O que é a hiperatividade?
O TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, é um problema de saúde mental, que se inicia na infância e é classificado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-IV - 4ª Ed., 2003.
O que as pesquisas demonstram é que o TDAH é uma alteração neurobiológica e se caracteriza por um padrão persistente de desatenção, inquietação e impulsividade.
Quais os sintomas?
A pessoa não consegue prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou nas tarefas.
Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer.
Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ela.
Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações.
Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado.
Perde coisas necessárias para atividades (por ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros).
Distrai-se com estímulos externos.
É esquecida em atividades do dia-a-dia.
Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentada.
Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isso é inapropriado.
Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma.
Não para ou frequentemente está a "mil por hora".
Fala em excesso.
Responde às perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas.
Tem dificuldade de esperar sua vez.
Interrompe os outros ou se intromete (por ex: mete-se nas conversas/jogos).
Como é diagnosticada a hiperatividade?
Os critérios para o diagnóstico de TDAH são fundamentalmente clínicos e são baseados em sintomas comportamentais, portanto, para ser portador de TDAH não é necessário possuir uma lesão cerebral, pelo contrário, não existe nenhum exame laboratorial ou eletrofisiológico capaz de detectá-lo.
Existem três subtipos de TDAH:
Deve-se ter a presença de SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção para se classificar com TDAH, do tipo Predominantemente Desatento;
Para se classificar o TDAH do tipo Hiperativo-Impulsivo, deve-se relacionar SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade e para se considerar um TDAH do tipo Combinado, deve-se considerar SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção + SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade.
Além dos sintomas descritos acima, algumas considerações importantes devem ser feitas para considerar um diagnóstico de TDAH, como:
- Os sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.
- Os problemas causados pelos sintomas acima devem estar presentes em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho).
- E devem trazer prejuízos significativos e evidentes para a vida escolar, social ou familiar.
- Se existe outro transtorno, como depressão, deficiência mental, psicose, ansiedade ou outros, os sintomas não devem ser atribuídos exclusivamente ao TDAH.
Quais as causas?
As causas são possivelmente genéticas e estão ligadas à hereditariedade. Geralmente os responsáveis relatam que um parente próximo (pai, mãe, tios, avós ou primos) era assim na infância.
Quais são os efeitos da hiperatividade para a vida da criança?
Os efeitos são muito negativos, pois o excesso de desatenção e de hiperatividade faz com que a criança tenha muitos problemas escolares, familiares e sociais.
A hiperatividade desaparece com a idade?
Durante muito tempo o TDAH era considerado um problema exclusivo da vida infantil e a crença era de que com a idade a hiperatividade desapareceria. Por meio de estudos, a partir dos anos 80, o TDAH foi verificado também na vida adulta em 70% dos casos.
O que parece acontecer na vida adulta é a diminuição dos sintomas de hiperatividade, mas a manutenção dos sintomas de desatenção. Aí surge a falsa impressão de que a hiperatividade poderia ter cura na vida adulta, porém o que há é uma mudança na manifestação dos sintomas.
Como agir com uma criança hiperativa?
De fato, todas as intervenções destinadas às crianças hiperativas devem ser apropriadas, já que elas não respondem bem às intervenções normais de pais e/ou professores. Como são crianças mais difíceis, os adultos devem buscar formas mais satisfatórias para conseguirem obter uma qualidade positiva de relacionamento. Não existe receita pronta, mas tudo e de tudo deve ser tentado. Algumas estratégias vão funcionar com alguns hiperativos e com outros não. Costumo dizer que, com essas crianças, não podemos ir "em linha reta", devemos, sim, "comer pelas beiradas", ou seja, devemos ser objetivos e firmes, porém com certo jeito e flexibilidade. Só assim conseguiremos alguma coisa.
Os pais que possuem altas expectativas em relação aos filhos ou que são exigentes e rígidos demais sofrem muito e tornam a relação familiar um verdadeiro caos.
É importante que os pais saibam discriminar incompetência de desobediência, pois muitas vezes essas crianças são incompetentes em muitas habilidades.
Por exemplo, os pais acreditam que os filhos com TDAH são teimosos e por isso não obedecem, que se mexem muito porque querem chamar a atenção, que não fazem a lição porque são preguiçosos e indolentes.
Porém, quem sabe das inabilidades dessas crianças sabe que esses comportamentos refletem as dificuldades e não são propositais.
Quais os problemas que a hiperatividade traz para o desenvolvimento escolar da criança?
