

Exercícios físicos ajudam a amenizar a hiperatividade?

Depende. Exercícios que estimulam demais podem trazer o efeito rebote, ou seja, a criança, ao invés de se acalmar, poderá ficar ainda mais excitada.

Aqui vale o bom senso. Exercícios físicos são necessários para qualquer criança, entretanto, deve existir moderação e equilíbrio.

Dicas para os pais perceberem se seu filho é hiperativo:

Os pais e professores devem ficar atentos: se a criança nunca termina as tarefas, se se distrai com facilidade, se parece sonhar acordada, ou estar no mundo da lua, se apresentar um excesso de agitação, se não parar sentada, se falar muito e, principalmente, se não apresenta bom desempenho escolar e/ou sério prejuízo nas relações interpessoais.
Por: Dra. Edyleine Bellini Peroni Benczik

Fonte: www.idmed.com.br

Diabetes: outros tipos, consultas e exames

Quais são os outros tipos de diabetes, além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional?

As outras causas de diabetes são relativamente raras. São doenças que, de uma forma ou outra, levam à menor síntese e produção de insulina ou à redução de sua atividade. Os sintomas são relacionados à presença da hiperglicemia (polis - poliúria, polidipsia e polifagia ou seja, urinar muito, beber muita água e comer muito; emagrecimento, etc.) como nos diabetes "comuns", além de eventualmente sinais e sintomas relacionados à própria doença de base. Ressalto que esses quadros são muito incomuns, mesmo para um endocrinologista.

Existe uma categoria de diabetes de causas genéticas que é relativamente extensa, mas em geral extremamente incomum. Outras causas incomuns são:

Doenças pancreáticas: qualquer tipo de pancreatite crônica (álcool, hiperTG, doença biliar) pode levar à destruição do órgão, fibrose e perda da capacidade de secreção de insulina.

Drogas: corticoides, inibidores da protease (parte do coquetel anti-HIV), antipsicóticos atípicos (medicações de uso psiquiátrico, de uso cada vez mais disseminado).

Endocrinopatias: excessos hormonais por doenças que levam ao bloqueio da ação da insulina, como a acromegalia (GH), doença de Cushing (cortisol), feocromocitoma (catecolaminas tipo adrenalina, cortisol) e glucagon.

Todas essas são muito, muito raras.

Como é o processo de exame para pessoas com diabetes? Alguns exames devem ser feitos diariamente?

Pacientes portadores de diabetes devem fazer exames regularmente, mesmo que estejam se sentindo bem.

O diabetes é uma doença pouco sintomática, em geral, e ainda seus sintomas podem ser facilmente confundidos, especialmente nos casos de glicemia fora dos extremos.

Esses exames têm dois objetivos principais no paciente já sabidamente diabético:

a) Avaliar se o tratamento tem sido eficiente em manter os níveis glicêmicos em níveis adequados. Para tal, o médico pode utilizar as glicemias de jejum e pós-prandiais e as medidas de hemoglobina glicada. Enquanto as glicemias, assim como as fitas de glicemia capilar utilizadas em casa, captam toda a oscilação diária da glicemia no horário da medida, as medidas de hemoglobina glicada servem para ter uma ideia da média dessas medidas em um período mais longo, algo como 3 a 4 meses.

b) Pesquisar a presença de complicações na fase mais inicial possível, buscando um tratamento mais eficiente. Para isso, o exame utilizado depende do órgão que gostaríamos de avaliar: se os rins, a dosagem da microalbuminúria e os testes de função renal fazem o papel básico; quanto aos olhos, o exame do fundo de olho (retinoscopia) feito pelo oftalmologista é suficiente para o diagnóstico; o exame do monofilamento de 10g testa a sensibilidade dos pés, entre diversos outros.

Como ocorre a monitorização domiciliar?

A monitorização domiciliar atualmente é feita com a medida da glicemia capilar, principalmente. Os resultados destes testes se correlacionam muito bem com a glicemia medida laboratorialmente, e podem substituir os exames para medidas mais simples e frequentes.

Os esquemas de monitorização são múltiplos e dependem do diagnóstico, da fase de tratamento, do nível de controle, da estabilidade e várias outras características. Cabe ao médico decidir, junto com o paciente diabético, qual esquema é que mais se encaixa em suas necessidades individuais.


Com qual frequência deve acontecer a visita ao consultório?

