Formol, solventes, naftalina e metais presentes em baterias de celulares. Presentes nos cigarros, as substâncias tóxicas agravam os riscos para quem fuma. Essa foi uma das informações transmitidas no mutirão de combate ao fumo, que movimenta hoje (31) o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília.
O evento marca as comemorações, na capital federal, do Dia Mundial sem Tabaco. Durante todo o dia, voluntários promovem testes físicos em estandes e tiram dúvidas sobre os males provocados pelo fumo. Um carro de som percorre as imediações do aeroporto alertando para os perigos do cigarro.
Organizador do mutirão, o coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Celso Rodrigues, afirma que o principal objetivo do evento é usar a informação, para impedir que novas pessoas comecem a fumar. “Temos de esclarecer os não-fumantes do risco de fumar porque, depois que uma pessoa começa com o cigarro, é difícil desaprender”, afirma.
Para atrair os jovens, um dos principais alvos da campanha, bandas se apresentam durante todo o dia. Ao lado dos estandes, imagens de advertência presentes nos maços de cigarros impressas em tamanho grande reforçam os efeitos negativos do tabagismo sobre a saúde.
Nos estandes, o público pode fazer testes de capacidade respiratória, glicose, colesterol e monóxido de carbono, gás nocivo liberado pela fumaça do cigarro. “Cerca de 200 mil brasileiros por ano morrem por doenças provocadas pelo fumo, enquanto a tuberculose só mata 8 mil”, ressalta Celso. “Só no Distrito Federal, o cigarro mata oito pessoas a cada dia.”
A mobilização impressionou quem passava pelo aeroporto. De viagem marcada para São Paulo, o comerciante Valter Ribeiro, 46 anos, elogiou a campanha. Apesar de não-fumante, o comerciante diz que o cigarro causou danos irreparáveis à vida dele. “Meu filho morreu de câncer aos cinco anos idade, e tenho certeza de que ele ficou doente porque minha mulher fumou durante toda a gestação”, afirma. “Essa campanha deveria ocorrer todos os dias, para que menos pessoas se tornem fumantes.”
Fumante por 30 anos, Antônia Prudêncio da Silva, 48 anos, ficou surpreendida ao conhecer as substâncias tóxicas contidas no cigarro. “Nunca teria fumado se soubesse que os cigarros têm tantos venenos”, disse a dona de casa, que começou a fumar aos 10 anos por influência da família, que tinha uma plantação de tabaco no sertão do Ceará.
Para quem não tem coragem de largar o vício, Antônia aconselha determinação. “Só deixei de fumar depois de pegar pneumonia e passar 13 dias com febre, mas senti a melhora logo depois”, declara. “É como se tivesse nascido de novo.”
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