quinta-feira, 24 de março de 2016

Memórias de pessoas com Alzheimer podem ser recuperadas, sinaliza estudo

O estudo, feito em ratos, sugere que as lembranças de quem tem a doença não são eliminadas, só ficam "perdidas" dentro do cérebro
Pessoas que sofrem com Alzheimer costumam ter problemas de memória, esquecendo rostos, onde deixaram objetos familiares ou até mesmo o caminho de casa. No entanto, um novo estudo publicado no dia 16 no site da revista científica Nature sugere que talvez essas memórias não tenham sido completamente eliminadas: talvez o cérebro só não consiga mais localizar onde elas foram armazenadas!

Os estudiosos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em Cambridge, Estados Unidos chegaram a essa conclusão após um estudo feito em camundongos, em que foram desenvolvidos aglomerados de proteínas amilóides e eles eventualmente perderam sua memória, assim como ocorre com os seres humanos com Alzheimer. Para verificar isso, os cientistas colocaram uma caixa que dava choque nos ratinhos. Enquanto os camundongos no grupo de controle aprendiam a temer a caixa, os que estavam com a doença continuavam indo até ela.

No entanto, os cientistas também criaram um mecanismo nesses ratos mutantes que tornavam algumas proteínas em seus neurônios do hipocampo sensíveis à luz. Quando os animais eram colocados na caixa e expostos a uma luz brilhantes, eles logo ficavam paralisados dentro da caixa, o que sugere que o mecanismo os fez recuperar a memória do choque elétrico anterior, que havia sido perdida.

Depois disso os cientistas começaram a piscar a luz, imitando um processo que ocorre naturalmente no cérebro quando uma memória é acessada novamente ao longo do tempo. Isso fez com que as memórias de curto prazo fossem armazenadas e os ratos com Alzheimer voltaram a se lembrar e temer a caixa.

Ao examinar o cérebro desses camundongos, os cientistas perceberam uma maior conexão entre o hipocampo e o córtex entorrinal, uma outra estrutura do cérebro. Essa conexão normalmente é perdida com a progressão do quadro de Alzheimer.

Para os pesquisadores, essa pode ser uma técnica para reestimular a memória em humanos com a doença. No entanto, como o mecanismo da doença foi criado de outra forma nos ratos. Além disso, é preciso pensar em outras formas de criar esse processo de estimulação com a luz nos humanos. Ainda assim, a pesquisa pode trazer uma nova perspectiva aos estudiosos do Alzheimer.

fonte:minhavida.com.br
imagem:ajeslabanatomia.blogspot.com
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