sábado, 14 de julho de 2012

Meninas ainda fumam bastante e ignoram riscos à saúde, como a infertilidade

Dados do Ministério da Saúde (2009) mostram que praticamente uma em cada quatro meninas é fumante.
Também alarmante é o fato de que os homens têm abandonado mais o fumo do que as mulheres, numa relação de 25% para 19%, respectivamente. Uma parcela representativa das adolescentes parece seguir ignorando alertas e campanhas antitabagismo – decisão que pode gerar grande impacto quando atingirem a idade adulta e considerarem a possibilidade de ter filhos.

“O cigarro é um dos grandes vilões da reprodução humana. Dado comprovado em diversos estudos, a prevalência da infertilidade em fumantes é maior do que em não fumantes”, diz Assumpto Iaconelli, médico ginecologista e diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo.

De acordo com o especialista em fertilização assistida, os mais de mil componentes diferentes que estão presentes num simples cigarro são responsáveis por incalculáveis malefícios à saúde. Ainda que um maior impacto esteja relacionado a coração e pulmões, há estudos comprovando que o cigarro também é responsável por uma queda na fertilidade das pessoas.

“O tabaco – assim como algumas drogas ilícitas, como a maconha, a cocaína e o crack – tem o poder de retardar a gestação, antecipar a menopausa e aumentar as alterações menstruais. Quanto mais tempo a mulher fuma, maior é o impacto na saúde dos seus ovários, com destruição folicular, alteração das características fisiológicas tubárias, alteração nas taxas hormonais, interferência na gametogênese e fertilização, bem como dificuldade na implantação do óvulo – uma vez que o endométrio também sofre agressões. Esse é um dos motivos que expõem as adolescentes fumantes a um risco aumentado que talvez ainda nem se dêem conta”, diz Iaconelli.

Como as causas que costumam dificultar uma gravidez normalmente se referem igualmente a homens e mulheres (40% associados a eles, 40% a elas e 20% ao casal), é importante que o casal em tratamento de fertilização assistida some forças para parar de fumar. “Esse vício representa menor taxa de fertilização, resultando em prejuízo nas taxas de nascimento e, muitas vezes, obrigando o casal a se submeter ao dobro de tentativas de fertilização in vitro”, diz o médico. “Outro impacto relevante diz respeito ao embrião, já que o cigarro diminui qualidade e quantidade de embriões por ciclo e pode exigir um prolongamento da estimulação ovariana”.

Por Lais
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