
Fonte/O Destak
Os anúncios multiplicam-se com as mais fantásticas das promessas: cinco quilos numa semana, baixar dois números no tamanho das calças, e até um, que elegi como o mais alucinante, que propõe um «Emagreça para Sempre», lembrando a história do cavalo do inglês que quando já passava sem comer, morreu. Todos têm, em jeito de selo de garantia, um «100% de origem natural», particularmente grave quando se sabe que muitos desses produtos não passam por qualquer controlo de qualidade nem fiscalização (não se esqueça de que há venenos 100% naturais).
Para além da publicidade, mal o sol desponta, o conteúdo editorial das revistas femininas multiplica, também, os apelos a milagres que permitam realizar o sonho, que a maioria das mulheres acalenta, de aos 40 anos possuir um corpo de 20, ou de que através de um «abracadabra» qualquer, ser capazes de se caber num biquíni reduzido, sem se assemelharem a uma baleia fora de água (que já agora são mais felizes do que as sereias, cheias de dúvidas existenciais!).
Existem, obviamente, textos sérios, mas muitos outros só podem ser para rir. O que dizer do conselho de que se coma uma única tosta com uma lâmina de queijo magro? Alguém consegue comer «uma única tosta»? Ou os cereais que juram que se só ingerir uma mão-cheia deles, três vezes aos dia, vai perder peso. Alguém duvida?
O sofrimento que provoca o facto de não se ter um corpo «ideal» é imenso, e não há explicações racionais que atenuem essa dor, sobretudo quando aos nossos olhos «toda» a gente tem as medidas de top model. Explorar esse sofrimento é cruelmente fácil, mas muito perigoso, como avisa a Deco. De facto, a maioria destes produtos são laxantes e diuréticos e fazem perder água, o que, se tem efeitos rápidos no ponteiro da balança, desencadeia desequilíbrios com consequências graves (riscos para o coração, fígado, rins, etc.).
A dieta eficaz, diz a Teste Saúde, é aquela em que se perde gordura, a um ritmo lento mas persistente, através de regime equilibrado e da prática de exercício físico. Por isso, se quer perder peso, força!, mas só sob orientação de um médico. Tudo o resto são miragens, que lhe podem custar caro.
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
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