quinta-feira, 26 de junho de 2008

Evolução de medicamentos reduz efeitos colaterais em quimioterapia

FÁBIO GRELLET
do Agora
O câncer surge quando um grupo de células passa a se reproduzir desordenadamente, formando um tumor. Em homens, a doença costuma atingir a próstata ou o pulmão; nas mulheres, a mama é o alvo mais freqüente.
O câncer é combatido por meio de três iniciativas: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Uma costuma suceder a outra. A principal ação é a cirurgia, por meio da qual o médico tenta retirar o tumor, eliminando as células doentes. Mas nem sempre é possível destruir todas elas --isso depende tanto da posição do tumor como da disseminação das células, que podem ter se espalhado por outros órgãos. Daí a importância dos outros dois tratamentos, que complementam a cirurgia.
A quimioterapia geralmente é composta por medicamentos líquidos, que são misturados ao soro e injetados no paciente. Cada sessão dura cerca de uma hora. O número de sessões varia conforme o estado do paciente, mas em média são feitas de seis a oito aplicações. O intervalo entre elas também varia, mas costuma ser de 21 dias.
"Dependendo do caso, o paciente sente enjôo, sono e mal-estar geral, além de sofrer queda de cabelos", afirma Brigitte van Eyll, oncologista do Hospital Santa Catarina, da capital. O sistema imunológico também fica debilitado, devido à destruição dos glóbulos brancos.
Atualmente já é possível substituir os medicamentos injetáveis por comprimidos, que muitas vezes causam menos efeitos colaterais. A queda de cabelos, por exemplo, tornou-se mais rara. "Nos últimos anos, algumas drogas foram substituídas por outras e aquelas que permaneceram foram aprimoradas. Por isso, os efeitos colaterais diminuíram", diz Brigitte.
Existem três tipos de quimioterapia. A neoadjuvante é aplicada antes da cirurgia, para tentar reduzir o tumor e permitir que a cirurgia retire uma parte menor do órgão afetado. Quando a doença é diagnosticada precocemente, a quimioterapia pode até eliminá-lo, dispensando a cirurgia. A adjuvante é aplicada logo após a cirurgia, para tentar garantir a destruição das células doentes que resistiram ao procedimento.
A quimioterapia metastática é aplicada quando se constata que a doença se espalhou por outros órgãos. Nesse caso, o objetivo é controlar a doença --a cura se torna improvável.
Com a radioterapia, outra intervenção contra o câncer, o paciente é submetido a sessões de radiação --cada uma dura cinco minutos, em média. São feitas cerca de 28 sessões, em dias consecutivos.
Embora os novos medicamentos sejam menos agressivos, a melhor atitude contra a doença é a prevenção. "Somos responsáveis pela maior parte dos fatores que causam o câncer", alerta a oncologista. "Não fumar, beber moderadamente, fazer exercícios físicos regularmente e manter um peso adequado são os melhores passos para evitar o câncer", diz Brigitte. Outra dica é fazer regularmente os exames capazes de detectar a doença em seu estágio inicial.

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