As visitas ao médico devem ser frequentes, mas esses intervalos podem ser variáveis de acordo com a situação. Em geral, os pacientes com diabetes devem se programar para fazer entre 2 e 3 visitas ao médico dentro do período de um ano, no mínimo. Pacientes com esquemas de tratamento mais intensivos, com múltiplas aplicações, plenamente insulinizados, com controle oscilante ou difícil ou em situações que levem à piora rápida do controle (infecção, por exemplo) têm indicações de retorno mais precoce ao consultório para reavaliação.

Por: Dr. Guilherme Ferreira Marquezine é Especialista em Endocrinologia e Doutor pela Universidade de São Paulo. Docente da Universidade Estadual de Londrina. Atua na área de Endocrinologia e Metabologia, com ênfase em diabetes mellitus e seus determinantes genéticos.

Fonte: www.idmed.com

Aposte na alimentação certa para aumentar a saciedade

Frutas


Café da manhã
Minha vida

Sucos, vitaminas e até o arroz com feijão entram no cardápio que mata a fome e emagrece

Por Camila Michel

Não passou nem uma hora que você almoçou, mas a fome já começa a aparecer? E, quando você come, os ataques de gula são frequentes? Por isso, a solução para não bater de frente com a dieta é apostar em um prato com alimentos ricos em nutrientes com forte poder de saciedade. Isso mesmo, a ideia é retardar a sensação de fome e evitar que você fique beliscando guloseimas ao longo do dia. "Um elevado poder saciante é encontrado em alimentos ricos em proteínas, fibras e água, enquanto alimentos ricos em gordura apresentam baixa capacidade de controlar o apetite", explica a nutricionista Patrícia Bertolucci.

Se a vontade de devorar o mundo é a grande inimiga da dieta, a saída é montar um cardápio repleto de comidas que enchem o estômago e ainda ajudam a eliminar os quilos extras. Logo abaixo, montamos uma lista de opções que vão muito além das verduras ricas em fibras.

Café da manhã reforçado
Para não sentir fome ao longo do dia, o ideal é saborear um café da manhã rico em nutrientes, assim não chegamos na hora do almoço querendo abocanhar tudo o que vemos pela frente.

"A mistura de uma xícara de frutas picadas coberta com um pote de iogurte light, duas colheres de sopa de granola e uma colher de sopa de geleia resulta em um sabor intenso que mata a vontade de comer doce ao longo do dia", recomenda a nutricionista Cyntia Antonaccio, da Equilibrium Consultoria."Essa mistura é rica em fibras e, além de não prejudicar o regime, ajuda a não sentir fome".

De acordo com a nutricionista Patrícia Bertolucci, é importante não deixar alguns grupos de alimentos de fora do desjejum. São eles:

Cereais integrais: prefira a versão integral dos carboidratos, que auxilia no trânsito intestinal, já que possuem mais fibras. Eles também contribuem para a saciedade, pois demoram mais para serem digeridos.

Laticínios: as proteínas presentes nos laticínios oferecem maior saciedade , pois a digestão é mais lenta, retardando o esvaziamento gástrico e, consequentemente, a fome.

Frutas: são excelentes fontes de fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes vitais para o bom funcionamento do nosso corpo. As frutas de cor alaranjada, ricas no pigmento betacaroteno, como o mamão, contém vitamina A, que é importante para manutenção da saciedade.
Vitamina poderosa
No meio da tarde ou antes do almoço, uma aliada para espantar a fome é a vitamina. Com os ingredientes certos, você aproveita todos os benefícios e garante muita saciedade. "Optar pelas vitaminas com alimentos de cor alaranjada (cenoura, laranja, mamão), também é uma ótima opção para afastar a fome. Sem contar que a vitamina A, presente nessas frutas e legumes, auxiliam o funcionamento dos pulmões e do coração, dos olhos e do sistema imunológico", explica a nutricionista Patrícia Bertolucci.
Receita de Smoothie de mamão

Ingredientes
- 1 fatia de mamão
- 3 ameixas pretas sem caroço deixadas de molho
-1 colher (sobremesa) de semente de linhaça triturada
- ½ copo de leite de soja gelado

Modo de preparo
Coloque as ameixas e a água das ameixas no liquidificador. Junte o restante dos ingredientes e bate no liquidificador. Sirva em seguida.
Vitaminas
Almoço
Para a hora do almoço, existem diversas opções de pratos que ajudam a manter a saciedade e te livram da fome que aparece no meio da tarde.