Os problemas causados pelo TDAH podem ser de ordem comportamental e social, exclusivamente, como a criança que não para sentada e atrapalha os outros alunos, mas também podem causar dificuldades específicas em sua capacidade de aprender. Ela pode apresentar dificuldades para copiar textos, não terminar tarefas e executar problemas aritméticos pela falta de atenção e pela impulsividade.
Em outros casos, a criança pode ficar defasada em termos de conteúdo pedagógico.
Quais os tratamentos?
Não há cura para o TDAH, existe controle. O que há disponível para esse controle é a medicação, que tem atuação direta nos sintomas de desatenção e impulsividade.
Há também a psicoterapia, pois a autoestima e a falta de autocontrole trazem prejuízos negativos que podem exacerbar o quadro.
Outro ponto importante do tratamento é a Orientação aos Pais, ou a Psicoeducação, em que é trabalhada a conscientização dos pais sobre o que é o TDAH, como se manifesta, quais as formas de manejar melhor os sintomas em casa. E na escola, esse trabalho também é feito com os professores e com toda a equipe escolar.
Caso haja outras dificuldades, como de linguagem, faz-se necessário o acompanhamento de uma fonoaudióloga; a presença de problemas motores exige um acompanhamento de uma psicomotricista ou de terapia ocupacional.
Se houver necessidade de contemplar algum prejuízo em termos de defasagem de conteúdo, a presença de um psicopedagogo torna-se importante.
Exercícios físicos ajudam a amenizar a hiperatividade?
Depende. Exercícios que estimulam demais podem trazer o efeito rebote, ou seja, a criança, ao invés de se acalmar, poderá ficar ainda mais excitada.
Aqui vale o bom senso. Exercícios físicos são necessários para qualquer criança, entretanto, deve existir moderação e equilíbrio.
Dicas para os pais perceberem se seu filho é hiperativo:
Os pais e professores devem ficar atentos: se a criança nunca termina as tarefas, se se distrai com facilidade, se parece sonhar acordada, ou estar no mundo da lua, se apresentar um excesso de agitação, se não parar sentada, se falar muito e, principalmente, se não apresenta bom desempenho escolar e/ou sério prejuízo nas relações interpessoais.
O TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, é um problema de saúde mental, que se inicia na infância e é classificado pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-IV - 4ª Ed., 2003.
O que as pesquisas demonstram é que o TDAH é uma alteração neurobiológica e se caracteriza por um padrão persistente de desatenção, inquietação e impulsividade.
Quais os sintomas?
A pessoa não consegue prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou nas tarefas.
Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer.
Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ela.
Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações.
Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado.
Perde coisas necessárias para atividades (por ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros).
Distrai-se com estímulos externos.
É esquecida em atividades do dia-a-dia.
Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentada.
Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isso é inapropriado.
Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma.
Não para ou frequentemente está a "mil por hora".
Fala em excesso.
Responde às perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas.
Tem dificuldade de esperar sua vez.
Interrompe os outros ou se intromete (por ex: mete-se nas conversas/jogos).
Como é diagnosticada a hiperatividade?
Os critérios para o diagnóstico de TDAH são fundamentalmente clínicos e são baseados em sintomas comportamentais, portanto, para ser portador de TDAH não é necessário possuir uma lesão cerebral, pelo contrário, não existe nenhum exame laboratorial ou eletrofisiológico capaz de detectá-lo.
Existem três subtipos de TDAH:
Deve-se ter a presença de SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção para se classificar com TDAH, do tipo Predominantemente Desatento;
Para se classificar o TDAH do tipo Hiperativo-Impulsivo, deve-se relacionar SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade e para se considerar um TDAH do tipo Combinado, deve-se considerar SEIS dos NOVE sintomas de Desatenção + SEIS dos NOVE sintomas de Hiperatividade/Impulsividade.
Além dos sintomas descritos acima, algumas considerações importantes devem ser feitas para considerar um diagnóstico de TDAH, como:
- Os sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.
- Os problemas causados pelos sintomas acima devem estar presentes em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho).
- E devem trazer prejuízos significativos e evidentes para a vida escolar, social ou familiar.
- Se existe outro transtorno, como depressão, deficiência mental, psicose, ansiedade ou outros, os sintomas não devem ser atribuídos exclusivamente ao TDAH.
Quais as causas?
As causas são possivelmente genéticas e estão ligadas à hereditariedade. Geralmente os responsáveis relatam que um parente próximo (pai, mãe, tios, avós ou primos) era assim na infância.
Quais são os efeitos da hiperatividade para a vida da criança?
