A falta de desejo sexual é uma das disfunções mais comuns entre as mulheres. Um novo estudo examinou os fatores por trás dessa tendência, em mulheres com idade entre 19 e 58 anos.
Os pesquisadores sugerem que o hormônio sexual testosterona pode influenciar o desejo sexual delas, mas uma ampla gama de fatores psicológicos e sociais também estão envolvidos.
“Não há nenhuma explicação simples”, disse a principal autora do estudo, Sarah Wåhlin-Jacobsen, médica e estudante de doutorado na Clínica Sexológica do Hospital Universitário de Copenhague, na Dinamarca.
Além da biologia
O novo estudo sublinha o fato de que sexo e desejo são muito mais do que apenas hormônios e biologia.
Essa complexidade deve naturalmente refletir-se tanto na avaliação quanto no tratamento das mulheres que se queixam da falta de desejo sexual.
A testosterona
428 mulheres dinamarquesas na pré-menopausa responderam a questionários. As perguntas eram sobre seus relacionamentos, bem-estar psicológico e função sexual, incluindo se estavam ou não sentindo um baixo desejo sexual.
Os pesquisadores em seguida compararam as respostas das mulheres sobre sua libido com a quantidade de testosterona testada em seu sangue.
A testosterona é frequentemente descrita como o hormônio sexual masculino, mas também é produzida naturalmente nos ovários das mulheres e nas suas glândulas suprarrenais, embora em quantidades menores.
“Sabemos que o hormônio sexual é fisiologicamente importante para o desejo sexual masculino, mas a importância da testosterona em mulheres está longe de ser clara”, disse o médico e professor de sexologia Christian Graugaard, do Centro de Pesquisa em Sexologia, da Universidade de Aalborg, na Dinamarca.
O papel psicológico e social
Estudos anteriores indicaram que a testosterona afetava o desejo sexual masculino e feminino.
Quando Wåhlin-Jacobsen publicou seus primeiros resultados há dois anos, a mídia dinamarquesa concluiu que, quanto mais testosterona, mais desejo sexual as mulheres tinham.
No estudo anterior, Wåhlin-Jacobsen examinou um grupo de mulheres e de fato descobriu que havia uma correlação entre o nível de testosterona e o grau de desejo sexual.
No entanto, neste novo estudo, os cientistas centraram-se nas mulheres que estavam se sentindo angustiadas pela falta de desejo sexual e aquelas que eram classificadas como sexualmente disfuncionais. Nestes casos, o papel da testosterona na libido das mulheres tornou-se menos definido.
No grupo de mulheres que se sentiam angustiadas pela falta de desejo, o nível da testosterona não tinha muito significado. A duração da relação com o parceiro e os sintomas da depressão desempenharam um papel mais significativo.
Com ele
O novo estudo também mostrou que o desejo sexual das mulheres pode depender do desejo de seu parceiro.
Se seu parceiro tinha problemas sexuais, como dificuldades em obter uma ereção, a mulher era menos propensa a ter problemas com sua própria libido.
“É uma descoberta interessante. As mulheres que relataram que seu parceiro tinha problemas sexuais tiveram metade do risco de experimentar um impulso sexual reduzido”, afirmou Wåhlin-Jacobsen. “Nossa hipótese é que, quando o parceiro tem problemas sexuais, então a mulher não sente que suas necessidades sexuais estão sendo satisfeitas. Ela experimenta um tipo de desejo reprimido e, portanto, reporta uma grande quantidade de desejo”.
Outra explicação pode ser que a percepção do que constitui um baixo desejo sexual é muito subjetiva e depende de quantas vezes você e seu parceiro têm relações sexuais. “O problema é todo relativo. Se o parceiro da mulher tem um maior desejo sexual, então ela pode achar que tem pouco”, conclui Wåhlin-Jacobsen.
Saúde mental
O estado mental também desempenha um papel importante no desejo sexual das mulheres.
É bem sabido que depressão e outras doenças mentais podem suprimir o desejo sexual, mas menores problemas de saúde mental também podem desempenhar um papel entre quatro paredes, conforme o estudo descobriu. [RealClear]
por Natasha Romanzoti
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