Aposte no arroz com feijão
A dupla é aliada da dieta. O arroz possui várias vitaminas do complexo B, carboidratos, cálcio, folato e ferro. Já o feijão é um alimento rico em proteína vegetal, fibras, fonte de ferro e vitaminas do complexo B. "Ele é um tipo de amido resistente, ou seja, o carboidrato do feijão demora mais tempo para se transformar em glicose (açúcar no sangue), evitando picos de insulina e que o metabolismo fique lento". "Além do valor nutricional, a ingestão do arroz com feijão proporciona uma saciedade de longa duração, muito diferente do hambúrguer, por exemplo, que nos faz sentir empanturrados e, em pouco tempo, sentir fome", diz Patrícia Bertolucci.

Vegetais até o talo
Outra dica para deixar seu almoço farto de nutrientes, é apostar nos talos de vegetais, que ajudam a dar sustância. "Eles deixam as refeições mais completas já que apresentam um número grande de nutrientes, assim a fome demora mais para voltar. Podemos optar pelos talos de couve-flor, nabo, beterraba e adicioná-los a farofas, no cozimento do arroz e em sopas. As opções são supervariadas", diz a nutricionista Patrícia.
Uma dica para o jantar
Para que o jantar esteja equilibrado, é necessário ter um alimento de cada grupo alimentar, no entanto, consumidos em menores quantidades. "Assim, a fome não aparece no meio da noite e acordamos com o apetite controlado para o café da manhã", diz Patrícia. O jantar deve conter:
- Carboidratos (arroz integral, batata, macarrão integral)
- Leguminosas (feijão, soja, grão de bico)
- Carne (frango, carne vermelha magra, peixe)
- Verduras (alface, rúcula, agrião)
- Legumes
- Frutas (maçã, pera, uva)

Aposte nas folhas
As folhas verdes são campeãs de fibras e também contam com outra particularidade quando o assunto é saciedade. "Elas exigem muita mastigação. Este é um mecanismo fundamental para o cérebro avisar a hora certa de você parar de comer", explica Patrícia. "Não deixe de acrescentar ao seu prato alimentos ricos em fibras (alimentos integrais), que possuem baixo índice glicêmico e dão uma sensação de saciedade maior, evitando a fome alguns minutos depois do jantar", dia a nutricionista. 

sábado, 10 de outubro de 2009

Quatro dietas esquisitíssimas – e as razões para não segui-las



Já reparou como as pessoas gostam de inventar moda para encontrar novas formas de emagrecer? Ansiosas em ver resultados, muitas embarcam em dietas que, além de não ajudar a perder peso (e sim massa magra, aquela responsável pela estrutura muscular e vital à nossa saúde) ainda coloca todo o organismo em desequilíbrio.

Para mostrar quão criativas – e insensatas – podem ser os regimes alimentares, a nutricionista Flávia Bulgarelli Vicentini, da Casa Movimento, espaço que oferece um trabalho multidisciplinar de qualidade de vida para escolas, empresas e condomínios, lista as dietas mais inusitadas e justifica por que não segui-las.



Dieta do abacaxi:
ela tem várias versões, sendo que na mais radical e também mais desaconselhável, se ingere somente abacaxi por um determinado período de tempo. Ela emagrece, mas o que se perde é a tal massa muscular citada acima.


Dieta do atum: sugere o consumo de várias porções de atum enlatado ao dia. Esse tipo de dieta promove a carência de inúmeros nutrientes e fibras. Sem contar que a deficiência de carboidrato promove, entre outras alterações,  a deficiência de substrato para os neurônios, podendo provocar enxaqueca e irritação.



Dieta do leite: nesse tipo de dieta a pessoa pode tomar leite desnatado à vontade. Algumas chegam a tomar quase dois litros da bebida por dia, com a justificativa de que o cálcio emagrece. Mas é importante lembrar de que o excesso dessa substância causa uma série de complicações. Ao seguir esse regime, pode-se sofrer com problemas renais como pedra no rim, formada pelo excesso de cálcio.




Dieta da clara de ovo: essa dieta ganhou notoriedade quando Scheila Carvalho declarou ter perdido 11 kg comendo apenas clara de ovo, frango, peito de peru e batata. Aqui, novamente, se explora o minado território sem verduras, legumes e frutas. A deficiência de vitaminas fornecidas por esses alimentos pode promover queda na resistência imunológica.

*Fotos: Getty Images

Mande embora até 3 Kg em 7 dias...

COM O REGIME DA SOPA DE ANA MARIA BRAGA


Cardápio limitado em horários maleáveis. Apesar de conhecido por sua restrição, o menu é flexível no que diz respeito ao tempo.

A receita da sopa de legumes que entra no cardápio, encontra-se no final da postagem.


Por ser muito restritiva, o consultor do sopão, como costuma se apresentar o endocrinologista e nutrologista Wilmar Accursio, de São Paulo, não recomenda que o regime seja feito por período superior a sete dias consecutivos. Do contrário, sintomas como fraqueza, queda de pressão e mal-estar serão inevitáveis por causa da falta de nutrientes. “Isso não impede que uma pessoa que sinta facilidade em se adaptar ao cardápio possa repeti-lo uma vez por mês. Desde que mantenha um intervalo de três semanas para recomeçar o ciclo”, alerta Accursio. “Ele deve servir apenas como um empurrão para a perda de peso, jamais fazer parte constante a alimentação. Até porque, ninguém suportaria refeições tão monótonas”, completa.




Segunda-feira

Café da manhã
1 xíc. (chá) de café, chá ou 200 ml de suco de uva (sem açúcar) 1 fatia de melão
lanche da manhã
1 fatia média de melão
Almoço
sopa à vontade
1 fatia média de melancia
Lanche da tarde
1 fatia de melão
Jantar
sopa à vontade
Ceia
1 fatia de melão


Terça-feira

Café da manhã
Sopa à vontade
lanche da manhã
Chá de ervas com adoçante à vontade
1 fatia média de melão
Almoço
Salada de folhas à vontade, temperada com pouco sal e vinagre ou limão
Lanche da tarde
Sopa à vontade Chá, café com adoçante à vontade
Jantar
Sopa à vontade
1 batata grande cozida
Ceia
1 fatia de melão


Quarta-feira

Café da manhã
1 xíc. de chá ou café com adoçante
1 fatia média de melão
Lanche da manhã
1 maçã
200 ml de suco light
Almoço
Salada de folhas à vontade; ½ tomate; chuchu e abobrinha à vontade cozidos, temperados com sal e limão
Sopa à vontade
1 fatia de melancia
Lanche da tarde
1 goiaba
Jantar
Salada de folhas à vontade
Sopa à vontade
Ceia
1 fruta


Quinta-feira

Café da manhã
1 xíc. (chá) de leite desnatado com café e adoçante
1 banana
Lanche da manhã
1 banana
Almoço
Sopa à vontade
1 banana
Lanche da tarde
1 banana
Jantar
Sopa à vontade
1 banana
Ceia
1 pote de iogurte light


Sexta-feira

Café da manhã
Chá de ervas com adoçante à vontade
Lanche da manhã
Sopa à vontade
Chá de ervas com adoçante à vontade
Almoço
Salada de folhas e tomate à vontade
2 bifes grelhados
Lanche da tarde
Sopa à vontade
Jantar
Salada de folhas e tomate, temperada com sal e limão, 1 bife grelhado
Ceia
Sopa à vontade


Sábado

Café da manhã
Chá à vontade
Lanche da manhã
Sopa à vontade
Almoço
2 filés de frango
Legumes cozidos no vapor
Lanche da tarde
1 banana
Jantar
1 filé de frango
Legumes cozidos
Ceia
Sopa à vontade


Domingo

Café da manhã
200 ml de suco de fruta natural, com adoçante
Lanche da manhã
1 maçã
Almoço
Salada de folhas à vontade, temperada com sal e limão
3 col. (sopa) de arroz
3 col. (sopa) de feijão, grão-de-bico ou lentilha
Sopa à vontade
Lanche da tarde
200 ml de suco de fruta, com adoçante
Jantar
Salada de folhas verdes temperada com sal e limão, à vontade
Sopa à vontade
Ceia
200 ml de suco de fruta, com adoçante


SOPA DE LEGUMES

Calorias: 250
receita de 3 litros


Ingredientes:
1 berinjela média cortada em cubos
1 nabo médio cortado em cubos
2 maços de cebolinha verde picados
2 latas de purê de tomates (680 g)
1 maço de salsão (aipo) picado
1 repolho grande fatiado
1 pacote de sopa de cebola (70 g)
1 cebola média picada
3 cenouras médias cortadas
2 xíc. (chá) de vagem picada
sal a gosto
curry, salsinha e pimenta-do-reino a gosto
4 litros de água

Modo de fazer:
1. Numa panela grande, ou em duas, refogue a cebola e junte todos os outros ingredientes. Cubra com água.
2. Ferva por 10 min. Abaixe o fogo. Junte os temperos, inclusive o sal.
2. Mantenha o ponto de fervura por aproximadamente 40 min. ou até que os vegetais fiquem macios e diminua a quantidade de água.

