quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Os benefícios da dieta mediterrânea durante a gravidez e em outras fases da vida

Fonte: Revista Crescer

Estudo mostra que seguir essa alimentação, rica em frutas, peixes e gorduras boas, pode garantir alguns anos a mais e reduzir depressão. Outra pesquisa revela que, quando adotada na gravidez, reduz a chance de doenças nas crianças

Ana Paula Pontes e Bruna Menegueço

Shutterstock
Você conhece a dieta mediterrânea? Aquela rica em frutas, vegetais, cereais, peixes e frutos do mar, associada ao azeite de oliva? Além de ela dar a você alguns anos de vida a mais, um relatório publicado na revista Archives of General Psychiatry, da Associação Médica Americana, revelou que esse tipo de alimentação pode reduzir riscos de depressão.

Para chegar a essa conclusão, cientistas das Universidades de Las Palmas de Gran Canária e Navarra, na Espanha, avaliaram 10.094 espanhóis entre 1999 e 2005. Os participantes relataram sua ingestão alimentar e os pesquisadores calcularam a sua adesão à dieta mediterrânea, entre eles o consumo moderado de álcool e produtos lácteos; a baixa ingestão de carne vermelha; e o alto consumo de legumes, frutas cereais, legumes e peixe.

Depois de aproximadamente quatro anos de estudo, 480 casos de depressão foram detectados, sendo 156 em homens e 324 em mulheres. Aqueles que optaram pela dieta mediterrânea apresentaram 30% menos risco de desenvolver depressão.

Para os pesquisadores, a explicação estaria nos componentes da dieta, que podem melhorar a função dos vasos sanguíneos, combater a inflamação, reduzir o risco de doença cardíaca e reparar danos celulares.


Longevidade

Sabe aquele pão com um fio de azeite que chega fresquinho à mesa do restaurante e você morre de vontade de comer, mas vive se policiando? Pois é, ele pode garantir a você alguns anos de vida a mais.
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, analisou, por mais de oito anos, a alimentação de 23 mil pessoas, entre homens e mulheres, que mantinha os costumes da dieta. Os dados revelaram que essas pessoas viveram anos a mais. Outro estudo, liderado por Dimitrios Trichopoulos, professor de prevenção do câncer da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, sugere que pessoas que a adotam podem reduzir a probabilidade de desenvolver câncer. O resultado da pesquisa, feita com 25.623 gregos durante oito anos, mostrou que a contribuição para isso está na substituição das gorduras ruins pelas boas.

Se quiser reforçar os benefícios de uma alimentação saudável , procure fazer as refeições em horários regulares e não se privar de muitos alimentos, como acontece em regimes muito restritivos. Um recente estudo do Sesi-SP, feito com alunos, comprovou que a reeducação alimentar é o melhor caminho para evitar a obesidade e garantir uma vida saudável. Não custa tentar, certo?


Na gravidez


Mães que durante a gestação optam por esse tipo de dieta podem prevenir seus filhos de ter asma e outras alergias, segundo estudo realizado pela Universidade de Creta, na Grécia. A pesquisa avaliou 460 mães e seus filhos, da gravidez até os 6 anos e meio.

“Alguns nutrientes dessa alimentação têm capacidade antiinflamatória e antioxidante -- como o tipo de gordura (ácido graxo e ômega-3), frutas, vitaminas --, diferentes daqueles com potencial alérgeno e inflamatório existentes na dieta ocidental, como os óleos de milho, soja e girassol (ômega-6)”, diz Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein. É nessa troca que pode estar a explicação para a redução do risco de alergia das crianças cujas mães optaram pela dieta mediterrânea na gestação.

O especialista afirma ainda que os hábitos maternos durante a gravidez podem interferir na vida da criança, inclusive na fase adulta. Para isso, a dieta da mãe deve ser balanceada. “Não é preciso excluir nada. A carne vermelha, por exemplo, pode e deve ser consumida. Rica em zinco e vitamina B12, previne a anemia. Porém, é preciso associar ainda peixes, vegetais e frutas e reduzir a quantidade de gorduras animais e aquelas ricas em ômega-6”, diz.
É importante levar em conta que tanto o desenvolvimento da asma quanto do câncer depende ainda de vários fatores além da alimentação, como a hereditariedade, por exemplo.

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