terça-feira, 5 de outubro de 2010 7:49
Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC
Qual é o melhor momento de revelar para uma criança que contraiu o vírus HIV de sua mãe que ela tem a doença? Para responder essa e outras questões relacionadas ao tratamento de crianças portadoras do vírus da aids (que contraíram de forma vertical: da sua mãe), a Secretaria Estadual de Saúde lançará amanhã uma cartilha e um jogo pedagógico para técnicos trabalharem com elas.
No país, existem atualmente 13.012 crianças com até 13 anos com aids, segundo dados de 2009 do Programa DST/Aids do Ministério da Saúde. No Grande ABC, elas somam 252, até 2008, segundo o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, da Secretaria Estadual da Saúde.
O número expressivo de crianças contaminadas por suas mães se dá por conta do crescente número de casos entre mulheres nos últimos anos.
O local escolhido para o lançamento é o 1º Encontro Paulista dos Serviços de Assistência Especializada em DST/Aids, que começou ontem e vai até quinta-feira, em São Paulo. A cartilha será distribuída nos serviços de saúde especializados no atendimento de pacientes soropositivos.
De forma simples e direta, o manual pretende orientar a melhor forma e momento de contar o diagnóstico para os pequenos. Quais as implicações de contar ou não sobre a doença.
Em caso afirmativo, com ajuda do jogo pedagógico, será possível contar uma história, incluindo a criança, que é transformada em super-herói e deve combater o vírus. Com apoio de um boneco, quatro soldados, um tabuleiro e aparelhos médicos de brinquedo, ela é envolvida na trama e acaba tendo um entendimento melhor sobre a doença.
MUDANDO O FOCO
A mudança do foco do treinamento de médicos e profissionais de saúde que atuam com pacientes soropositivos no Estado surgiu por meio do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids, órgão criado após sete anos de estudo com crianças
soropositivas, contaminadas durante a gestação, atendidas nos ambulatórios de infectologia especializados em pacientes infantis.
Segundo a Secretaria, atualmente, no Estado de São Paulo, 78% dos menores de 13 anos que convivem com o HIV foram expostos ao vírus da aids na gravidez da mãe ou na amamentação. Entretanto, o acesso ao pré-natal e o tratamento de gestantes soropositivas com o coquetel antirretroviral reduziu as infecções em 90% entre 1996 e 2008.
DADOS DA REGIÃO
A cidade onde mais houve casos de crianças com HIV foi Santo André, que soma 70 menores de 13 anos, entre 1985 e 2008.
Depois, no mesmo período, vem São Bernardo e Mauá com 64 e 45, respectivamente. Diadema registrou 37, São Caetano 25, Ribeirão Pires oito e Rio Grande da Serra três casos. Desde 2004, no entanto, os números vêm caindo. Em 2008, somente Diadema registrou um caso e, em 2007 foram dois em Santo André. (com AE)
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