Quem perde mais?
Para o endocrinologista, estipular a quantidade de quilos a ser eliminada em um determinado espaço de tempo é uma questão relativa, já que nem todo organismo reage da mesma maneira. “Homem emagrece mais fácil que mulher, assim como os jovens sentem menos dificuldade de perder peso do que pessoas mais velhas”, explica. “Não há como negar que quem está com sobrepeso enfrenta poucos problemas para diminuir 3 kg com esse menu, se comparado àqueles que precisam eliminar apenas alguns quilos”, completa. Por isso, o melhor é que cada caso seja analisado de maneira individual, pois, enquanto uns não exterminam a quantidade prevista, outros tendem a ultrapassar esse número.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Dieta especial ajuda na recuperação de pacientes com câncer

08/10/09 - 06h30

Receitas sem sal usam ervas para realçar sabor dos alimentos.
Acompanhantes aprendem dicas e 'recarregam baterias' em aula.
Do G1, em São Paulo
 
Foto: Mateus Mondini/G1 
Foto: Mateus Mondini/G1

Antes das receitas, acompanhantes aprendem a importância do apoio emocional no tratamento contra o câncer (Foto: Mateus Mondini/G1)

Adesão à medicação receitada, consultas frequentes levadas a sério, alimentação balanceada e apoio emocional. Parece uma receita simples, mas para que essa “fórmula” funcione no tratamento contra o câncer é fundamental a participação dedicada de um acompanhante para o paciente.

São essas pessoas que vão lidar de perto com sintomas como a depressão, a ansiedade, a perda de peso, e os altos e baixos emocionais por que passa o doente. Elas também são responsáveis por dar uma nova cara aos alimentos que o paciente está cansado de comer e renovar inclusive o sabor da comida, com a ajuda de ingredientes simples, como ervas, que realçam o sabor dos alimentos e fazem a diferença.

O paciente com câncer não pode consumir muito sal, e a comida sem gosto dificulta ainda mais a alimentação de quem já tem facilidade para perder peso. De acordo com a nutricionista Jane Lopes, responsável pelo acompanhamento de alguns pacientes no ambulatório e em tratamento, a solução é adotar uma dieta saudável, mas altamento calórica, para que o doente consiga manter o peso, mesmo se alimentando pouco.

Foto: Mateus Mondini/G1 
Foto: Mateus Mondini/G1

Entre risadas e desabafos, aulas também servem para 'recarregar baterias' das acompanhantes (Foto: Mateus Mondini/G1)

A dica então é usar óleos, gordura e açúcar para aumentar o valor calórico das refeições. E para ajudar esposas, maridos, pais, filhos e irmãos na tarefa de equilibrar a alimentação dos pacientes, uma equipe multidisciplinar do Instituto do Câncer de São Paulo ensina algumas receitas aos acompanhantes, e mais do que isso, recarrega as baterias dessas peças fundamentais na busca pela cura do câncer.

É o projeto Cozinha Experimental, com uma aula por mês para acompanhantes que esperam seu paciente durante a sessão de quimioterapia. Em uma aula acompanhada pelo G1, a equipe ensina a preparar azeite aromatizado, batatas com ervas aromáticas e banana com canela e cravo.
    
“O câncer não é uma doença que atinge apenas o paciente, mas atinge toda a família. Então é uma luta que todos acabam encarando juntos. É muito importante dar aos acompanhantes esse tempo para se distrair. Além disso, a aula tem outro aspecto. É frustrante para esses cuidadores se dedicarem à comida e notarem que os pacientes não querem comer. Nós tentamos mostrar que isso acontece por causa da doença, e não por culpa deles”, diz ao G1 a gerente de nutrição do Instituto, Suzana Lima.

Foto: Mateus Mondini/G1 
Foto: Mateus Mondini/G1

Equipe multidisciplinar do Instituto do Câncer de São Paulo dá dicas a mulheres, mães e filhas de pacientes (Foto: Mateus Mondini/G1)

Para a psicóloga Samatha Moreira, que também participa das aulas e acompanha pacientes em quimioterapia, o curso pretende estimular a alimentação do paciente. “Isso é importante pelo fator nutricional, já que uma boa dieta fortalece a imunidade e diminui efeitos colaterais do tratamento, mas também porque a comida é uma forma de vínculo, de manter o contato entre a família na mesa, e é um jeito de o doente não se sentir excluído da vida social”, diz.        

