10/29/2010 - 08:38
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que agora os antibióticos vendidos nas farmácias e drogarias do país só poderão ser entregues ao consumidor mediante receita de controle especial em duas vias.
A primeira via ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a segunda deverá ser devolvida ao paciente com carimbo para comprovar o atendimento. A determinação da Anvisa foi publicada no Diário Oficial da União de ontem (28).
O objetivo da Anvisa, ao ampliar o controle sobre esses produtos, é contribuir para a redução da resistência bacteriana na comunidade.
Na opinião da enfermeira especialista Maristela Cuchi, coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade de Sorriso (FAIS), a determinação da Anvisa pode ajudar a diminuir a automedicação, ato prejudicial a população, e reduzir a resistência bacteriana na comunidade. Porém, ela acredita que o tempo estabelecido para esta adequação é curto e que isso pode gerar um aumento significativo na procura pelos serviços de saúde. “Sabemos que, por maior que seja o esforço dos servidores, a acessibilidade ao serviço de saúde pública do País ainda não é totalmente eficiente”.
Mesmo com os entraves, a enfermeira acredita que a determinação pode ajudar o País a mudar os hábitos em relação a automedicação. “Se a população tivesse uma cultura diferente em relação aos cuidados com a saúde e maior quantidade de serviços de prevenção disponíveis este tipo de atitude mais drástica não seria necessário. Mas, a realidade é outra”.
A orientação da enfermeira, que trabalha diretamente com o risco da super bactéria, é que a população procure uma unidade de saúde ou um profissional médico sempre que estiver com algum problema de saúde. “Buscar orientação médica e evitar uso de medicação sem prescrição é essencial para manter-se longe desta bactéria resistente a antibióticos”.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas. Só no Brasil, o comércio de antibióticos movimentou, em 2009, cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo relatório do instituto IMS Health.
Fonte: Francielle Mezadri
Nenhum comentário:
Postar um comentário