Meninos de 11 a 15 anos e homens e mulheres transplantados ou em tratamento quimioterápico poderão ser imunizados contra o HPV
A vacina contra o HPV contribui para redução da incidência do câncer de colo de útero, vulva e ânus, nas mulheres; previne verrugas genitais, boca e orofaringe, em mulheres e homens; e contra os câncer de pênis, garganta e de ânus e outras doenças diretamente relacionadas ao vírus, nos meninos. (iStock/Getty Images)
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira a ampliação do público alvo para a vacina contra HPV para meninos entre 11 e 15 anos incompletos. A medida tem como objetivo aumentar a cobertura vacinal nos adolescentes do sexo masculino, após estudos comprovarem a eficácia da imunização em homens, e reduzir o desperdício da vacina.
Além dessa mudança, homens e mulheres que se submeteram a transplantes ou tratamentos oncológicos com uso de quimioterapia e radioterapia e meninas que chegaram aos 15 anos sem receber as duas doses contra o HPV também terão direito à vacina.
A vacinação contra o HPV foi incorporada ao SUS em 2014 e inicialmente tinha como foco apenas a imunização de meninas. Mas desde janeiro deste ano, a imunização passou a ser ofertada para meninos de 12 e 13 anos e crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids.
“Nós temos que cuidar da imunização das nossas crianças, porque as estatísticas e estudos internacionais demonstram que, de fato, a vacina ajuda a reduzir os casos de câncer nessas pessoas imunizadas. Então, é mobilizar a sociedade e imunizar as pessoas”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em coletiva de imprensa.
Apoio das escolas
Para alcançar a meta de vacinar 80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e 4,3 milhões de meninas de 9 a 15 anos, o Ministério da Saúde fez uma parceria com o Ministério da Educação por meio do Programa Saúde na Escola. A proposta é que os estudantes apresentem, durante o processo de matrícula, a caderneta de vacinação e as instituições comuniquem o sistema sobre as doses prioritárias.
Esquema vacinal
De acordo com o esquema de vacinação, meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina, com intervalo de seis meses entre elas. Para as pessoas com HIV é necessária prescrição média e a quantidade é de três doses sem intervalo ou com um intervalo de 2 e 6 meses. Manter as doses em dia garante a eficácia da imunização em torno de 98%.
Proteção
Nas mulheres, a vacina contribui para redução da incidência do câncer de colo de útero, vulva e ânus. A imunização também previne verrugas genitais, boca e orofaringe, em mulheres e homens. Nos meninos, previne contra os câncer de pênis, garganta e de ânus e outras doenças diretamente relacionadas ao vírus.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, onde a vacinação existe desde 2006, mostrou que a infecção oral por HPV foi reduzida em 88% desde então. Por outro lado, um estudo realizado com homens com idade entre 18 e 70 anos, do Brasil, México e Estados Unidos, apontou que os brasileiros são os que mais têm infecção pelo vírus. Além disso, a incidência de câncer do pênis é três vezes maior entre eles do que nos americanos.
Evitar perdas
Apesar dos benefícios associados à vacinação, o governo ressaltou que o principal motivo da ampliação do público alvo é a redução da perda de estoques de vacina. Atualmente, existem cerca de 467.000 doses próximas do vencimento. De acordo com Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, 5% de perda de vacinas é considerado aceitável, mas o Ministério da Saúde precisa trabalhar para evitar o desperdício.
“Queremos que as doses atuais nos estoques sejam utilizadas no mais curto espaço de tempo possível, não apenas para que não se percam, mas, principalmente, para que os jovens abaixo de 15 anos se imunizem contra o HPV”, disse.
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