quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ajude o seu filho a controlar a hiperactividade com a alimentação

quarta-feira, 29 de Setembro de 2010 12:13
Fonte: jn.sapo.pt

São crescentes os casos identificados de hiperactividade em crianças na idade escolar. As crianças diagnosticadas com hiperactividade podem apresentar distúrbios no seu comportamento e défice de concentração, o que origina frequentemente vários problemas no seu dia-a-dia familiar e escolar. As causas para a hiperactividade podem ser variadas e as terapias convencionais baseiam-se no acompanhamento em psicoterapia e, nalguns casos, em psicofármacos com vista à regulação da criança.

No entanto, há alguns factores relacionados com a alimentação que podem minimizar ou até anular as causas e efeitos da hiperactividade. Eis alguns exemplos:

- Algumas pesquisas demonstraram uma redução da hiperactividade e do défice de atenção em crianças sujeitas a dietas com ácidos gordos essenciais (por exemplo, os célebres ómega-3 e ómega-6 que se encontram em peixes gordos). Estes ácidos gordos desempenham funções importantes ao nível da regulação de vários neurotransmissores e sabemos que as dietas «urbanas» actuais são geralmente pobres nestes alimentos. Parece que a carência destes ácidos gordos diminui a acção da serotonina, responsável pelas sensações de bem-estar, tranquilidade e prazer.

- Algumas vitaminas e minerais também desempenham funções importantes na regulação do sistema nervoso. É conhecido o efeito do ferro e magnésio, assim como das vitaminas do complexo B – aparentemente, dietas pobres nestes nutrientes aumentam a possibilidade de a crianças desenvolver hiperactividade. Carnes vermelhas e legumes de folha verde escura, são boas fontes destas vitaminas e minerais, respectivamente.

- Alimentos e bebidas ricos em cafeína ou teína podem, consumidos pela crianças em grandes quantidades e de forma regular, estimular a hiperactividade da crianças. Atenção pois a refrigerantes com cafeína ou teína (colas, iced teas, etc.)!

- Dietas muito ricas em açúcares simples (bolos, doces, guloseimas, etc.) podem causar oscilações significativas na curva de açúcar no sangue e, consequentemente, influenciar os níveis de concentração. As crianças hiperactivas em particular não devem estar muitas horas sem comer nem devem ingerir alimentos muito açucarados. Nas merendas, por exemplo, devem combinar alimentos de assimilação rápida com outros de assimilação mais lentas – pão e leite, bolachas simples e fruta, etc.

- O chá de camomila ou o de valeriana contêm substâncias naturais que ajudam no relaxamento e alivio da tensão. Assim, podem ser preparados refrescos (pouco açúcarados) à base destes chás para as crianças hiperactivas beberem em quantidades pequenas ao longo do dia.

Dificilmente a alimentação por si só poderá resolver os problemas relacionados com a hiperactividade da criança. Mas se pensarmos que hoje em dia as nossas crianças estão sujeitas a uma série de estímulos que potenciam essa hiperactividade, não custa nada ter alguns cuidados alimentares para lhes garantir um desenvolvimento mais harmonioso!


Rodrigo Abreu, nutricionista
geral@saber-comer.com


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