Equipamento cauteriza tecido e analisa presença de tumores, o que pode reduzir o tempo do paciente na sala de cirurgia
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Iknife: novo bisturi consegue "descobrir" células cancerosas
Um novo bisturi pode identificar com precisão tecido canceroso durante uma cirurgia, criando a perspectiva para operações de câncer mais curtas e que conseguem remover todos os vestígios de tumores.
Chamado de "iKnife", o aparelho usa eletricidade para cauterizar incisões cirúrgicas enquanto elas são feitas, em seguida analisa a fumaça resultante para determinar se o tecido a ser cortado é saudável ou canceroso.
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O iKnife identificou com precisão tecidos cancerosos de saudáveis 97 por cento do tempo, em estudos humanos recentes, de acordo com o estudo publicado nesta quarta-feira (17) no periódico Science Translational Medicine .
No entanto, um oncologista disse que é muito cedo para dizer se o aparelho vai fazer diferença na prática e se o custo elevado do equipamento valeria a pena.
O bisturi analisa a fumaça de incisões cauterizadas e compara os resultados com um banco de dados de quase 3.000 "assinaturas" de tecidos específicos.
Atualmente, pode ser difícil para os cirurgiões saber se conseguiram remover completamente um tumor em plena sala de cirurgia. Eles precisam enviar amostras de tecido para um patologista e, em seguida, esperar 20 a 30 minutos - com o paciente ainda sob anestesia - para descobrir se eles têm removido com sucesso todas as células cancerosas.
Em comparação, o diagnóstico usando o iKnife leva até três segundos, disse o coautor do estudo Zoltan Takats, pesquisador da medicina computacional e sistemas no departamento de cirurgia e câncer do Imperial College London.
"Acreditamos que esta tecnologia pode reduzir significativamente o tempo que o paciente passa na sala de cirurgia", disse Takats. "Também espero que possa diminuir a taxa de recorrência local do tumor, que em casos como o câncer de mama pode ser tão alta quanto 30 por cento."
Os pesquisadores desenvolveram e testaram a tecnologia com financiamento do Conselho Europeu de Pesquisa e do Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde da Grã-Bretanha, de acordo com Takats. Eles já formaram uma empresa, MediMass, financiada por capital de risco para desenvolver e comercializar o iKnife.
Os ensaios relatados no novo estudo envolveu 81 pacientes submetidos a cirurgias de remoção de tumores em três hospitais húngaros. Leituras do iKnife foram comparadas com análises pós-cirúrgicas das mesmas amostras de tecido para determinar a precisão do dispositivo.
O custo do iKnife será mais do que 380 mil dólares por unidade, disse Jeremy Nicholson, um co-pesquisador do Takats no Imperial College London.
No entanto, os pesquisadores afirmam que o iKnife poderia economizar dinheiro ao permitir que os hospitais reduzam o tamanho de seus departamentos de patologia e reduzindo o tempo gasto das equipes em operações.
"O custo por paciente [do iKnife] provavelmente vai ser muito pequeno em comparação com o custo total do paciente, e se o tratamento é melhor e traz menos retornos, então os serviços de saúde economizam muito", disse Nicholson.
O próximo passo na pesquisa serão os ensaios clínicos com a iKnife "onde vamos dar informações aos cirurgiões em tempo real, e eles poderão tomar decisões baseadas nelas", disse Takats.
Takats estima que a nova tecnologia poderá ser aprovada e disponível para uso dentro de dois a três anos.
Dr. Len Lichtenfeld, vice-diretor médico da Sociedade Americana do Câncer, chamou a ciência por trás do iKnife "fascinante". Mas, acrescentou que serão necessárias mais pesquisas antes que o bisturi possa ser considerado um bom investimento para os hospitais.
"A verdadeira questão que todo mundo vai fazer é como isso pode ser trazido para a prática clínica", disse Lichtenfeld. "A resposta é talvez, mas há muito trabalho a ser feito antes que isso aconteça, e o bisturi tem que mostrar um claro benefício para o paciente e para o sistema de saúde. Ele ainda está longe de aparecer uma sala de cirurgia de um hospital regular."
Lichtenfeld disse que da mesma maneira, a tecnologia de cirurgia robótica também pretendia melhorar os resultados para pacientes com câncer de próstata. Muitos hospitais compraram os robôs, mas as melhorias esperadas não aconteceram, afirmou.
"As pessoas só agora estão se perguntando se os robôs fizeram diferença suficiente para justificar seu custo", disse. "Isso não pode acontecer de novo. Precisamos ter pesquisas científicas antes de adotar novas tecnologias."
fonte:http://saude.ig.com.br/minhasaude/2013-07-17/bisturi-experimental-diz-ao-cirurgiao-se-o-tecido-e-canceroso.html
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