Segundo um novo estudo da University College de Londres, pessoas que aproveitam consistentemente a vida correm menor risco de morte
De acordo com o novo estudo, pessoas com prolongados níveis de satisfação com a vida tinham um risco de morte entre 17% e 24% menor do que aquelas que não demonstraram prazer com a vida em nenhuma ocasião. (Thinkstock/Getty Images)
A receita para uma vida feliz, saudável e longa? Aproveitar a vida. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico BMJ, os ingredientes para uma vida longa incluem sentimentos de prazer e satisfação com a vida.
No estudo, pesquisadores do University College de Londres, no Reino Unido, buscaram investigar se uma maior satisfação com a vida teria algum impacto na longevidade. Os resultados mostraram que sim. Para chegar a essa conclusão, eles pediram que 9.365 pessoas com, em média, 63 anos, respondessem a um questionário com perguntas sobre bem estar e satisfação com a vida. Os questionários foram aplicados três vezes, durante um período de seis anos.
Para medir o prazer e satisfação dos voluntários com a vida, os participantes avaliaram as seguintes afirmações em uma escala zero a quatro: “Eu gosto das coisas que eu faço;” “Gosto de estar na companhia de outros;” “No contrapeso, eu olho para trás com uma sensação da felicidade;” “Eu me sinto cheio de energia.”
Os participantes que responderam “nunca ou raramente” a cada uma das quatro afirmações foram classificadas como não tendo prazer. Indivíduos que responderam com “às vezes ou muitas vezes” para cada uma das quatro declarações foram categorizados como tendo alto prazer.
Ao longo dos seis anos de acompanhamento, 1.310 pessoas morreram. Os resultados mostraram que maiores níveis de satisfação com a vida foram associados a um menor risco de morte. Quase 25% dos participantes não tinham nenhum prazer na vida. Cerca de 20% disseram ter prazer em uma das afirmações, 22% em duas e 34% em três.
O risco de morte por qualquer causa foi 17% menor entre os participantes que relataram satisfação em apenas um questionário e 24% mais baixo nos que relataram alto nível de prazer com a vida nas três ocasiões de aplicação dos questionários, em comparação com o grupo que relatou satisfação em nenhum momento.
“Estes resultados acrescentam uma nova dimensão para a compreensão do impacto do bem-estar subjetivo na saúde física ao documentar uma associação de resposta de um estado prolongado de bem-estar, complementando os resultados anteriores sobre a intensidade do bem-estar. Os resultados destacam a necessidade de estudar mediadores biológicos e comportamentais, a fim de estabelecer os mecanismos através dos quais o bem-estar subjetivo está associado com resultados de saúde.”, concluem os autores.
Maiores níveis de prazer na vida foram observados em mulheres, em participantes casados ou que vivam com um companheiro, em pessoas empregadas, com maior nível de educação, maior renda e mais jovens. Os resultados se mantiveram mesmo após serem considerados outros fatores como educação, sintomas de depressão, problemas de saúde e renda.
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