Ministério antecipa em 45 dias ações de combate ao Aedes aegypti
Fonte: Correio Braziliense
Igor Silveira
02/09/2010 07:00
As projeções do Ministério da Saúde para o combate à dengue a partir do próximo verão se mostraram tão alarmantes a ponto de o chefe da pasta, José Gomes Temporão, antecipar em 45 dias o anúncio das ações de prevenção contra a doença, além de ressaltar que as medidas serão intensificadas com o objetivo de que a previsão dos especialistas não se concretize. De acordo com dados divulgados ontem, 19 estados brasileiros correm risco alto ou muito alto de enfrentar uma epidemia. O plano de metas, batizado de Risco Dengue, inclui cinco tópicos: densidade populacional, incidência de casos nos anos anteriores, índices de infestação pelo mosquito transmissor da doença, os tipos de vírus da dengue em circulação, dados sobre abastecimento de água e coleta de lixo.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fala sobre o combate à dengue
Temporão ressaltou que a grande preocupação do governo é combater o Aedes aegypti, mosquito vetor para a dengue. Se os resultados planejados não forem cumpridos, ainda segundo o ministro, a situação será preocupante. “No Brasil, 70% dos casos de dengue concentram-se entre janeiro e maio, período de muito calor e chuva. Por isso, estamos alertando todo o Sistema Único de Saúde (SUS) com quatro meses de antecedência, para que as ações sejam iniciadas logo”, afirmou o ministro da Saúde.
Pacientes
Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe são os estados considerados de risco muito alto. As unidades da Federação classificadas como de risco alto são Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins. Nos critérios do Ministério da Saúde, o Distrito Federal apresenta risco moderado de passar por uma epidemia. O único estado onde a dengue só foi identificada em pacientes que pegaram a vírus em outras localidades foi Santa Catarina.
INDENIZAÇÃO PARA OS ISOLADOS POR HANSENÍASE
Um grupo de trabalho formado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelos ministérios da Saúde, da Previdência Social e do Desenvolvimento Social, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos, vai estudar o pagamento de indenização a filhos de ex-portadores de hanseníase que foram separados dos pais por causa do isolamento compulsório dos doentes entre 1923 e 1986. O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) entregou à Presidência da República um cadastro com 4 mil nomes de pessoas que teriam sido separadas das mães logo após o nascimento ou que perderam o contato com os pais porque estes tiveram de sair compulsoriamente da própria casa após o diagnóstico da doença. “Essas pessoas foram esquecidas e não tiveram auxílio do Estado”, afirmou Artur Custódio Moreira de Sousa, coordenador nacional do Morhan. O Morhan quer que o Estado pague indenização única aos filhos de ex-portadores de hanseníase e estude a manutenção da pensão mensal para os casos de pessoas que apresentam problemas de saúde decorrentes do isolamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário