O TESOURO DO DESERTO AJUDANDO NO EMAGRECIMENTO
Originário de locais de clima muito quente, como o Nordeste brasileiro, o cacto é o mais novo aliado de quem deseja se livrar dos quilinhos extras.
À primeira vista, muita gente vê os cactos com uma certa antipatia. Suas formas estranhas e os inúmeros espinhos não são mesmo dignos de encantamento. No entanto, algum tempo depois de seu plantio, certas espécies dão origem a flores e frutos exóticos, com uma beleza capaz de encher os olhos.
Mas esse não é o único motivo pelo qual você deveria enxergar o cacto com outros olhos. Recentemente, pesquisadores descobriram que a variedade Cereus sp pode dar uma força para quem sonha em acabar com os quilinhos indesejáveis – mas tem dificuldade de fechar a boca. “Ele possui substâncias que promovem a sensação de saciedade. Dessa forma, fica mais fácil evitar os excessos”, afirma Lara Natacci, nutricionista da Nutrivitta Assessoria Nutricional (SP).
Se para você foi uma surpresa descobrir que um cacto pode dar frutos, aí vai outra: a pitaia, que germina do Cereus sp, é muito apreciada pelos nordestinos, e está entre as principais ofertas das feiras e mercados locais. Conhecida como “o doce do deserto”, possui um sabor suave (que, para muitos, remete ao do kiwi) e pode ser consumida in natura ou no preparo de receitas.
“As substâncias com ação emagracedora estão presentes na fruta. Seu consumo regular, combinado a uma dieta equilibrada, pode trazer bons resultados”, explica Maximo Asinelli, médico nutrólogo (PR). Pois é, acontece que essa plantinha, para quem muita gente não dá nada, carrega componentes poderosos em cada parte. Assim, tudo se aproveita: fruto, flor e caule. E já que esses dois últimos itens não podem ir à mesa, os estudiosos deram um jeito de extrair o que há de bom neles, e utilizar isso ao nosso favor.
Foram cerca de quatro anos de pesquisas, até apresentação da novidade. “A solução foi criar um extrato concentrado e padronizado, retirado da planta. Batizado de “koubo”, o composto reúne as principais substâncias e, por isso, tem ação mais efetiva no combate ao sobrepeso”, diz Fernando Luna (SP), pesquisador e presidente do grupo responsável pela patente nacional do produto. Encontrado em farmácias de manipulação – e com venda liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que haja prescrição médica –, este é o primeiro fitoterápico para emagrecimento com registro brasileiro.
“Existem fórmulas com uma espécie indiana, a Caralluma fimbriata, e com a africana, Hoodia gordonii, cuja venda está proibida no Brasil. Entretanto, a descoberta de uma opção nacional é interessante, pois fica mais fácil de se encontrar e manipular”, pondera Maximo Asinelli. A embalagem com 60 cápsulas dura um mês (utiliza-se duas ao dia) e custa, em média, R$ 150. Versátil, o koubo também pode ser prescrito em forma de shake ou spray oral.
Por que emagrece?
Quem está em plena guerra contra a balança sabe o quanto é difícil controlar a fome. Afinal, é quando ela aparece, com seu ar de necessidade e urgência – que muitas vezes nem é real e, por isso, atende pelo nome de gula –, que ficamos mais suscetíveis aos deslizes e exageros. Aí, já viu: bastam poucos minutos para por fim às conquistas de semanas ou meses.
É nessa hora que entra o auxílio do koubo: ele diminui os picos de fome, prolongando a sensação de saciedade. Esse efeito se dá graças a uma substância chamada tiramina. “Ela possui, ainda, efeito termogênico e adrenérgico, que mantêm o metabolismo ativo. Além disso, provoca a ação do hormônio glucagon, responsável pela utilização das reservas energéticas que ficam armazenadas no organismo na forma de gordura”, conta Fernando Luna. Ainda, merece destaque a presença de betalaína e indicaxantina, ativos com leve ação diurética, que favorecem a eliminação de líquidos e toxinas. Uma baita força, não é?
Saúde em cápsulas
Muito mais do que apenas um cuidado estético, estar em dia com a balança é, sobretudo, uma questão de saúde. Pesquisas mostram que o excesso de peso facilita a incidência de diversos problemas, como doenças cardiovasculares. Um dos principais vilões desse contexto é o colesterol LDL (que, dentre outros males, causa o entupimento das artérias).
Rico em ácidos graxos como ômega-6 e ômega-9, o extrato do Cereus sp é o que podemos chamar de um verdadeiro amigo do peito. “Ele fornece ao corpo o colesterol HDL, conhecido como gordura boa, protetora do coração”, explica Maximo Asinelli. Para finalizar com chave de ouro, o koubo ainda contém vitamina C. Este nutriente atua como antioxidante, ou seja, combate os radicais livres, prevenindo males relacionados ao envelhecimento e à saúde
O nacional é mais seguro
Foi a observação das propriedades emagrecedoras de outras duas espécies de cactos – o indiano e o africano – que motivou os pesquisadores brasileiros a encontrarem uma espécie nacional. Felizmente, essa preciosidade estava guardada no Nordeste brasileiro.
“Além de baratear o custo, existem outros pontos positivos, como o fato de o cacto indiano ainda não ter estudos conclusivos e o africano ter sua venda proibida no Brasil, graças ao desconhecimento de possíveis efeitos colaterais”, comenta Lara Natacci. Sendo assim, o Cereus sp oferece mais segurança para quem o consome. No entanto, há uma restrição importante: estudos apontaram que o koubo eleva a taxa glicêmica e, por isso, seu uso fica vetado aos diabéticos
fonte: Revista Corpo a Corpo
Nenhum comentário:
Postar um comentário