Pesquisadores finalmente desenvolveram uma vacina contra o ebola 100% eficaz. Embora essa seja uma excelente notícia, ela só funciona contra uma estirpe particularmente perigosa da doença, mas ainda não previne o contágio de outros quatro subtipos.
rVSV-EBOV
A vacina é composta pelo vírus da estomatite vesiculosa, que faz mal para o gado, mas não deixa humanos doentes, bem como uma proteína de superfície do vírus ebola que leva o corpo humano a produzir anticorpos.
Conhecida como rVSV-EBOV, a vacina impediu o desenvolvimento do vírus em todos os indivíduos que a receberam.
Prevenção
A vacina não chegou a tempo de parar o surto de ebola de 2014 que começou na Guiné, mas pode ser vital na prevenção de novas epidemias.
Especialistas em saúde pública já estocaram 300 mil doses do medicamento para a próxima emergência.
Seus fabricantes estão em busca de aprovação regulamentar para que o medicamento possa ser mais amplamente utilizado.
Testes de campo
Ocasionalmente, novos casos de ebola ainda são relatados na Guiné, onde os pesquisadores experimentaram uma técnica chamada “vacinação em anel”. Isso significa que, logo que alguém contrai a doença, a vacina é dada àqueles com quem a pessoa entrou em contato.
Nenhuma das 5.837 pessoas que receberam a vacina desenvolveram ebola após 10 dias. Em contraste, houve 23 novos casos entre milhares de pessoas que não foram vacinadas.
Esse é um resultado extremamente promissor, mas ainda não estamos completamente livres do ebola: embora a rVSV-EBOV trabalhe contra o ebolavírus do Zaire, o subtipo responsável pela maioria das infecções humanas, não funciona contra outros quatro subtipos.
Também possui alguns efeitos colaterais indesejáveis, incluindo dor nas articulações e de cabeça. Embora isso não seja um problema no meio de um surto, provavelmente vai diminuir a adesão da população em geral à vacina em tempos mais saudáveis.
Próximos passos
Os pesquisadores agora querem desenvolver outros estudos para investigar os efeitos da vacina em crianças e indivíduos vulneráveis (como os que têm HIV).
Os financiadores da vacina esperam obter uma licença até o final de 2017.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica The Lancet. [ScienceAlert]
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