da AFP
WASHINGTON, EUA — A solidão pode ser contagiosa, e se transmite num grupo social, como um resfriado, afirma um estudo americano revelado nesta terça-feira. O texto destaca que, gradativamente, as pessoas nessa situação acabam se afastando dos seus círculos sociais.
De acordo com as informações, os solitários chegavam a infectar as pessoas à sua volta. Os cientistas chegaram à conclusão de que a solidão teria se espalhado, mesmo, entre vizinhos que eram amigos próximos.
"Detectamos um modelo extraordinário de contágio que leva as pessoas a se isolarem quando se sentem sós", explicou o psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago, principal autor do estudo publicado no "Journal of Personality and Social Psychology".
"Uma vez na periferia de círculos sociais, têm ainda menos amigos e sua solidão lhes faz perder o pouco dos laços que ainda lhes restam", prossegue.
O estudo financiado por recursos federais do Instituto Nacional do Envelhecimento foi feito, inicialmente com 5.124 pessoas, ouvidas num período de dois a quatro anos. Em 10 anos, a pesquisa se expandiu, para incluir cerca de 12 mil pessoas, filhos e netos do grupo original e outras mais.
Segundo John Cacioppo, foi constatado um padrão extraordinário de contágio, que leva as pessoas à fronteira da rede social quando ficam solitárias. Na periferia da rede social as pessoas têm menos amigos, e a solidão ainda as leva a perder os poucos laços que ainda possuem.
Essas pessoas, já na periferia das redes de contato social, transmitem sentimentos de solidão para os amigos que restaram, que também se transformam em solitários.
A pesquisa mostrou que, quando as pessoas ficam solitárias, passam a confiar menos nas outras e dão início a um ciclo que torna ainda mais difícil aamizade.
O estudo foi elaborado por três universidades dos Estados Unidos: a da Califórnia San Diego, a de Chicago, além de Harvard.
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