Durante 1 hora de papo e risadas, as especialistas ainda dão dicas para o cuidador não exagerar na preocupação e respeitar os momentos de introspecção do paciente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Recaída por depressão


Recaída por depressão Estudo realizado em parceria entre a Unifesp e a USP mostra que a depressão contribui com a recaída de pacientes que pararam de fumar depois de hospitalização por doença coronariana

7/10/2009


Por Alex Sander Alcântara Agência FAPESP – A depressão é um fator de recaída no comportamento de fumar após a alta hospitalar entre fumantes que iniciaram abstinência em virtude de hospitalização por enfarto do miocárdio ou angina instável. É o que conclui uma pesquisa, realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
O estudo teve o objetivo de investigar, em pacientes hospitalizados com diagnóstico de síndromes coronárias agudas, se a depressão e outras características são fatores que permitem prever até que ponto os pacientes mantêm a abstinência de nicotina iniciada na hospitalização. A pesquisa avaliou também fatores associados à dependência de nicotina, como o álcool e a cafeína, além da percepção de risco.
O trabalho, intitulado “Fatores associados e preditivos da recaída no comportamento de fumar em pacientes com síndromes coronárias agudas”, é resultado do doutorado da psicóloga Glória Heloise Perez, defendido na Unifesp. A autora é psicóloga chefe do InCor.
O estudo teve fundamento em uma pesquisa iniciada há cerca de 10 anos por Ronaldo Ramos Laranjeira, professor titular do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, com apoio da FAPESP na modalidade auxílio à pesquisa. Orientador da tese de Glória, Laranjeira afirma que o estudo é inovador, ainda que o tema tenha começado a ser explorado há quase uma década.
“Hoje a literatura até corrobora essas associações entre a dificuldade de parar de fumar e a ocorrência de depressão, ou outros fatores. Mas há dez anos, quando apresentamos um projeto à FAPESP, o assunto era muito pouco comentado”, disse Laranjeira à Agência FAPESP .
O pesquisador é coordenador do projeto temático intitulado “Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e outras drogas”, financiado pela FAPESP. Segundo ele, o estudo apresentado por Glória chama a atenção para a necessidade de se dar mais assistência aos fumantes, principalmente àqueles que não conseguem parar de fumar.
“Não adianta dizer para uma pessoa que sofreu infarto que, agora que ficou doente, precisa parar de fumar. Sem estrutura e tratamento adequados, que envolve também uso de medicamentos, muitos voltam a fumar”, alerta Laranjeira.
O elemento “inovador” do trabalho de Glória consistiu em levar em conta questões psicológicas, como a depressão, segundo Laranjeira. “É natural que essas questões de ordem psicológicas também interfiram no processo de interrupção do ato de fumar”, disse Glória à Agência FAPESP.
O estudo avaliou 403 pacientes que apresentaram infarto ou angina instável, monitorados por seis meses após o período de internação. Segundo a psicóloga, os pacientes deprimidos tiveram, proporcionalmente, mais chance de recaída do que os não deprimidos hospitalizados.
“Quando um paciente é hospitalizado para o tratamento de uma doença cardíaca como o infarto, por exemplo, ele é proibido de fumar. Isso faz com que uma pessoa entre obrigatoriamente em abstinência”, explica.
Os entrevistados ficaram, em média, oito dias hospitalizados e, consequentemente, foram obrigados a ficar sem fumar nesse período. “Como estavam fora da rotina, vivendo uma doença com vários sintomas, grave e potencialmente fatal, longe das situações em que estão condicionados a fumar, a hospitalização por mais tempo foi um fator que os protegeu da recaída no comportamento de fumar após a alta hospitalar”, disse Glória.
A pesquisa aponta que houve uma abstinência de cerca de 60%, ou seja, menos da metade (40%) dos pacientes voltaram a fumar. “Isso significa que a hospitalização é uma grande oportunidade para as pessoas pararem de fumar”, disse a psicóloga.
O tempo da hospitalização foi considerado um fator que influencia a recaída dos pacientes: quanto menor a duração da internação, maior a chance de recaída, uma vez que a “primeira semana é o pior período para resistir à tentação de fumar”, segundo a pesquisadora.
Ter diagnóstico de angina instável – e não de infarto – foi considerado também um fator “preditivo”, segundo o estudo. A gravidade seria um fator “mobilizador” para parar o vício.
“O paciente que tem o diagnóstico de angina instável acha que a doença é menos grave, portanto volta a fumar. O paciente de infarto não. Ele sabe da gravidade da doença, que é potencialmente fatal”, afirma Glória.