Os efeitos são muito negativos, pois o excesso de desatenção e de hiperatividade faz com que a criança tenha muitos problemas escolares, familiares e sociais.
A hiperatividade desaparece com a idade?
Durante muito tempo o TDAH era considerado um problema exclusivo da vida infantil e a crença era de que com a idade a hiperatividade desapareceria. Por meio de estudos, a partir dos anos 80, o TDAH foi verificado também na vida adulta em 70% dos casos.
O que parece acontecer na vida adulta é a diminuição dos sintomas de hiperatividade, mas a manutenção dos sintomas de desatenção. Aí surge a falsa impressão de que a hiperatividade poderia ter cura na vida adulta, porém o que há é uma mudança na manifestação dos sintomas.
Como agir com uma criança hiperativa?
De fato, todas as intervenções destinadas às crianças hiperativas devem ser apropriadas, já que elas não respondem bem às intervenções normais de pais e/ou professores. Como são crianças mais difíceis, os adultos devem buscar formas mais satisfatórias para conseguirem obter uma qualidade positiva de relacionamento. Não existe receita pronta, mas tudo e de tudo deve ser tentado. Algumas estratégias vão funcionar com alguns hiperativos e com outros não. Costumo dizer que, com essas crianças, não podemos ir "em linha reta", devemos, sim, "comer pelas beiradas", ou seja, devemos ser objetivos e firmes, porém com certo jeito e flexibilidade. Só assim conseguiremos alguma coisa.
Os pais que possuem altas expectativas em relação aos filhos ou que são exigentes e rígidos demais sofrem muito e tornam a relação familiar um verdadeiro caos.
É importante que os pais saibam discriminar incompetência de desobediência, pois muitas vezes essas crianças são incompetentes em muitas habilidades.
Por exemplo, os pais acreditam que os filhos com TDAH são teimosos e por isso não obedecem, que se mexem muito porque querem chamar a atenção, que não fazem a lição porque são preguiçosos e indolentes.
Porém, quem sabe das inabilidades dessas crianças sabe que esses comportamentos refletem as dificuldades e não são propositais.
Quais os problemas que a hiperatividade traz para o desenvolvimento escolar da criança?
Os problemas causados pelo TDAH podem ser de ordem comportamental e social, exclusivamente, como a criança que não para sentada e atrapalha os outros alunos, mas também podem causar dificuldades específicas em sua capacidade de aprender. Ela pode apresentar dificuldades para copiar textos, não terminar tarefas e executar problemas aritméticos pela falta de atenção e pela impulsividade.
Em outros casos, a criança pode ficar defasada em termos de conteúdo pedagógico.
Quais os tratamentos?
Não há cura para o TDAH, existe controle. O que há disponível para esse controle é a medicação, que tem atuação direta nos sintomas de desatenção e impulsividade.
Há também a psicoterapia, pois a autoestima e a falta de autocontrole trazem prejuízos negativos que podem exacerbar o quadro.
Outro ponto importante do tratamento é a Orientação aos Pais, ou a Psicoeducação, em que é trabalhada a conscientização dos pais sobre o que é o TDAH, como se manifesta, quais as formas de manejar melhor os sintomas em casa. E na escola, esse trabalho também é feito com os professores e com toda a equipe escolar.
Caso haja outras dificuldades, como de linguagem, faz-se necessário o acompanhamento de uma fonoaudióloga; a presença de problemas motores exige um acompanhamento de uma psicomotricista ou de terapia ocupacional.
Se houver necessidade de contemplar algum prejuízo em termos de defasagem de conteúdo, a presença de um psicopedagogo torna-se importante.
Exercícios físicos ajudam a amenizar a hiperatividade?
Depende. Exercícios que estimulam demais podem trazer o efeito rebote, ou seja, a criança, ao invés de se acalmar, poderá ficar ainda mais excitada.
Aqui vale o bom senso. Exercícios físicos são necessários para qualquer criança, entretanto, deve existir moderação e equilíbrio.
Dicas para os pais perceberem se seu filho é hiperativo:
Os pais e professores devem ficar atentos: se a criança nunca termina as tarefas, se se distrai com facilidade, se parece sonhar acordada, ou estar no mundo da lua, se apresentar um excesso de agitação, se não parar sentada, se falar muito e, principalmente, se não apresenta bom desempenho escolar e/ou sério prejuízo nas relações interpessoais.
Por: Dra. Edyleine Bellini Peroni Benczik
Fonte: www.idmed.com.br
Fonte: www.idmed.com.br
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