Fatores associados
Segundo a psicóloga do InCor, a relação entre depressão e o comportamento de fumar é muito complexa. Foram aplicadas duas escalas para avaliar a depressão. Uma para diagnóstico e outra para a intensidade do problema.
“É uma via de mão dupla. Tanto uma pessoa pode fumar para aliviar os sintomas de depressão porque a nicotina tem um efeito antidepressivo, como também alguns estudos mostram que um fumante pode desenvolver depressão”, diz.
Comparados com não-fumantes, os fumantes com síndrome coronariana aguda são jovens, mais propensos ao consumo de café e percebem menos o fumo como um fator de risco para doenças cardíacas.
Segundo a pesquisa, homens fumantes são também mais propensos ao consumo de álcool, indicando que usam mais psico-estimulantes do que homens não-fumantes e mulheres que fumam.
Mas, de acordo com Glória, o consumo de álcool não foi um fator preditivo de recaída, mas um fator associado. Entre os homens, os fumantes que tiveram diagnóstico de infarto consomem mais café e álcool. “Os fumantes são mais jovens e ficam doentes mais precocemente do que os não fumantes”, acrescentou.

Os benefícios da dieta mediterrânea durante a gravidez e em outras fases da vida

Fonte: Revista Crescer

Estudo mostra que seguir essa alimentação, rica em frutas, peixes e gorduras boas, pode garantir alguns anos a mais e reduzir depressão. Outra pesquisa revela que, quando adotada na gravidez, reduz a chance de doenças nas crianças

Ana Paula Pontes e Bruna Menegueço

Shutterstock
Você conhece a dieta mediterrânea? Aquela rica em frutas, vegetais, cereais, peixes e frutos do mar, associada ao azeite de oliva? Além de ela dar a você alguns anos de vida a mais, um relatório publicado na revista Archives of General Psychiatry, da Associação Médica Americana, revelou que esse tipo de alimentação pode reduzir riscos de depressão.

Para chegar a essa conclusão, cientistas das Universidades de Las Palmas de Gran Canária e Navarra, na Espanha, avaliaram 10.094 espanhóis entre 1999 e 2005. Os participantes relataram sua ingestão alimentar e os pesquisadores calcularam a sua adesão à dieta mediterrânea, entre eles o consumo moderado de álcool e produtos lácteos; a baixa ingestão de carne vermelha; e o alto consumo de legumes, frutas cereais, legumes e peixe.

Depois de aproximadamente quatro anos de estudo, 480 casos de depressão foram detectados, sendo 156 em homens e 324 em mulheres. Aqueles que optaram pela dieta mediterrânea apresentaram 30% menos risco de desenvolver depressão.

Para os pesquisadores, a explicação estaria nos componentes da dieta, que podem melhorar a função dos vasos sanguíneos, combater a inflamação, reduzir o risco de doença cardíaca e reparar danos celulares.


Longevidade

Sabe aquele pão com um fio de azeite que chega fresquinho à mesa do restaurante e você morre de vontade de comer, mas vive se policiando? Pois é, ele pode garantir a você alguns anos de vida a mais.
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, analisou, por mais de oito anos, a alimentação de 23 mil pessoas, entre homens e mulheres, que mantinha os costumes da dieta. Os dados revelaram que essas pessoas viveram anos a mais. Outro estudo, liderado por Dimitrios Trichopoulos, professor de prevenção do câncer da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, sugere que pessoas que a adotam podem reduzir a probabilidade de desenvolver câncer. O resultado da pesquisa, feita com 25.623 gregos durante oito anos, mostrou que a contribuição para isso está na substituição das gorduras ruins pelas boas.

Se quiser reforçar os benefícios de uma alimentação saudável , procure fazer as refeições em horários regulares e não se privar de muitos alimentos, como acontece em regimes muito restritivos. Um recente estudo do Sesi-SP, feito com alunos, comprovou que a reeducação alimentar é o melhor caminho para evitar a obesidade e garantir uma vida saudável. Não custa tentar, certo?


Na gravidez


Mães que durante a gestação optam por esse tipo de dieta podem prevenir seus filhos de ter asma e outras alergias, segundo estudo realizado pela Universidade de Creta, na Grécia. A pesquisa avaliou 460 mães e seus filhos, da gravidez até os 6 anos e meio.

“Alguns nutrientes dessa alimentação têm capacidade antiinflamatória e antioxidante -- como o tipo de gordura (ácido graxo e ômega-3), frutas, vitaminas --, diferentes daqueles com potencial alérgeno e inflamatório existentes na dieta ocidental, como os óleos de milho, soja e girassol (ômega-6)”, diz Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein. É nessa troca que pode estar a explicação para a redução do risco de alergia das crianças cujas mães optaram pela dieta mediterrânea na gestação.

O especialista afirma ainda que os hábitos maternos durante a gravidez podem interferir na vida da criança, inclusive na fase adulta. Para isso, a dieta da mãe deve ser balanceada. “Não é preciso excluir nada. A carne vermelha, por exemplo, pode e deve ser consumida. Rica em zinco e vitamina B12, previne a anemia. Porém, é preciso associar ainda peixes, vegetais e frutas e reduzir a quantidade de gorduras animais e aquelas ricas em ômega-6”, diz.
É importante levar em conta que tanto o desenvolvimento da asma quanto do câncer depende ainda de vários fatores além da alimentação, como a hereditariedade, por exemplo.

Dieta mediterrânea pode agir contra depressão, indica pesquisa

07.10.2009 | 02h02


Folha Online
Fortemente relacionada à redução de risco para doenças cardiovasculares, a dieta mediterrânea mostrou efeito protetor contra a depressão em um estudo realizado com 10.094 pessoas. O trabalho foi publicado na edição de outubro do "Archives of General Psychiatry", um dos periódicos da Associação Médica Americana.

Pesquisadores das universidades de Las Palmas de Gran Canaria e de Navarra (ambas na Espanha) avaliaram dados desses espanhóis, que preencheram questionários de 1999 a 2005 sobre a própria ingestão alimentar. Eles calcularam a adesão à dieta mediterrânea baseados em nove itens: maior ingestão de gorduras monoinsaturadas em comparação às saturadas, consumo moderado de álcool e laticínios, baixa ingestão de carne vermelha e alto consumo de legumes, frutas, oleaginosas (como nozes e castanhas), cereais e peixes.

Após acompanharem os voluntários por cerca de quatro anos, identificaram 480 novos casos de depressão -a maioria (324 ocorrências) em mulheres. Os que seguiram a dieta apresentaram risco 30% menor de desenvolver depressão. Para chegar aos resultados, foram ajustados outros fatores influenciáveis, como estilo de vida, estado civil, doenças crônicas e uso de antidepressivos.

"Algumas variáveis, como os que não desenvolveram depressão serem mentalmente mais saudáveis e mais propensos a aderir a uma dieta mais saudável, não foram medidas. Mas é um estudo benfeito, com metodologia adequada", pondera a psiquiatra Andrea Feijó de Mello, da Associação Brasileira de Psiquiatria e pesquisadora da Unifesp.

Trabalhos anteriores mostram que populações que consomem altas quantidades de peixes apresentam menores índices de depressão. Uma das explicações é que o ácido graxo ômega 3 (presente em peixes de água fria, como o salmão) influencia na estrutura do sistema nervoso central e no transporte de neurotransmissores.

Os ácidos graxos ajudam na formação da membrana celular, tornando-a mais fluida. A fluidez das membranas dos neurônios contribui para uma melhor plasticidade cerebral (capacidade de os neurônios se comunicarem), fator importante para o equilíbrio emocional do paciente.

"Quando há empobrecimento da comunicação, há prejuízos na memória, fluência verbal, criatividade e iniciativa, que são sintomas da depressão, fazendo a pessoa se tornar mais vulnerável à doença", diz Renério Fráguas Jr., supervisor da residência médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Vitaminas

A dieta mediterrânea também oferece bons teores de folato e vitamina B12 (presentes em vegetais, peixes e ovos), nutrientes que participam como cofatores na sintetização de serotonina no cérebro, neurotransmissor relacionado às alterações no humor.

Segundo Fráguas Jr., alguns estudos mostram resultados significativos da suplementação em pacientes que têm depressão e não apresentam melhora com medicamentos.

"É um dos mecanismos para explicar a associação entre questões nutricionais e depressão. Na prática, já oferecemos suplementos, principalmente para idosos que podem ter uma diminuição na absorção desses nutrientes e podem ser mais vulneráveis à depressão."

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